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NOVAS TEORIAS GEOPOLÍTICAS

Por:   •  23/4/2016  •  Ensaio  •  2.226 Palavras (9 Páginas)  •  1.610 Visualizações

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Loriene da Conceição Torres

Maria Eduarda Verbicaro Santana

Mayra Dillon Albuquerque

NOVAS TEORIAS GEOPOLÍTICAS

        

Ananindeua

2016

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Loriene da Conceição Torres

Maria Eduarda Verbicaro Santana

Mayra Dillon Albuquerque

JEAN-CHRISTOPHE RUFIN: Teoria do Limes (Limite) - 1991

Trabalho apresentado à disciplina Geopolítica, ministrada pela Professora Ma. Mayane Bento para obtenção parcial da nota referente a 1ª NI da turma 5 RIN 1 no curso de Relações Internacionais da UNAMA.

Ananindeua

2016

Introdução

O objetivo deste trabalho é descrever a teoria geopolítica do Limes ou do Limite, do francês Jean Christophe Rufin, especialista em relações norte-sul. Esta teoria, apresenta-se como opositora à adopção da “Teoria das Pan-Regiões”, com grandes perspectivas de seu desenvolvimento a partir do fim da bipolaridade, ressuscitando a ideologia da desigualdade e da assimetria. O autor divide o mundo em norte e sul numa linha imaginária. O norte é o império e no sul estão os novos bárbaros.

A partir desse primeiro momento buscaremos analisar se a teoria do Lime ainda tem sua viabilidade  e aplicação no século XXI além de buscar possíveis críticas e os impactos da mesma no sistema internacional.

  1. Contextualizando

A última década do século XX trouxe intensas transformações na organização mundial, principalmente após o colapso do império soviético, trazendo à tona indagações sobre a nova ordem mundial e as próximas potências.

  A Guerra Fria acabou pela inviabilidade econômica e perpassou, também, o sistema político e social, criando a sensação de destruição. Nos anos finais de sus existência a URSS tinha 15 republicas. A URSS já vinha enfrentando uma crise a um bom tempo e as medidas tomadas por Gobarchev, a glasnost e a perestroika que tinham como objetivo reviver a união, teve o efeito contrário e acabou ampliado o poder das republicas. Todos os esforços não foram bem-sucedidos e a URSS chegou a seu fim em 1991 colocando um ponto final na era da bipolaridade.

Nesse contexto do fim da bipolaridade e do início de uma possível multipolaridade, surgem os mais variados “cenários prospectivos” possíveis no mundo, fundamentados pelos mais diversos estudiosos, dentre os quais ganham destaque Francis Fukuyama, que dizia que o planeta tendia a uma homogeneização através da democracia e do livre mercado, e Samuel Huntigton, que afirmava que o mundo entrava em uma etapa de confrontação entre as sete grandes civilizações globais.

Porém um terceiro teórico de muita relevância e pouco destaque, também buscou respostas a mesma interrogação, seu nome era Jean-Christophe Rufin nascido no dia 28 de junho de 1952 na França, foi um dos fundadores da organização Médicos Sem Fronteiras, foi administrador da Cruz Vermelha francesa. Nessas organizações participou de várias missões humanitárias, sendo que na Etiópia ele ingressou secretamente com forças rebeldes integrando um batalhão de ações humanitárias. Em 1993 foi nomeado Conselheiro do Ministério da Defesa da França como especialista nas relações Norte-Sul.

        Por toda a sua experiência ele se tornou especialista na relação norte-sul, o que acabou definindo a sua maior contribuição para a geopolítica que foi o livro “O Império e os Novos Bárbaros”. Em seu livro ele chega à conclusão de que após a Guerra Fria, os Estados “ricos” do Norte não mais precisariam ajudar os “pobres” do Sul, devendo se preocupar com os seus próprios problemas e seu desenvolvimento.    

  1. Teoria do Limes (Limite)

        

        Mesmo que a queda do socialismo tenha gerado o desaparecimento da confrontação Leste-Oeste, Rufin vai defender que a confrontação Norte-Sul vai permanecer evidente e que esta ressuscitou a ideologia das desigualdades e da diferença e fez o mito do desenvolvimento vir a baixo. Nos relembra a fronteira – o limes – que separava o império Romano dos territórios bárbaros que existiam em torno dele, assim o autor dividiu o mundo do pós-Guerra Fria em dois grandes espaços. O imperial, que consiste no hemisfério norte e o bárbaro , representado pelo Hemisfério Sul .

        De acordo com ele não havia articulação possível entre eles . Se tratava de duas esferas humanas chamadas a evoluir em direcções opostas. Um para a prosperidade. E a outra em direção a uma era de turbulência política, económica e social. Ja que com o fim da bipolaridade, os Estados ricos não mais necessitam ajudar os Estados pobres do sul, como parceiros no contexto mundial; a prioridade passa a ser os seus próprios problemas e seu desenvolvimento.

        O "Novo imperio" ( do hemisfério norte ) buscaria, portanto, proteger o seu crescimento e estabilidade das turbulências inevitáveis ​​em que o Sul mergulharia . Para este fim, deveria focar na construção de uma área de fronteira com o último. A mesma se identificariam com aquelas fronteiras “brandas” usadas pelos romanos e que eram conhecidas pelo nome latino de " limes ". O novo “limes” que segundo Mafra “[...] serviria como fronteira para evitar, inclusive, uma nova ‘invasão de bárbaros’, que o autor chama, também, de ‘imigração da miséria”

        O novo “limes” contemporâneo seria portanto algo como um “apartheid” mundial em que se esconde uma certa intenção implícita de determinar e proteger a civilização do Norte, abandonando violentamente o Sul a sua própria sorte.

        Assim como no Imperio Romano, o “limes” de Rufin não é uma fronteira fixa, podendo avançar ou recura, absorvendo ou desfazendo-se de novas partes interessantes ou não ao “imperio” (MAFRA, 2008)

        Segundo Rufin o novo império criaria assim um espaço tampão, zonas cruciais localizadas ao longo da chamada periferia da região norte, formando uma linha imaginaria de confinamento dos “novos bárbaros”. Essas Zonas de contatos, também conhecidas como “dobradiças”, são utilizadas para a criação de uma cadeia de estados, também chamados estados tampões, de Estados vizinhos aos quais se permitiria beneficiar-se parcialmente da prosperidade do Norte. Países como México o Turquia foram parte natural dessa cadeia, cujo objetivo é atuar como muro de contenção frente aos fluxos migratórios provenientes de um Sul sacudido por crises continuas. 

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