COMO NASCEU A VOCAÇÃO MISSIONÁRIA DE PAULO

CAPÍTULO PRIMEIRO

COMO NASCEU A VOCAÇÃO MISSIONÁRIA DE PAULO

1.1 A vida de Paulo

Paulo nasceu em Tarso, na Cilícia, entre os anos 5 ou 10 d.C (At 21,39; 22,3). Era de família Judia (At 22,3; 21,39). Da tribo de Benjamim (Rm 11,1; Fl 3,5). Era cidadão Romano (At 28,16-37). Tinha por Mestre Gamaliel, desde sua juventude, em Jerusalém (Gl 1, 14; At 22,3; 26,4). Foi perseguidor da jovem igreja cristã (Gl 1,13). Tal conduta, implicou na morte de Estevão (At 7,58; 8,1).

Paulo escolhido pela vontade de Deus(1Cor1,1); Paulo servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, que ele já tinha prometido por meio dos profetas nas Sagradas Escrituras(Rm1,12). “Mas o que era para mim lucro tive-o como perda, por amor a Jesus Cristo...não que eu já tenha alcançando ou que já seja perfeito, mas prossigo para ver se alcanço, pois que também já fui alcançando por Cristo Jesus” (Fl 3,7.12). “Quando, porém, aquele que se separou desde o seio materno e me chamou por sua graça, houve por bem revelar em mim seu Filho, para que eu o evangelizasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, mas fui a Arábia, e voltei novamente a Damasco” (Gl 1,15-17).

Partindo dos autotestemunhos de Paulo, chega-se às seguintes conclusões: Paulo teve uma visão do Cristo Ressuscitado, reconhecendo nele o Filho de Deus cercado da glória celeste. Ele sente-se como que agarrado por Cristo. Desmoronou-se todo passado de zelador para lei mosaica e de fariseu. E, pôs-se a serviço do ressuscitado na qualidade de apóstolo. Era como se Deus tivesse repetido a criação da luz nos primórdios do mundo, com a diferença de que agora se tratava duma luz espiritual que lhe permitiu enxergar a glória divina na face de Cristo.

Paulo foi eleito! A “eleição” divina é da essência do amor de Deus, é sua força criadora, constituir o amado como escolhido, como distinguido e único no meio da multidão.

A eleição é algo divino, que “vem do alto” (Tg 1, 17). O apelo do Deus que chama chega até nós através dos clamores que nos vem da humanidade (Ex 3,7-10).

Sentindo profundamente arrastado por Jesus. Paulo deixou-se mergulhar nesse profundo mistério de salvação. Vive um perfeito desapego total. Paulo já não manda.  Deus não pediu licença:  entrou sem mais e o derrubou (At 9,4; 22,7; 26,14). Como Jeremias, Paulo podia dizer: “Seduziste-me Senhor, e eu me deixei seduzir. (Jr 20,7)”. Fui apanhando por Ele (Fl 3, 12). É como se Deus tivesse atrás de Paulo com o laço na mão e, de repente, o apanhasse pelo pé e o derrubasse no chão.

Quedam, cegueira, aborto! Estas imagens falam por si. Deixam transparecer algo que Paulo viveu. Sugerem a ruptura que houve. Revelou o fracasso do sistema em que ele vivia. Apareceu o nada de Paulo, de onde vai nascer o tudo de Deus! “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Ou “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13).