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Ave, Сristo

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Por:   •  25/3/2014  •  Artigo  •  3.865 Palavras (16 Páginas)  •  202 Visualizações

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AVE, CRISTO!

PREFÁCIO - Hoje, como outrora, na organização social em decadência, Jesus avança no mundo, restaurando a esperança e a fraternidade, para que o santuário do amor seja reconstituído em seus legítimos fundamentos.

Por mais se desenfreie a tormenta, Cristo pacifica.

Por mais negreje a sombra, Cristo ilumina.

Por mais se desmande a força, Cristo reina.

A obra do Senhor, porém, roga recursos na concretização da paz, pede combustível para a luz e reclama boa vontade na orientação para o bem.

A idéia divina requisita braços humanos.

A bênção do Céu exige recipientes na Terra.

O Espiritismo, que atualmente revive o apostolado redentor do Evangelho, em suas tarefas de reconstrução, clama por almas valorosas no sacrifício de si mesmas para estender-se, vitorioso.

Há chamamentos do Senhor em toda a parte.

Enquanto a perturbação se alastra, envolvente, e enquanto a ignorância e o egoísmo conluiados erguem trincheiras de incompreensão e discórdia entre os homens, quebram-se as fronteiras do Além, para que as vozes inolvidáveis dos vivos da eternidade se expressem, consoladoras e convincentes, proclamando a imortalidade soberana e a necessidade do Divino Escultor em nossos corações, a fim de que possamos atingir a nossa fulgurante destinação na vida imperecível.

Alinhando pois, as reminiscências deste livro, não -nos pro pomos romancear, fazer literatura de ficção, mas sim trazer aos nossos companheiros do Cristianismo redivivo, na seara espírita, breve página da história sublime dos pioneiros de nossa fé.

Que o exemplo dos filhos do Evangelho, nos tempos pós-apostólicos, nos inspire hoje a simplicidade e o trabalho, a confiança e o amor, com que sabiam abdicar de si próprios, em serviço do Divino Mestre! que saibamos, quanto eles, transformar espinhos em flores e pedras em pães, nas tarefas que o Alto depositou em nossas mãos!...

Hoje, como ontem, Jesus prescinde das nossas guerrilhas de palavras, das nossas tempestades de opinião, do nosso fanatismo sectário e do nosso exibicionismo nas obras de casca sedutora e miolo enfermiço.

O Excelso Benfeitor, acima de tudo, espera de nossa vida o coração, o caráter, a conduta, a atitude, o exemplo e o serviço pessoal incessante, únicos recursos com que poderemos garantir a eficiência de nossa cooperação, em companhia dele, na edificação do Reino de Deus.

Suplicando-lhe, assim, nos ampare o ideal renovador, nos caminhos de árdua ascensão que nos cabe trilhar, repetimos com os nossos veneráveis instrutores dos primeiros séculos da Boa Nova:

— Ave, Cristo! os que aspiram à glória de servir em teu nome te glorificam e saúdam!

EMMANUEL

Pedro Leopoldo, 18 de abril de 1953.

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PRIMEIRA PARTE

Preparando caminhos

Quase duzentos anos de Cristianismo começavam a modificar a paisagem do mundo.

De Nero aos Antoninos, todavia, as perseguições aos cristãos haviam recrudescido. Triunfantemente assentada sobre as sete colinas, Roma prosseguia ditando o destino dos povos, à força das armas, alimentando a guerra contra os princípios do Nazareno, mas o Evangelho caminhava sempre, por todo o Império, construindo o espírito da Era Nova.

Se na organização terrestre a Humanidade se desdobrava em movimentação intensa, no trabalho da transformação ideológica, o serviço nos planos superiores atingia culminâncias.

Presididas pelos apóstolos do Divino Mestre, todos então na vida espiritual, as obras de soerguimento humano multiplicavam-se, em vários setores.

Tornara Jesus ao sólio resplendente de sabedoria e de amor, de onde legisla para todas as criaturas terrenas, mas os continuadores do seu ministério, entre os homens encarnados, qual enxame crescente de abelhas da renovação, prosseguiam ativos, preparando o solo dos corações para o Reino de Deus.

Enquanto exércitos compactos de cristãos desapareciam nas fogueiras e nas cruzes, nos suplícios intermináveis ou nas mandíbulas das feras, templos de esperança se levantavam felizes, além das fronteiras de sombra, dentro dos quais falanges enormes de Espíritos convertidos ao Bem se ofereciam para a batalha de suor e sangue, em que, usando a vestimenta física, dariam testemunhos de fé e boa vontade, colaborando na expansão da Boa Nova, para a redenção da Terra.

Assim é que, em formosa cidade espiritual, nas adjacências da Crosta Planetária, vamos encontrar grande assembléia de almas atraídas ao Roteiro Divino, escutando a exortação de iluminado orientador, que lhes falava, de coração posto nos lábios:

— Irmãos — dizia ele, envolvido em suaves irradiações de luz —, o Evangelho é código de paz e felicidade que precisamos substancializar dentro da própria vida!

O Sol que jorra bênçãos sobre o mundo incorpora-se à natureza, sustentando-a e renovando-lhe as criações. A folha da árvore, o fruto nutriente, o cântico do ninho e a riqueza da colméia são dádivas do astro sublime, materializadas pelos princípios da Eterna Inteligência.

Cristo é o Sol Espiritual dos nossos destinos.

Urge, pois, associarmo-nos voluntàriamente aos ensinamentos dele, concretizando-lhes a essência em nossas atividades de cada dia.

Não podemos esquecer, entretanto, que a mente do homem jaz petrificada na Terra, dormindo nas falsas concepções da vida celeste.

A política de dominação militar asfixiou as velhas tradições dos primitivos santuários. As cortes romanas abafaram as vozes da filosofia grega, como os povos bárbaros enforcaram a revelação egípcia.

Adensou-se o nevoeiro da estagnação e da morte entre as criaturas.

As águias imperiais assentaram na cega idolatria de Júpiter a mentirosa religião da vaidade e do poder...

E enquanto os deuses de pedra absorvem os favores da fortuna, alonga-se a miséria e a ignorância do povo, reclamando o pronunciamento do Céu.

Como se expressará, porém, a intervenção divina, sem a cooperação humana?

Sem

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