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A Religiosidade Ontem E Hoje

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Por:   •  22/5/2013  •  1.838 Palavras (8 Páginas)  •  853 Visualizações

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O ser humano é religioso

Quando afirmamos que ser humano é também ser religioso, queremos dizer que a abertura para o mistério, para aquilo que ultrapassa o imediato é básica na nossa existência. O ser humano, historicamente, de maneiras diversas, no tempo e no espaço, sempre se situou afirmativamente com relação ao Transcendente. Espantado diante da complexidade do real, da vida, da natureza, o ser humano lança-se em busca do Absoluto, daquilo que está além das aparências, do contingente, do efêmero. O ser humano vive com sede de eternidade, sede daquilo que extrapola os limites do concreto da existência e, então, torna-se religioso de maneiras diferentes, na história e nos lugares diversos, dependendo de cada cultura.

Devemos afirmar, então, que o ser humano possui religiosidade assim como possui sexualidade, ou o gosto pela música. Se a analogia for válida, poderemos então distinguir, comparativamente, a sexualidade que é um dado universal, e a maneira com que cada povo, cada cultura vive concretamente a sexualidade. Se optarmos pela analogia da música, poderemos facilmente perceber que a musicalidade é de todos, e as tendências musicais, os ritmos, as melodias são diferentes em culturas, épocas e lugares distintos. Assim o é com relação à religiosidade.

2. Religiosidade nos povos da Pré-História

Os povos da Pré-História, nossos ancestrais, não nos deixaram, naturalmente, documentos escritos, nem depoimentos, dado às circunstâncias da vida naqueles tempos. Todavia, temos deles algumas provas arquitetônicas com algumas construções como os túmulos e pinturas nas pedras e nas cavernas. Estes documentos arquitetônicos levaram a Antropologia a concluir que aqueles povos possuíam religiosidade e que buscavam Transcendência à sua maneira. Um dos exemplos é que alguns povos enterravam seus mortos em vasos de argila, com os membros encolhidos, em forma de embrião. Esta atitude nos revela a crença deles na vida após a morte, pois, esta maneira de proceder, diante do sepultamento, mostra que a pessoa, uma vez findada sua vida terrena, vai para uma outra dimensão, tornando-se criança, para recomeçar a viver novamente.

A Antropologia nos revela, também, que em épocas e circunstâncias diferentes, na Pré-História ou na História, em povos que sobreviviam da agricultura, os ritos mudavam, obedecendo aos ciclos da vida: nascimento, crescimento, procriação e morte. Como eles percebiam que as sementes nasciam, tinham seu ciclo de procriação, desenvolvimento e, por fim, voltavam a ser sementes novamente, para renascer; assim também o ser humano, morrendo, ressuscitava numa outra dimensão, como acontecia com a natureza na agricultura.

A sobrevivência, às vezes fácil, às vezes difícil, é sempre um elemento fundamental para o ser humano. A natureza precisa ser entendida, enfrentada, dominada, e a relação homem-natureza, na história, nem sempre foi pacífica. E para a relação com a natureza ser mais dócil, mais fraterna, o ser humano então criou ritos, cultos, que, por vezes, parecem até extravagantes e cruéis. Existiram e ainda existem épocas e povos em que o politeísmo é extremo, com cultos a inúmeros deuses, um deus para cada elemento importante da sobrevivência: um deus da sexualidade, um deus que regula os ciclos das plantações, deuses da natureza desconhecida como trovões, tempestades e fogo.

Entretanto, a grande preocupação do ser humano, não somente na pré-história mas em todas as épocas da história, foi e será sempre o problema do mal. Como entender o sofrimento? A morte? As “desgraças”? As tragédias? A dominação de uns sobre os outros? Para cada época e cultura existe uma resposta diferente para esta problemática. Nossos ancestrais criaram cultos para afugentarem o mal. Cultos estranhos à nossa cultura, nos quais se ofereciam vítimas aos deuses e, não raro, vítimas humanas. Cultos e ritos para aplacarem a ira dos deuses, ou para afugentarem o mal, o opositor ao bem, à ordem. Há que se entender que hoje também existem rituais semelhantes, celebrados secretamente, e estes são práticas que vão contra a Ética da sociedade moderna.

Para esses cultos, era necessário um especialista em ritos e cultos. Surge então o Xamã, houve a época do Xamanismo. O Xamã era e é a pessoa que se apropria de técnicas para o culto como: o canto, tambores, o fetiche com ossos, etc. Na História, ele foi também o curandeiro, o feiticeiro, o pajé, o sacerdote, enfim, o intermediário entre as situações vividas pelas pessoas e o universo invisível de todas as divindades.

Situações dessa natureza poderão ser estudadas não somente na História ou Antropologia, mas também nos livros sagrados mais antigos, quer na Bíblia, quer nos livros do Hinduísmo e outros, onde aparecem situações de cultos, considerados hoje extravagantes, para a comunicação com divindades ou para afugentarem o mal.

De qualquer maneira, nossos antepassados, nas religiões, sempre estiveram abertos para o Transcendente, tendo, em decorrência, uma elevada moral, principalmente no que se refere ao roubo, ao assassinato e ao adultério.

Nos dias atuais, algumas tribos da África, da Índia e também do Brasil possuem características semelhantes: divindades ligadas à natureza, cultos e ritos ( muito diferentes, se comparados às grandes religiões instituídas), religiosidade, e uma Ética que tem como fundamento a busca do Transcendente, do Absoluto, daquilo que está além das aparências. Alguns os qualificam, por isso, de primitivos, o que no nosso modo de entender, pode ser falacioso, porque eles são povos diferentes, de cultura ligada à natureza e por isto seus ritos e sua religiosidade adquirem sentido a partir da natureza onde eles vivem.

3. Religiosidade no paradigma moderno cientificista

Com o advento da Ciência moderna ocidental, que hoje coordena praticamente todas as esferas da existência, nos últimos séculos, o sentido das coisas passou a ser a experiência empírica, aquilo que é quantificável, medido. Com isso, a humanidade perdeu muito a sensibilidade pelo universal ou, se quisermos, a religiosidade deixou de se situar na esfera da metafísica, do transcendente, e o sentido último das coisas começou a ser buscado no universo da Ciência, no Racionalismo.

A educação e principalmente a Universidade que formou os professores que hoje atuam em nossas escolas, afogadas na concepção positivista e racionalista, deu respostas para perguntas muito

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