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Resenha Do Livro, O Que E Isso, Companheiro?

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Por:   •  24/4/2013  •  1.832 Palavras (8 Páginas)  •  1.491 Visualizações

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É muito interessante, triste e até às vezes hilária, a forma como o autor relata os acontecimentos daqueles anos, em que participando de uma organização clandestina o MR-8, teve oportunidade de combater a ditadura. Lendo o livro tive a impressão que, depois de tudo aquilo ter passado ele pensa que eram jovens cheios de idealismo mas, muito despreparados. Na passagem em que conta como eles treinavam tiro e aprendiam a fazer coquetéis molotov, numa praia longínqua, nota-se que tudo era feito de uma com muita improvisação, para quem, como eles tinham a intenção de implantar o socialismo no Brasil.

A narrativa do livro é feita a partir da cidade de Santiago, capital do Chile, onde o autor, correndo para se esconder dos militares, tenta chegar à embaixada da Argentina, nos dia em que aquele País, sofre o golpe militar.

O autor, que havia se exilado no Chile, fugindo da ditadura no Brasil, não quer acreditar na situação em que se encontra, uma vez que está passando de novo por um golpe militar . Talvez essa situação o leve a rememorar uma parte de sua história, a de engajado na luta armada pela implantação de um regime socialista no Brasil..

Ele conta como desde a sacada do Jornal do Brasil, onde trabalhava, pode ver uma passeata estudantil e creio que nesse momento, pensou achar o seu espaço naquela luta que ele intimamente procurava desde o golpe de 1964. No dia do golpe, ele e vários amigos tentaram fazer algum tipo de manifestação na Rio Branco, mas foram impedidos pelas forças policiais e resolveu voltar para o jornal, onde, outros companheiros de trabalho ali tinham se refugiado. Na verdade eles tinham fugido da policia.

O autor ao rememorar todos os acontecimentos dos dias do golpe, se pergunta, onde estavam os estudantes?, por que não chegaram as armas prometidas?. Foi um golpe para ele quando o Presidente Goulart telefona para o Almirante Aragão e lhe diz “Almirante, desmobiliza os meninos”.

Diz Aragão: “o presidente não quer derramamento de sangue. Aconselho a todos que voltem para suas casas, pacificamente. Não há nada mais a fazer, exceto ir embora em calma”. O autor senta-se na calçada da avenida, muito desanimado com o resultado da assembléia.

Não foi surpresa para ele, a suspensão das eleições diretas para governadores dos estados depois de serem baixados os atos AI-1 e AI-2. No se trabalho de jornalista, chegavam-lhe às mãos noticias sobre o período Goulart, claro batendo nele. Gabeira sente-se muito magoado com o Presidente por não ter lutado, por ter preferido ir para a sua fazenda no Uruguai cuidar do seu gado em vez de enfrentar. Talvez, pensava ele que o golpe passaria logo e seria chamado de novo para ocupar o seu papel na história, mas ai a história já era outra.

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O ano de 1968 nem tinha chegado ainda, mas estavam como se preparando , nas faculdades, nas redações e nas fábricas. Ele conta como se engajou numa das dissidências do Partido Comunista. Levantavam de madrugada e iam à frente das fábricas distribuir panfletos para conscientizar os operários e tentar arregimentar aliados. Ali junto com os estudantes, confessa que se espantava com aquela juventude tão determinada a fazer uma revolução.

Conheceu um rapaz, chamado Dominginho que levava numa sacolinha de plástico, onde carregava os panfletos junto com um revólver calibre 38, e lhe falou : “Dominguinho, por que é que você não compra um álbum e não vai colecionar figurinhas?. Por que não arranja uma namoradinha e vai acariciá-la num banco de jardim?”, ao que o Dominginho respondeu: “O que é isso, companheiro?”, talvez daí lhe viesse a inspiração para o título do livro. O autor que já era um homem, tinha seu emprego bem remunerado, não entendia porque aqueles jovens, inteligentes, que conseguiam ler nas entrelinhas dos discursos, se envolviam naquilo. Também não chegava a acreditar que os operários confiassem neles e se, a repartição de panfletos surtia algum efeito.

A morte de Edson Luis no Calabouço, foi um novo alento para os movimentos das massas. Ali mesmo, enquanto se resolvia onde ia ser velado, já se organizavam passeatas levando o corpo. Com o corpo presente ninguém poderia negar o que estava acontecendo. Advogados, políticos e até gente comum entrava se revezava nos discursos na frente da Câmara. Ali se falavam duas línguas, uma a dos políticos e a dos estudantes engajados que tinham uma organização e idéia do que estava acontecendo e outra a dos passantes que sofriam na carne as dificuldades da vida cotidiana, com o preço dos alugueis e o aumento do custo de vida.

Rememora o momento em que o grupo teve a idéia de fazer o seqüestro do embaixador americano. Com o AI-5, os grupos armados tinham que fazer alguma coisa mais contundente, que chama-se mais a atenção, tanto da opinião pública, como no estrangeiro, pois senão aquelas torturas e sacrifícios de muitos não serviria para nada.

Quando pediram ajuda à ALN para executar a ação, ele foi encarregado de procurar a casa que serviria de esconderijo, e é interessante como nessa procura, ele tem que lidar com proprietários que fazem várias

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