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A FÉ A CIENCIA E A RAZÃO

Por:   •  5/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.601 Palavras (7 Páginas)  •  195 Visualizações

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A FÉ, A CIÊNCIA, A RAZÃO

FÉ <> Eu sou a Fé, que coloco a Bíblia Sagrada sobre o altar, como símbolo da liberdade religiosa, e para nos recordarmos do amor incessante de nosso pai celestial.

CIÊNCIA<> Eu sou a Ciência, que coloco os livros escolares sobre o altar, como símbolo da liberdade intelectual, e para nos recordarmos de que as escolas públicas são o alicerce de nossa grande nação.

RAZÃO <> Eu sou a Razão, represento o altar, a base onde se colocam a Fé e a Ciência, que coloco uma razão pela qual, as duas terão de seguir.

CIÊNCIA <> Jamais você me fará crer na existência de Deus.

FÉ <> Você não tem privilégio de acreditar, mas você jamais me provará que Deus não existe.

CIÊNCIA <> Para prová-lo a você, é necessário que eu saiba primeiro o que é Deus.

FÉ <> Você jamais o saberá, se você o souber, poderá ensinar-me e quando eu souber, não acreditarei mais.

CIÊNCIA <> Você então crê em algo sem conhecer.

FÉ <> Oh! Não brinquemos com as palavras. E você não sabe aquilo que eu creio, e eu o creio precisamente porque você não o sabe. Tem você a pretensão de ser infinita? Não é você a cada instante detida pelo mistério? O mistério é para você uma ignorância infinita que reduzirá a nada o finito de seu saber; se eu não o iluminasse com as minhas aspirações ardentes, e se quando você diz: não sei mais, não exclamaria: e eu então começo a crer.

CIÊNCIA <> Mas suas aspirações e o objeto delas são e só podem ser para mim somente hipóteses.

FÉ <> Sem dúvida, mas são certezas para mim, visto que sem essas hipóteses, eu duvidaria mesmo das suas certezas.

CIÊNCIA <> Mas se você começar onde eu paro, começará sempre cedo demais, irrefletidamente; meus progressos atestam que caminho sempre.

FÉ <> O que importam seus progressos se eu ando sempre na sua frente.

CIÊNCIA <> Você caminhar? Sonhadora da eternidade, você desenhou demais a terra; seus pés estão adormecidos.

FÉ <> Eu me faço carregar por meus filhos;

CIÊNCIA <> Esses são cegos que carregam um outro, cuidado com os precipícios

FÉ <> Não, meus filhos não são cegos de maneira nenhuma; bem ao contrário, eles gozam de uma vista dupla, eles veem por seus olhos aquilo que você lhes pode demonstrar sobre a terra e eles contemplam por meus olhos aquilo que eu lhes mostro no céu.

CIÊNCIA <> O que pensa a razão ???

RAZÃO <> Eu penso; Oh meus caros mestres, que vocês poderiam realizar um apólogo comovente, aquele do paralítico e do cego. A Ciência acusa a Fé de não saber caminhar sobre a terra e a Fé acusa a Ciência de nada ver no céu de aspirações e da eternidade. Em vez de brigar, a Ciência e a Fé deveriam se unir; que a Ciência carregue a Fé, e que a Fé console a Ciência, ensinando-lhe a esperar e amar.

CIÊNCIA <> Esta ideai é linda, mas é uma utopia. A Fé me dirá absurdos, e eu gostaria de caminhar sem ela.

FÉ <> A que chama absurdo?

CIÊNCIA <> Chamo absurdo as proposições contrárias às minhas demonstrações como, por exemplo, que três fazem um, que um deus se fez homem; quer dizer, que o infinito se fez finito, que o eterno está morto que Deus castigou seu Filho inocente por pecados de homens culpáveis...

FÉ <> Basta, não diga mais. Manifestadas por você, essas proposições são com efeito absurdo. Você sabe o que é o número em Deus, você que não conhece Deus?  Pode você raciocinar sobre as operações do desconhecido, pode você compreender os mistérios da caridade? Eu devo ser sempre obscuro para você; pois se você compreendesse minhas afirmações seriam absorvidas por seus teoremas; eu seria você, e você seria eu, para melhor dizer, eu não existiria mais, e a Razão, na presença do infinito, se deteria sempre deslumbrada por suas dúvidas tão infinitas como o espaço.

CIÊNCIA <> Pelo menos nunca usurpe minha autoridade, não me dê desmentidos nos domínios.

FÉ <> Jamais o fiz e não posso jamais fazê-lo.

CIÊNCIA <> Portanto, jamais aceitou, por exemplo, que uma virgem possa ser mãe sem cessar de ser virgem, e isto dentro da ordem física e natural, positiva, malgrado todas as leis da natureza; você não afirmou que um pedaço de pão não é somente um deus, mas um verdadeiro corpo humano com seus ossos e suas veias, seus órgãos e seu sangue, de modo que você faz de seus filhos que comem este pão, um pequeno povo de antropófagos.

FÉ <> Não existe um  cristão que não seja revoltado por isto que você acaba de dizer. Isto prova bastante que eles não compreendem meus ensinamentos desta maneira positiva e grosseira. O sobrenatural que eu afirmo, está acima da natureza e não saberá, por conseguinte, se opor a ela. Fé, somente repetindo-as, a ciência as transforma. Eu me sirvo de suas palavras, pois não tenho outras, já que você acha meus discursos absurdos, deve nisto concluir que eu dou a essas mesmas palavras uma significação que lhe escapa. O Salvador, revelando o dogma da prece real, não disse ele: “a carne aqui não serve para nada, minhas palavras são espíritos da vida.” não lhe dou o mistério da encarnação como um fenômeno da anatomia, nem aquele da transubstanciação como uma manipulação química. Com que direito você gritaria para o absurdo?  Eu não raciocino sobre nada daquilo que você conhece; com que direito você diria que eu desatinei?

CIÊNCIA <> Começo a compreendê-la, ou antes, vejo que jamais a compreenderei. neste caso, permanecemos separadas, jamais precisarei de você.

FÉ <> Sou menos orgulhosa e reconheço que você pode me ser útil. Talvez também sem mim você seria bem mais triste  e desamparada, e não quero me separar de você, só se a Razão consentir.

RAZÃO <> Abstenham-se de fazê-lo, sou necessário a todos os dois, e eu, que farei sem vocês? Tenho a necessidade de saber e crer para ser justa. Mas não devo nunca confundir que sei com aquilo que acredito. Saber não e mais crer, crer e não saber de novo. O objeto da ciência e o conhecimento, a Fé não se ocupa dele e deixa-o inteiramente a Ciência. O objeto da Fé é o desconhecido, a Ciência pode buscá-lo, mas não defini-lo. Ela é, pois, forçada ao menos provisoriamente, a aceitar as definições da Fé que não lhe é impossível mesmo de criticar. Somente a Ciência renúncia a Fé, ela renuncia a esperança e ao amor, cuja existência e necessidade são portanto tão evidentes para a Ciência e a Fé, como fato psicológico, e do domínio da Ciência, como manifestação da luz de Deus da inteligência humana e do domínio da Fé; a Ciência e a Fé devem pois se aceitar, se respeitar mutuamente, sustentar-se mesmo e se socorrer se for preciso, mas sem jamais invadir uma sobre a outra. O meio de uni-las e de jamais confundi-las, nunca pode haver contradições entre elas, pois servindo-se das mesmas palavras, elas não falam a mesma língua.

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