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Para Lito Viana

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Por:   •  6/6/2013  •  Resenha  •  379 Palavras (2 Páginas)  •  686 Visualizações

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Para Lito Viana

Se Milton Nascimento, o Bituca, com sua genialidade musical e seu carisma, foi o aglutinador de músicos e poetas talentosos como Lô Borges, Beto Guedes, Fernando Brant, Márcio Borges, Toninho Horta, Wagner Tiso, 14 Bis, entre outros, formando o Clube da Esquina, onde tocavam suas canções nas Minas Gerais, em Pernambuco, pelos anos 80, ti

vemos também uma espécie de Clube surgido em torno das figuras emblemáticas de Edson Melo, músico, compositor, filósofo, e de Lito Viana.

Que eu conheça, apenas duas pessoas aprenderam alemão sozinhos: o Tobias Barreto, sergipano que pertenceu à Escola do Recife, e o Edson Melo. O cara parecia daquelas pessoas que podiam aprender, de forma autodidata, qualquer coisa. E o que ele fazia com a guitarra e o violão, enfim, com a música, foi capaz de levar para dezenas de músicos mais ou menos talentosos, que levava para conversar no seu quarto, e que continuaram ou não a sua trajetória musical, que ficaram mais ou menos famosos, mas que foram marcados pela música e filosofia do Edson Melo. Entre muitos nomes, Lito Viana, Sérgio Ferraz, Ciba, Silvério Pessoa, Nilton Jr., Expoente e Arame Farpado. Todos transitaram pela Jaboatão dos anos 80.

No projeto de pós-doutorado da UFPE, eu estava escrevendo sobre O disco como objeto literário e reli algumas obras que mexeram comigo: Verdade Tropical, de Caetano Veloso, e, sobretudo, Os sonhos não envelhecem do Márcio Borges. Como sou o poeta do grupo, fiquei cheio de atavismo e com vontade de dizer algo sobre aquele tempo. Algo que ficou na memória e que os jornais nunca souberam. Sentimento análogo à canção para Lennon e MacCartney, que me pareceu, nesse sentido, absolutamente sugestiva.

Jaboatão, nos anos 80, era uma cidade que estava deixando de ser interiorana para se tornar uma espécie de subúrbio do Recife, pertencente à chamada região metropolitana. Era uma cidade de ferroviários e de pequenos funcionários públicos e comerciantes, com o seu centro antigo, onde morávamos. Nenhuma livraria, apenas um cinema, o Cine Samuel Campelo que só passava filmes de artes marciais, dos Trapalhões e pornográficos. Tudo girava em torno do futebol e da pracinha.

Com os primeiros versos na adolescência, o Recife seria o caminho natural e o trem o melhor e mais saboroso dos percursos para a capital. A primeira estação, entre

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