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Resenha Comparativo: The False Promise of International Institutions (John Mearsheimer) e The Promise of Institutionalist Theory

Por:   •  2/9/2018  •  Abstract  •  2.052 Palavras (9 Páginas)  •  1.185 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” – FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DISCENTES: Angelo Rocha Paschoaleto

Elias V. de Souza

Thiago Vicino Fernandes

DOCENTE: Prof. Me. Matías Ferreyra

DISCIPLINA: Teoria das Relações Internacionais I

CURSO: Relações Internacionais - 2° ano

Resumo Comparativo: “The False Promise of International Institutions” (John Mearsheimer) e “The Promise of Institutionalist Theory” (Robert Keohane)

John Joseph Mearsheimer, nascido em 1947 nos Estados Unidos, é um proeminente estudioso das relações internacionais. Atualmente, é professor de Ciência Política na Universidade de Chicago, membro da Academia Americana de Artes e Ciências além de ser um ativo contribuinte para difusão do pensamento internacional pela vertente neorrealista através de artigos de opinião para o The New York Times e outras mídias.

No artigo publicado na revista International Security, “The False Promise of International Institutions”, Mearsheimer critica o pensamento de que as instituições são o caminho para se construir a paz, levantando como problema: a declaração dos institucionalistas de que as instituições levam à paz é convincente?

Mearsheimer trabalha com a tese de que as instituições internacionais têm mínima influência no comportamento dos Estados e, portanto, os institucionalistas sustentam a falsa promessa de que aquelas promovem a estabilidade no mundo pós-Guerra Fria.

De forma a expor os seus argumentos, Mearsheimer remonta aos cinco princípios do realismo: sistema anárquico; todos os Estados possuem capacidade militar ofensiva; ninguém está certo das intenções dos outros Estados; que o interesse máximo dos Estados é a sobrevivência e que os Estados são racionais. Estes princípios levam a três padrões de comportamento: os Estados se temem mutuamente; visam garantir a própria sobrevivência no sistema; buscam maximizar o poder relativo em relação aos demais.

Estes pontos servem de base para a argumentação contra o institucionalismo. Inicialmente contra os institucionalistas liberais, Mearsheimer concorda com o argumento de que a trapaça é um problema para a cooperação e é bem trabalhado pelos autores desta


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vertente. No entanto, falham em perceber a importância dos ganhos relativos, de tal modo que Keohane concordou com a falha, e este permanece como um problema sem solução para a teoria.

Em relação à teoria da Segurança Coletiva, as instituições seriam o meio para organizar essa capacidade militar. A solução para isto seria convencer os Estados a não mais usar a força para alterar o status quo, que estes atores deveriam parar de agir de forma egoísta e, sim, alinhar as políticas internas com interesses coletivos (internacionais), e que estes devem confiar uns nos outros. Mearsheimer aponta que as falhas desta teoria estão em não apontar em como os Estados devem superar o temor recíproco, da mesma forma que fornecem exigências grandes para ser implantada.

Mearsheimer reconhece no teoria Crítica, a possibilidade de criticar o realismo, dada a sua capacidade de ir contra ideias hegemônicas, e ressalta pontos importantes para o realismo com a anarquia, como instituições, que podem ser alteradas. Esta teoria, no entanto, não aponta em porque o realismo passou a ser a teoria dominante, e dada a incerteza do futuro, a ideia de estabelecer um mundo mais pacífico que o proposto pelo realismo entra em contradição por nada garantir, por exemplo, “que um discurso fascista, mais violento que o realismo não vá emergir como o novo discurso hegemônico” (MEARSHEIMER, 1994, p. 44, tradução nossa).

Portanto, apesar da crença de que as instituições possam promover a paz, as teorias que trabalham com estas ideias não descrevem adequadamente o mundo, ficando o realismo como a que melhor descreve o mundo.

Contudo, outro relevante autor de teorização das Relações Internacionais contrabalanceia essa visão, tal autor é Robert Owen Keohane. Nascido em 1941 nos Estados Unidos, é um cientista político, educador e teórico das relações internacionais. Foi presidente das Associações de International Studies e American Political Science, além de ser uma figura de destaque dentro da vertente neoliberal das Relações Internacionais com a sua perspectiva que reforça a importância dos regimes internacionais na relação entre Estados. Atualmente, é professor de Relações Internacionais na Universidade de Princeton.

Em parceria com Lisa L. Martin Professora Associada de Governo, Universidade de Harvard e autora da obra “Cooperação Coerciva: Explicando Sanções Econômicas Multilaterais” (Princeton University Press,1992) , Keohane escreve o artigo “The Promise of Institucionalist Theory” como resposta aos argumentos de Mearsheimer. Nesse artigo,


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Keohane reconhece que Mearsheimer estava correto ao afirmar que os institucionalistas liberais tratam os Estados como egoístas e racionais operando em um mundo no qual acordos não podem ser hierarquicamente aplicados, e que institucionalistas apenas esperam que a cooperação interestatal ocorra se os Estados tiverem interesses comuns significativos. Porém, diverge de seu interlocutor ao apontar que as condições de funcionamento das instituições explicadas são falhas, e pretende, então, examiná-las.

Keohane trabalha com o seguinte problema: qual a importância das instituições internacionais adotando as premissas utilitária e racionalista dos Estados? O autor defende que as instituições às vezes importam, e que descobrir como e sob quais condições a promessa da teoria institucionalista se realiza constitui uma tarefa valorosa para as Ciências Sociais.

Keohane critica Mearsheimer por este afirmar que o institucionalismo separa política econômica de questões de segurança, quando na verdade a tendência tem sido aplicar a mesma estrutura teórica para ambos, pois há concordância entre os autores de que não há uma linha clara que os separe. É na área de segurança que as instituições podem ser consideradas promotoras de informação e este é outro ponto em comum entre as teorias, que em um mundo incerto e anárquico, as informações sobre as reais capacidades e ganhos dos outros atores aproximam os Estados que as possam obter da maximização de resultados de suas escolhas políticas. As instituições, portanto, podem ser úteis às questões de inteligência tais como os realistas as definem.

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