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A Educação Religiosa e Publicações

Por:   •  10/10/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.082 Palavras (21 Páginas)  •  271 Visualizações

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EXEGESE DA PERÍCOPE: Josué 24.10-18

Por

Luciene Carriço, Miriam Cristina, José Fábio e Wallace Fernando

Trabalho realizado para cumprir as exigências parciais da disciplina de

Exegese do curso de Bacharel em Teologia, Professor Wladimir Lamenha Lins

STBNC

2018

        

Introdução: O livro de Josué, na cultura Judaica apresenta-se como o primeiro livro dos profetas ditos anteriores (Broadman, 1986). Entra na segunda divisão do AT, encabeçando a lista dos Livros Históricos, segundo a divisão bibliológica cristã. Conforme Moody:

“O primeiro livro dos Profetas, a segunda grande divisão do cânon do Velho Testamento, recebeu o nome do seu principal personagem, Josué. Não há nenhuma tradição judia ou manuscrito que prove que este livro formasse uma unidade com os cinco livros da Lei constituindo um Hexateuco.”

        É contado nesse livro a História da Conquista de Canaã. A trajetória de Josué como líder demonstra características diferentes de Moisés. Suas funções em Israel foram diferentes, pois a contribuição de Moisés, formou uma nação, a de Josué, formou um exército.

        Conforme comentário Beacon:

“Os vislumbres que vemos dele antes da morte de Moisés estão associados a importantes eventos da história de Israel. Quando o exército de Israel precisava de um líder, Josué foi comissionado para ser o general (cf. Ex 17.8,9). Quando Deus entregou os Dez Mandamentos a Moisés no monte Sinai, Josué era o seu acompanhante (cf. Ex 24.13; 32.17). Ainda jovem, foi encarregado do Tabernáculo quando a idolatria do povo fez com que Moisés o removesse do acampamento (Ex 33.11). Josué mostrou sua lealdade à liderança quando percebeu que tal fato estava sendo ameaçado (cf. Nm 11.24-29). Em Cades-Barnéia Josué foi escolhido para ser o representante de sua tribo, a de Efraim (cf. Nm 13.8,16). ” (Beacon, 2006)

        Desde cedo, Josué se destacava em seu serviço, sempre atento a Moisés, o admirando e seguindo seu exemplo. O significado de um nome na literatura bíblica é importante de ser indicado, pois ele introduz a obra. Portanto, o nome Josué (yhvsh`) tem relação com a expressão "Yahweh salva".

        Sobre autoria e datação, acredita-se que Josué tenha sido o autor do livro que carrega o seu nome, no entanto, o livro fomentou muitas controvérsias e teorias. Conforme Beacon “ não existe uma única teoria que, atualmente, que encontre aceitação universal. A tradição bíblica, afirma, a conquista israelita de Canaã se separa do êxodo do Egito por uma geração de peregrinação no deserto, segundo Broadman. As evidências Bíblicas e Arqueológicas mais convincentes agora disponíveis parecem atribuir os três eventos ao décimo terceiro século a.C.

        Moody, declara:

“O livro parece formar uma unidade literária, composta por um só autor, independentemente de duas ou mais fontes primárias, como alguns têm afirmado, e que foi editado e reeditado por muitos séculos. Embora Josué mesmo ordenasse escrever alguns documentos (18:9; 24:26), ele não poderia ser o autor de todo o livro que leva o seu nome. Registra a sua morte (24:29, 30) e acontecimentos que tiveram lugar só depois da sua morte: a conquista do Hebrom por Calebe (15:13b, 14; cons. Jz. 1:1, 10, 20), de Debir por Otniel (Js. 15:15-19; cons. Jz. 1:1, 11-15), e de Lesém pelos danitas (Js. 19:47; cons. Jz. 17 e 18) num período em que a idolatria foi tolerada em Israel (mas cons. Is. 24:31). Estes acontecimentos provavelmente aconteceram antes da opressão por Cusã, ou durante o juizado de Otniel (Jz. 3:8-1 1), cerca de 1370-1330 A.C.”

        Embora possa ser debatida a autoria humana, a inspiração divina é clara: “Uma observação do papel ativo atribuído a Deus, presente em todo o livro de Josué, implica que Deus não é apenas o autor dos escritos, mas também dos eventos que estão ali registrados. Ele é apresentado com aquele que toma a iniciativa dos movimentos feitos por Israel. Foi Deus quem escolheu e instruiu Josué para fazer sua obra. Foi Ele quem condenou o povo pela desobediência e o elogiou pela sua cooperação (cf. Js 1.1-9; 4.1-7,15,16; 7.10). Por todo o livro o elemento divino é certamente magnificado e o elemento humano é minimizado. Conseqüentemente, a ênfase espiritual do livro deve receber adequada consideração pelo intérprete.” (Beacon, 2006).

        

        

O contexto histórico cultural

         No período de Josué e os Juízes, as observâncias religiosas cananitas tinham degenerado à mais sórdida licenciosidade e brutalidade - conforme somos informados pelas tabuinhas do Ras Shamra (ugarita) e as relíquias existentes das práticas do culto à fertilidade desenterradas em Bete-Shan, Megido, etc, segundo o Comentário Bíblico Moody.

         O caráter imoral das divindades cananitas levava seus devotos aos mais desmoralizantes ritos do Oriente Próximo da antiguidade, tais como a sagrada prostituição de ambos os sexos, adoração de serpentes e sacrifícios infantis. Uma vez que tais práticas religiosas eram espiritual e moralmente contagiantes, qualquer um logo vê por que Deus ordenou que Israel exterminasse os cananitas. Assim eles e suas cidades tiveram de ser destruídos para que a vida religiosa dos israelitas não corresse perigo por causa do contato com tais povos idólatras. W.F. Albright explicou de maneira extraordinária as questões envolvidas, quando escreveu:

“Felizmente para o futuro do monoteísmo os israelitas da Conquista foram um povo inculto, dotado de energia primitiva e crueldade, uma vez que a resultante dizimação dos cananitas evitou a completa fusão das duas raças que tinham um certo parentesco, o que quase o que quase inevitavelmente teria abaixado os padrões joevistas até um ponto onde a recuperação seria impossível. Assim, os cananitas, com sua orgíaca adoração da natureza, seu culto à fertilidade na forma de serpentes-símbolo e sensual nudez, e sua mitologia obscena, foram substituídos por Israel, com sua simplicidade nômade, sua pureza de vida, seu monoteísmo sublime e seu severo código moral.”

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