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Modelo de intervenção

Tese: Modelo de intervenção. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/5/2014  •  Tese  •  2.959 Palavras (12 Páginas)  •  185 Visualizações

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A psicóloga relatou o processo de chegada e intervenção dos pacientes com quadro de esquizofrenia nesses serviços, quais os procedimentos adotados e seu papel como psicóloga.

Ela relatou que quando o paciente chega ao CAPS normalmente a pessoa chega numa crise e já teve um diagnóstico anterior feito por um psiquiatra, então é realizada inicialmente uma triagem e depois todo um planejamento terapêutico para essa pessoa. Caso o nível de confusão seja muito grande, esta pessoa é encaminhada para mais um período no hospital psiquiátrico de referencia da região.

No hospital a pessoa chega à emergência psiquiátrica, ele vai ser medicado, há uma breve triagem feita pelo médico, assistente social ou psicólogo com o paciente junto com a família, ou um acompanhante que traga o paciente. Porque algumas informações o paciente não vai ser capaz de fornecer, então é uma triagem rápida e ele já vai para medicação e fica sob observação, por 24 horas e em seguida dá-se a internação, ou no pronto-socorro de emergência mesmo, ou em outro hospital, depende da necessidade.

O paciente vai sendo reavaliado sobre a necessidade de permanecer ali, tem a reavaliação constante da medicação e então se inicia o procedimento dentro do hospital, que é uma avaliação por equipe multidisciplinar, ele passa por uma equipe de terapeutas ocupacionais, psicólogos e uma assistente social que vai avaliar a situação cultural, familiar, de conhecimento, e no que ele pode se adaptar no hospital, e isso varia de caso a caso.

Já no CAPS irá ser dada toda uma atenção às necessidades básicas em todos os níveis, a questão de moradia, a realidade familiar, com a assistente social. A questão psicológica, com o psicólogo, ele vai participar geralmente de grupos, para que haja um contato, apesar da dificuldade própria do quadro, para que haja um contato com as emoções, com a demanda que ele trás. Vai passar também por um psiquiatra que vai avaliar uma vez na semana a medicação que ele tá tomando, porque no quadro mais agudo, normalmente no CAPS o paciente chega ao quadro mais agudo, ele precisa de uma intensidade no contato com o psiquiatra, para ver efeitos colaterais da medicação, se ele está tomando a posologia adequada ou não, o contato com o uso da medicação, pois segundo ela a medicação é algo que em geral esses pacientes rejeitam.

Ela relata os pacientes esquizofrênicos são geralmente confusos, com quadros de alucinações, de delírios e com uma critica muito forte em relação à medicação, eles acreditam que a medicação está interferindo muito mais na vida deles do que propriamente os sintomas. Então esse é o acompanhamento e o trabalho com o terapeuta ocupacional é fundamental no CAPS, senão esses pacientes ficam muito ociosos, ela desenvolve todo um espaço dentro da necessidade dele para que ele crie uma atividade, um movimento para a vida dele, seja a dança, os trabalhos manuais, seja a música, o teatro, trabalhos artísticos com tinta, gesso, enfim, para criar um movimento, uma ação.

A intervenção do psicólogo com esses pacientes pode acontecer num nível individual, num primeiro momento acolhendo os sintomas desse paciente, a psicóloga relata:

- Eu não vou estar justificando nem interferindo, porque ele não tem senso critico para estar interferindo, então num primeiro momento o trabalho de acolhimento dos sintomas e daquela pessoa que está comigo. Então num segundo momento quando essa pessoa vai tendo certa estruturação emocional e mental propriamente, aí sim se pode encaminha-lo para um grupo terapêutico. Geralmente se divide grupo para esquizofrênicos, definidos e não definidos e outros casos com outros diagnósticos. Primeiro é um acolhimento e um ouvir a historia do outro, assim ele conseguem aos poucos perceber o que é “normal”, dentro do que aquela pessoa está trazendo e o que não. Eles próprios vão criando uma situação de ajuda, e nós só vamos intermediando essa conversa é bem uma conversa na qual se vai dando algumas devolutivas, algumas informações para o paciente.

Perguntamos se na opinião dela todos os casos de esquizofrenia deve ser tratados com medicação, ela disse que sim, nos casos comprovados de esquizofrenia a medicação é essencial, quando realmente há uma cisão, um quadro de sintomas bem característicos como os delírios (formações mais fechadas) sem senso critico e as ideias delirantes, o delírio é toda uma história já as ideias delirantes são quadros menos graves e as alucinações, então na concepção dela há necessidade de medicação, porém com muita reavaliação e adequação do processo medicamentoso. Ela fala que a reavaliação faz com que a pessoa que pode ter um outro nível de tratamento às vezes até sem medicação posa dar esse passo, mas em geral é medicamentoso.

Ele coloca também que de forma nenhuma a medicação somente deve ser o procedimento, toda uma equipe multidisciplinar deve estar envolvida para dar conta de tudo, do contexto total.

Modelo de intervenção.

Após comparar as intervenções realizadas no filme e a entrevista da psicóloga percebemos que os procedimentos não foram muito adequados com N., em nenhum momento vemos a busca por um tratamento psiquiátrico por parte das pessoas ao redor de N, nem o jornalista, nem o enfermeiro, nem a irmã falam sobre isso ou acompanham o paciente nessa necessidade.

Segundo a psicóloga, casos como de N. devem sim ser medicados e acompanhados por equipe especializada. Entretanto, o filme mostra o trabalho em grupo que nos pareceu ter os mesmos moldes que a terapeuta colocou, entretanto sem a divisão por patologia que ela sugeriu, no filme vemos pacientes que parecem ter quadros variados de alteração num mesmo grupo.

Percebemos na fala da psicóloga como o diagnóstico, a terapêutica e a medicação adequada podem ajudar no tratamento do paciente esquizofrênico. Na cena em que S.L. dialoga com o enfermeiro, ele critica o uso de remédios e os diagnósticos, entretanto, se mostra favorável ao trabalho de grupo, como a psicóloga também relatou.

Ao discutirmos em grupo e conversarmos com a psicóloga, acreditamos que as intervenções realizadas por S.L. foram inadequadas, bem como as orientações dadas pelo enfermeiro responsável do abrigo. Uma pessoa com esquizofrenia deve passar por uma avaliação e tratamento medicamentoso e terapêutico. Se considerarmos a situação de rua de N., acreditamos que o contato com a família e uma situação de vida melhor seja fundamental para que o atendimento profissional possa acontecer de fato. Assim, também acreditamos que apesar da “intervenção” de S.L.

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