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Evangelho Inclusivo

Por:   •  29/5/2016  •  Projeto de pesquisa  •  10.230 Palavras (41 Páginas)  •  329 Visualizações

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TEOLOGIA INCLUSIVA

 

1. INTRODUÇÃO A TEOLOGIA INCLUSIVA

Antes de começarmos a estudar sobre Teologia Inclusiva é importante destacar que até sermos alcançados por essa graça libertadora, destacamos que a bíblia já foi utilizada para disseminar formas de preconceito, isso já aconteceu várias vezes na história. Na época da escravidão homens brancos utilizavam textos bíblicos para alegar que os negros não tinham alma e que estes eram como animais, por isso os brancos se achavam no direito de escravizá-los. Acredite se quiser, mas essa afirmação era sustentada teologicamente por evangélicos na Europa e na América do Norte, textos como 1 Pedro 2:18 e 1 Timóteo 6:1, eram utilizados para justificar essa barbaridade:

1 Pedro 2:18

Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e amáveis, mas também aos maus.

1 Timóteo 6:1

Todos os que estão sob o jugo da escravidão devem considerar seus senhores dignos de todo o respeito, para que o nome de Deus e o nosso ensino não sejam blasfemados.

Analisando os textos anteriores poderíamos afirmar então que Pedro e Paulo defendiam o trabalho escravo? Claro que não! O fato é que o trabalho escravo era uma pratica jurídica que fazia parte da própria organização do trabalho naquela época, nesse contexto os autores alertam seus leitores que viviam sobre um regime de escravidão, que se alegrassem por que não há maior alegria do que estar em Cristo Jesus, pois em breve estariam na graça de Deus.

Durante o Império Romano, havia uma forte desigualdade originada do sistema escravagista, onde de um lado um grupo pequeno dominava e vivia na riqueza, e de outro lado, a maioria que trabalhava e vivia na pobreza, e, mais ainda, na escravatura. Nessa época, existia basicamente três distintas classes, a dos homens livres ou senhores, dos escravos e libertos. O Apóstolo Paulo que tinha uma grande preocupação com a liberdade do trabalhador e com as desigualdades sociais, como missionário incansável, denunciou essa estrutura através de sua pregação, e se posicionou diante do sistema escravagista com uma postura libertadora, através de uma carta escrita a Filêmom, Ápia e Árquipo, bem como à igreja.

1.1 – Preconceito contra Negros.

A má contextualização destes textos, foi usada para maltratar, assassinar, violentar, abusar, assediar e persuadir milhares de Negros/Índios por séculos. Estes foram inferiorizados considerados indignos de receber o amor de Deus.

Quantos negros foram condenados ao inferno por evangélicos brancos?

Essa triste realidade começou a ser mudada na década de 60, quando a maior parte dos protestantes da América do Norte começaram a mudar esse conceito equivocado, porém, essa mudança teve um início conturbado e muitos pastores que pregavam a palavra de Deus para os negros foram, perseguidos e até mortos, mesmo assim muitas igrejas tradicionais como a Batista e a Presbiteriana tinham entrada e acomodações diferentes para os negros e brancos.

1.2 – Preconceito contra Mulheres.

Outro alvo do preconceito sustentado pelos protestantes era contra as mulheres. Hoje é comum encontramos em nossas igrejas pastoras, bispas e diaconisas, porém veja o que diz os textos abaixo: I Coríntios 14: 34 e 35

34 . As mulheres devem permanecer em silêncio nas igrejas, quando não lhes é permitido falar; mantendo-se em atitude de respeito, como também a Lei ordena. 35Se desejarem saber mais sobre algum ensino, questionem a seus maridos em casa; porque, para a mulher é vergonhoso conversar durante as reuniões da igreja.

I Timóteo 2:12 "

12Não permito que a mulher ensine nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio.

Tendo por base estes ensinamentos contextualizaram que a mulher estaria cometendo pecados graves de desobediência ao realizar atividades semelhantes durante as reuniões. Analisando o contexto histórico social da época, entendemos que aquelas sociedades eram patriarcais, isso significa que o homem exercia a função do pai, do dono e do marido e a mulher tinha somente a função de reproduzir e servir. Não podemos dizer que vivemos isso hoje em dia, pois a mulher está em pé de igualdade com o homem na maioria dos ambientes sociais. Levando em consideração o meio cristão existem muitas mulheres que são abençoadas e nos abençoam. Não deveria Deus então fulminá-las? Já pensou uma pessoa ser afastada do amor de Deus por ser negra? Ou uma mulher impedida de dar bons frutos, pregar e viver o seu chamado só porque é mulher? Isso não seria correto!

Não podemos perpetuar um evangelho de preconceito, porque preconceito não é evangelho.

Atos 10: 34 e 35

E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.

Bem, o problema agora era onde inserir o homoafetivo nesse contexto todo? Uma vez que do Genesis ao Apocalipse encontramos textos que os condenam e os julgam sem qualquer tolerância, textos que ao pé da letra deixam claro que tais práticas são abominados por Deus. Para este fim foi criada a Teologia Inclusiva. Mas o que de fato seria esta Teologia? Seria uma nova teologia que despreza tudo o que foi conquistado nesses anos por grandes teólogos e estudiosos? Então estão todos eles errados e somente os adeptos a T.I (Teologia Inclusiva) é quem estão certos? Seria correto afirmar isso? Obviamente que não!

A Teologia Inclusiva é uma linha de interpretação da Teologia que utiliza da exegese e hermenêutica desses textos para extrair todo o contexto histórico e social vivido naquela época.

Difundida no meio cristão na década de 60, por pastores e padres teólogos e, acredite ou não grande parte heterossexuais, mas que entenderam que a bíblia não oferece argumentos suficientes para condenar os homoafetivos ao inferno. A T.I. traz uma nova leitura destes textos a fim de desmistificar uma condenação imposta e trazer o reino de Deus para os homoafetivos, alvo principal desse preconceito.

A aceitação é um momento único com Deus, um momento de conforto em que o Criador lhe dá a certeza que, exatamente como você foi criado, você é e continua sendo a Sua imagem e semelhança, a Sua criação mais perfeita. É um momento espiritual e talvez o estudo da T.I nos auxilie a o entender melhor, entretanto em primeiro lugar, deve-se buscar essa experiência com Deus em nossas orações e devocionais.

Partindo desse principio vamos a "exegese e hermenêutica destes textos" e entender porque os textos utilizados pelos teólogos e fundamentalistas não são suficientes para qualquer tipo de condenação.

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