Sete Minutos

O livro Os Sete Minutos de Irving Wallace tem estilos de suspense e policial, é uma obra simplesmente conquistadora, capaz de mexer até mesmo os menos conservadores, pois ela examina os comportamentos sociais que já sabemos que existem, mas que não costumamos observar nem entender. Mesmo tendo sido escrita nos anos 70, a discussão permanece atual.

Ele trata diretamente da censura e da liberdade de expressão, usando para isso a condenação e julgamento de um livro fictício dentro da própria obra, denominado “Os Sete Minutos”. O direito fundamental faz parte dessa historia. Pela legislação norte-americana, a venda de material obsceno seria crime, como é tambem aqui no Brasil.

Citando uma frase do livro que explica muito bem resumidamente o contexto do porque o obsceno do livro:

“Descrever um assassinato não é crime. Cometer um assassinato é. Fazer sexo não é crime. Descrever o sexo é.”

Porem se engana quem acha que os Sete Minutos é um livro apenas sobre sexo, jurisprudência e advogados inteligentes. Ele alerta muito para a importância da liberdade de expressão e os riscos que o constrangimento desse direito pode causar para as pessoas. É impossível ler e não se indignar quanto as atitudes tomadas pela mídia a favor da acusação, as inúmeras provas que se perdem por conta da cobiça e corrupção dos envolvidos no julgamento, e com o pré-conceito que todos carregam quando o tema exposto está além do conveniente. O autor, apesar de não ter formação jurídica, conseguiu apresentar bons argumentos em favor dos pontos de vistas contraditorios.

È considerado o mais obsceno de todos os tempos, porque ele usa uma linguagem bem verdadeira para explicar episódios de cama. Sete minutos seria mais ou menos o tempo que a mulher leva para chegar ao orgasmo, e o livro dentro do livro descreve o que passa na cabeça da autora durante esses sete minutos. E como agravante é o facto do prazer sexual ser negado à mulher naquela altura, onde boa parte considerava o orgasmo feminino um mito, e quando verdadeiro um perigo à estabilidade social.

A obra em questão pode ser classificada como um livro dentro de outro livro. O autor fala de um misterioso escritor chamado J.J. Jadway que escreveu “Os Sete Minutos” considerado o romance mais injuriado e polêmico de todos os tempos. A sacada de J.J. Jadway foi criar uma personagem que de uma maneira sincera descrevesse tudo o que se passava em sua cabeça durante esse momento. . Durante a obra, em pleno êxtase, a protagonista imagina-se transando com figuras ilustres, inclusive o filho de Deus e Lincoln. Na cama, durante o ato sexual com o seu companheiro, a sedutora Cathleen imagina em suas fantasias reviver momentos carnais com três homens que haviam sido os seus amantes. Os três variavam em suas atitudes em relação às mulheres e ao amor. Cada um oferecera-lhe, ensinar-lhe algo, e as experiências com todos os três se juntavam para torná-la uma mulher completa. A única história existente no livro descrevia a decisão de Cathleen em tornar um desses homens seu companheiro para o resto da vida, o que levara para a cama naquela noite, o mesmo que a possuía durante os sete minutos do título. O nome do escolhido só era revelado na última página do livro. Durante esses sete minutos de orgasmo com o seu eleito, Cathleen revelava tudo o que se passava em sua cabeça , mas não de uma maneira chula, pelo contrário, utilizando uma linguagem poética, mas também bem franca.

O livro, na época de seu lançamento, escandalizou toda a sociedade e ficou proibido durante 35 anos, ganhando o status de obra maldita. Quanto ao seu autor, se tornou um mito, uma verdadeira lenda. Por causa da obra polêmica, há três décadas e meia, Jadway acabou sendo expatriado e a partir desse momento ninguém nunca mais souber informar o seu paradeiro: se ele estava vivo ou morto. O lendário escritor que havia revolucionado