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Importância Das Cotas E A bússola Cultural

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Por:   •  13/10/2013  •  1.505 Palavras (7 Páginas)  •  362 Visualizações

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Cultura, política e sociedade só não estão juntas quando são uma só, e por aí prossigo.

Sempre polêmicas e de fato bastante divergentes as cotas tem sido objeto de inúmeras discussões na sociedade, entre os que defendem o argumento da diferença social e racial surge com pertinência, para os que discordam, a premissa da igualdade entre indivíduos fundamenta bem o pensamento.

Partindo da premissa da inexistência do discurso ingênuo, assumo à partir daqui um posicionamento, claro, conciso e fundamentado, claro, em minhas verdades, não tão absolutos nem a mim mesmo.

Sou a favor das cotas, tanto sociais quanto raciais. Elas corrigem erros históricos e possibilitam mobilidade social entre outras inúmeras possibilidades, principalmente do ponto de vista intelectual e mesmo em termos de desenvolvimento do indivíduo. O chulo argumento de que tais ações afirmativas atestam a incapacidade do pobre, no caso das sociais, ou mesmo são medidas racistas preconceituosas, no caso das raciais, causa ojeriza aos ouvidos críticos, por menos que o sejam, dizer isto seria ignorar o gigantesco processo histórico envolto a esses grupos marginalizados.

Em termos simples, tal argumentação cheira shopping, Milk shake do ‘mac’ e camiseta hollister, aliás todos estes ícones do american way of life pós moderno cheiram ignorância e vazio cultural. Saudades dos tempos de Chico e dos festivais da Record, quando gênios como Belchior nos diferenciavam dos vizinhos do norte com belas canções que entoavam que “por força desse destino um tango argentino me vai bem melhor que um blue”. Talvez Mujica (o magnífico presidente Uruguaio) tenha ouvido essa música poucos minutos antes de seu brilhante e histórico discurso na ONU, entre outras grande verdades Mujica iniciou sua fala situando-se e afirmando-se, assim como todos nós devíamos, “sou do sul”, prosseguiu com argumentações para as quais não cabem elogios a altura, criticando inúmeras vezes desgraças oriundas do norte que infelizmente absorvemos para nós, tal qual o consumismo, a futilidade fortemente encontrada nos itens aqui já citados.

Retornando às cotas, não cabe ainda o frágil argumento de ser à favor de uma e contra outra medida afirmativa (comparando neste caso as sociais às raciais), principalmente no caso dos que apoiam as sociais e são contra as raciais, não se pode tratar vertentes diferentes de um mesmo problema com soluções diferentes e nem mesmo considerar o problema racial como um sobproduto do problema social, isso seria total ignorância da história e dos séculos de escravidão legal, e das décadas de escravidão que embora ilegal ainda praticada (há quem diga, até hoje) este processo de esmagamento de um grupo sopesa massacrantemente os negros, covardia negar.

Achar que a carga que sofre um negro ao longo de sua vida é semelhante a de um branco é mediocridade intelectual, me pergunto sempre, como não reconhecer as imensa conquista que é um negro formar-se, mesmo num Brasil após 10 anos de governo de esquerda, onde embora hajam esforços, a maioria nas universidades ainda é branca, e nas cadeias (algo próximo de 90%) ainda é negra. O PROUNI o FIES muito atacaram esse problema, mas por si só não são suficientes, é preciso entrar na casa grande, misturar o povo aos cheirosos. Filho de rico não precisa de PROUNI de ENEM, passou a infância e a adolescência estudando 1/3 do seu dia em supercolégios que tinham supermensalidades, privilégio vedado aos pobres, e negros, que quiçá passavam 1/6 de seus dias em escolas mal estruturadas e sem corpo docente suficiente.

Covardia achar que Joaquim Barbosa teve a mesma facilidade que os outro onze ministros do Supremo Tribunal Federal para ali estar. Joaquim é sim um vencedor, abriu o precedente, não é à toa que assustou, à época de sua chegada no tribunal os grandes veículos de comunicação desse país (VEJA, GLOBO) que ensaiaram um linchamento público acusando o Presidente Lula de querer politizar e tornar o STF um tribunal ideológico petista, haja visto a defesa dos direitos dos negros e das classes subalternizadas estarem ligadas as pautas da esquerda, e consequentemente, no Brasil, à pauta do partido dos trabalhadores.

Pobre grande mídia, além de lobotomizada e perdida é também errônea, acharam que Joaquim, que embora já tenha se declarado afeito ao PT, era alienado e comprometido com o partido, desconsideraram o juiz, o homem, o jurista, o merecedor, pela cor da pele, sim, de todos os indicados pelo PT ele foi o mais hostilizado a primeira vista. É uma pena que depois de empossado Joaquim viu na toga uma coroa e passou a jogar com a grande mídia. Mas isso é relativo, todos os anteriores a ele também assim fizeram.

Integro ao tema breves questionamentos que exemplificam a necessidade das cotas raciais, quantos negros estão entre os 513 deputados federais, e entre os 81 senadores? O poder ainda é branco, principalmente nos partidos de direita, vide PSDB e DEM onde é raro sequer a presença de um negro filiado ao partido, quanto mais em suas bancadas. Questiono novamente, quantos são os negros entre os maiores pesquisadores do país? E quantos são os negros entre os juízes desse país? Se alguém achar isso normal, há de se fazer uma reflexão sobre seus conceitos morais, e em casos extremos ponderar uma internação em hospitais psiquiátricos.

Embora distintos, a subalternização dos pobres e dos negros, são problemas com vertentes e características semelhantes. Nos dois casos o contraponto é o mesmo, a elite branca. Possuem ainda manifestações comuns, tais quais a exclusão

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