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Por:   •  19/3/2015  •  2.883 Palavras (12 Páginas)  •  125 Visualizações

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Economia criativa no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas

Armando Dalla Costa*

Elson Rodrigo de Souza-Santos**

RESUMO - A cadeia produtiva da economia criativa no Brasil movimentou em torno de 16%

do PIB em 2006 aparentemente considerado elevado, mas quando se olha o núcleo representava

cerca de 2,59%. Este valor ainda é considerado baixo e, em função disso, não é capaz de

colocar o país entre os 20 maiores produtores de bens e serviços culturais liderados por China,

Estados Unidos e Alemanha. Entretanto, ações de governos, entidades privadas e de ensino e

pesquisa começam a colocar as atividades criativas como importantes para o desenvolvimento

regional e nacional. Além disso, a economia criativa se apresenta como uma forma de introduzir

um novo portfólio de produtos com maior valor agregado e competitivos no mercado

internacional ao colocar o capital intelectual como um ativo de competitividade e diferencial no

mercado externo.

Palavras-chave: Economia criativa. Brasil. Desenvolvimento.

1 INTRODUÇÃO

Neste artigo buscamos retomar o tema abordado no trabalho “Economia criativa:

novas oportunidades baseadas no capital intelectual”, publicado no Boletim Economia & Tecnologia

na edição de abril/junho de 2011, em que enfatizamos como as características da economia

criativa enquanto a criação de riqueza através do capital intelectual e que se dissemina

ao longo das cadeias produtivas. Por exemplo, Dowbor (2011) cita que o computador pode

ter 95% do valor em conhecimento incorporado em áreas como design e software tendo os 5%

restantes derivados das dimensões físicas. Desta forma, colocando a criatividade como um

fator relevante para o estabelecimento das relações comerciais, competitividade e inserção econômica

mundial na medida em que a capacidade de criar passa a ser mais importante do que a

produção de commodities e produtos industriais de baixo valor agregado.

O foco do presente trabalho é aprofundar a discussão sobre economia criativa no

Brasil enfatizando o quadro atual, as perspectivas e as políticas públicas para o setor vindo na

esteira da crescente importância que lhe foi reservada a partir da década de 2000. Acompanhando

o movimento internacional de maior atenção às cadeias de produção criativas expressas em ______

* Doutor em História Econômica pela Universidade de Paris III. É professor do Departamento de Economia e

no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico da Universidade Federal do Paraná. Endereço

eletrônico: ajdcosta@ufpr.br.

** Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico da Universidade Federal do Paraná.

É membro do Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial - NUPEM. Endereço eletrônico: elson129@gmail.

com.

Armando Dalla Costa, Elson Rodrigo de Souza-Santos

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Economia & Tecnologia - Ano 07, Vol. 27 - Outubro/Dezembro de 2011

relatórios da OCDE (2007) e Unesco (2010), a ponto do governo brasileiro se preocupar em

criar a Secretaria de Economia Criativa - SEC, ligada ao Ministério da Cultura, que visa coordenar

a estrutura institucional para o crescimento dos setores criativos. Em paralelo, entidades

como Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Universidade de São Paulo - USP,

Sebrae, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e Federação das

Indústrias do Rio de Janeiro - FIRJAN, entre outras, passaram a desenvolver programas e pesquisas

sobre o setor.

O trabalho está articulado em duas partes que têm como objetivo fornecer um panorama

sobre o que é a economia criativa no país hoje, quais são os desafios e como enfrentálos.

A primeira apresenta o quadro da economia criativa no Brasil mostrando como uma área

importante da economia brasileira está pulverizada em setores diversos. A segunda aborda as

perspectivas, desafios e principais ações em prol do desenvolvimento das atividades criativas

no Brasil.

2 QUADRO ATUAL

A economia criativa está relacionada ao desenvolvimento da economia e das sociedades

modernas atuais na medida em que o capital intelectual se torna cada vez mais relevante

para o desenvolvimento de novos produtos e mercados. No Brasil, a partir da década de 2000 as

políticas governamentais e a atenção de outras organizações foram despertadas para os setores

criativos, acompanhando a maior atenção que surgiu em outros países e entidades internacionais.

Um dos pontos altos foi a indicação da brasileira Edna dos Santos-Duisenberg (2011)

para o posto mais alto do programa de Economia e Indústrias Criativas das Nações Unidas

para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), que na entrevista dada ao IG, admite o atraso

em relação a outros países emergentes como a

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