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MESTERS, Carlos. Paulo apóstolo um trabalhador que anuncia o Evangelho. São Paulo: Paulinas, 1991. 143 p.

Por:   •  19/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.295 Palavras (10 Páginas)  •  1.123 Visualizações

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RESUMO DO LIVRO

Aluno/a: Guilherme Andrade

Componente curricular/disciplina: SAT II - Paulo Apóstolo: ontem e hoje

Curso: Bacharelado em Teologia

Docente: Flávio Schmitt

Escola Superior de Teologia / 2° Semestre/2015

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Referência:

MESTERS, Carlos. Paulo apóstolo um trabalhador que anuncia o Evangelho. São Paulo: Paulinas, 1991. 143 p.

Resumo:

O JUDEU PRATICANTE: DO NASCIMENTO AOS 28 ANOS

Não se sabe muito sobre a vida de Paulo durante este período, pois a Bíblia não nos traz estas informações, embora este seja o mais longo da vida de Paulo. Mesmo assim há registros de outros escritos da época, tanto judaicos, quanto gregos e romanos.

Como nos relatam alguns textos bíblicos (At 9.11; 21.39; 22.3) , Paulo nasceu na cidade de Tarso, Ásia Menor, região da Cilícia, atual Turquia. Conforme o cálculo de alguns estudiosos, era uma grande cidade, bastante populosa, com aproximadamente 300.000 habitantes.

Tarso era um centro muito importante de cultura e também comércio. Por lá passava a estrada romana que ligava o Oriente e o Ocidente, também possuía um porto, que era muito ativo.

Bairros judeus poderiam ser encontrados em quase todas as cidades do Império Romano. Os judeus da diáspora (dispersão), dentro deste contexto (nos bairros destas cidades), tinham suas sinagogas e organização comunitária.

Como podemos ler nos relatos bíblicos, Jerusalém era considerada o centro espiritual de todos os judeus. Isso explica o fato de Paulo (nascido em Tarso), ter sido criado em Jerusalém (At 22.3; 26.4-5).

Conforme Gl 1.14, Paulo, nascido numa família judaica, foi criado dentro das exigências da Lei de Deus e das "tradições paternas". Ao contrário do que se possa pensar (pelo fato de os judeus estarem distantes de sua terra), estes eram judeus praticantes.

Como era de costume e acontecia com todos os meninos judeus da época, Paulo recebe de seus pais (em casa), a formação básica, assim também na sinagoga e na escola, que era ligada à sinagoga.  Esta formação básica compreendia: aprender a ler, estudar a Lei de Deus e a história do povo; assimilar as tradições religiosas; aprender as orações, sobretudo os salmos. O método utilizado para este aprendizado era: pergunta e resposta; repetir e decorar; disciplina e convivência.

Além desta formação básica, Paulo recebeu uma formação superior em Jerusalém. Era discípulo de Gamaliel, estudou aos pés deste (At 22.3). O estudo que Paulo recebeu continha as seguintes "matérias":

  1. Estudo da lei, a Torá (leituras frequentes até decorá-la);
  2. Estudo da Halaká (Tradição dos Antigos – regulamenta a vida do povo de acordo com a lei);
  3. Estudo do Hagadá (histórias do passado descritas na Bíblia – capacita os alunos a ler os fatos atualizados à luz da fé);
  4. As regras do Midrash (interpretação da Bíblia – busca do sentido que a Sagrada Escritura tem para a vida do povo e das pessoas)

A leitura da Escritura era o eixo principal da formação e marcava a piedade do povo. Desde criança, os judeus aprendiam a Bíblia (2Tm 3.15). Da Escritura Paulo tirava a “sabedoria”, “ensinamento”, “perseverança", "consolação” e “esperança”. Considerava-se destinatário daqueles escritos antigos e cria que o Espírito de Deus age sobre o povo através da Escritura Sagrada (2Tm 3.16-17). Através desta prática do povo judeu, temos a origem da "leitura orante" que hoje fazemos da Bíblia.

De acordo com Atos 18.3, Paulo era fabricante de tendas. Deve ter aprendido a profissão com o seu pai, conforme os costumes da época. Este aprendizado se dava início aos treze anos de idade e durava cerca de dois ou três anos. O trabalho do aprendiz era muito árduo, trabalhava de sol a sol e obedecia a uma disciplina rígida.

 Paulo sempre fez questão de dizer que era Cidadão Romano, (At 16.37), e que tinha esse direito de "nascença" (At 22.29), isto quer dizer, recebeu de seu pai. Muito provavelmente seu pai ou avô apropriou-se da Cidadania Romana para poder passá-la aos filhos. Para tal, necessitava-se de uma imensa quantidade de dinheiro (At 22.28). Alguns estudiosos sobre o assunto acreditam que o pai deve ter sido dono de uma oficina com empregados. É provável que Paulo tenha aprendido a profissão não tanto para poder sobreviver, mas muito mais para poder administrar os "negócios" do pai.

Ele era um judeu praticante, sempre foi um homem profundamente religioso, irrepreensível na mais estrita observância da Lei (Fl 3.6; At 22.3), era zeloso por demais pelas tradições paternas (Gl 1.14). Para defender a sua crença, chegou a perseguir os cristãos, achando que agindo assim estava fazendo um favor a Deus (At 26.9-11).

O ideal da observância da Lei teria animado Paulo durante os primeiros 28 anos da sua vida (Fl 3.5-6). Teria chegado o memento dele descobrir que o ideal da observância não era capaz de levá-lo até Deus, pois não bastava conquistar a justiça. O testemunho de Estêvão é que faz Paulo entrar em crise.

Muito provavelmente eles tivesse sido colegas, mas os caminhos os separaram. Estêvão se converteu ao cristianismo, ou seja, entrou na nova comunidade, criada fazia três ou quatro anos. Paulo era contra essa decisão de Estêvão e o conflito entre os dois foi violento.

Perante o Sinédrio, Estêvão interpretou a história de Moisés como espelho da história de Jesus (At 7.1-50). Para ele, condenar Jesus era o mesmo que condenar o próprio Moisés. Estêvão acusa os judeus de serem cegos e surdos diante da Palavra de Deus manifestada em Jesus, pois este era o Justo a quem se referira (At 7.51-53).

A reação a este discurso foi extremamente violenta: agarraram Estêvão e o apedrejaram (At 7.54-60). Paulo testemunhou e aprovou a morte de Estêvão (At 8.1). À semelhança de Cristo quando açoitado e pendurado no madeiro, Estêvão também isentou seus executores de culpa, dizendo: "Senhor, não os condenes por este pecado!" (At 7.60).

Em face da morte, Estêvão vê o céu aberto, isto é, está sendo acolhido por Deus; está no lugar onde Deus o quer. Ele sim é Justo! No momento de morrer, ele possuía a justiça que Paulo não conseguia alcançar, apesar de seu imenso esforço em observar a Lei. Já Estêvão alcança esta justiça sem observar a Lei. Pois sua condenação foi justamente por ser considerado transgressor dessa Lei (At 6.11).

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