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Musica Religiosa no Brasil Colonia

Por:   •  31/7/2019  •  Ensaio  •  1.280 Palavras (6 Páginas)  •  183 Visualizações

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Louvor ao Deus Soberano

Salmo 136.1-3

Dentre tantos maravilhosos Salmos escritos, o 136 ganha proeminência, sendo conhecido como “o grande hallel” ou grande cântico de louvor e exaltação a Deus. Este salmo era cantado no final da ceia pascal e certamente foi o hino entoado pelo Senhor Jesus, após a Ceia com os discípulos (Mateus 26.30). Ao longo de sua composição são referenciadas as grandiosas obras de Deus e sua maravilhosa intervenção na história da humanidade, especialmente na redenção e preservação do povo escolhido. E a cada verso é relembrado o fato de que isso acontece “porque a sua misericórdia dura para sempre”.

Neste Salmo, o povo é conclamado a render graças ao Senhor. Contudo, o apelo do salmista não diz respeito a uma mera expressão de gratidão, como “eu te agradeço” ou “muito obrigado”, refere-se antes, ao reconhecimento íntimo de cada benefício Divino. O render graças, expresso neste Salmo, diz respeito ao prostrar-se em profundo reconhecimento à superioridade do Objeto de tal louvor. O texto lido, expressa não apenas um convite ao louvor, mas apresenta o alvo de tal engrandecimento e gratidão: o próprio Deus. Outrossim, o salmista conclama o povo à adoração a Alguém que é o fundamento de toda autoridade, que não necessita de motivos outros para receber o louvor. Destarte, ele inicia este Salmo, rendendo graças a Deus por quem ele é em sua essência, apresentando antes de tudo, os gloriosos atributos do Ser Divino e somente depois são referenciados seus poderosos e gloriosos feitos. Assim...

  1. O salmista convoca o povo escolhido a render graças a Deus porque “Ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre” (01)

O que o salmista apresenta neste verso é o fato de que Deus é essencialmente bom. A bondade faz parte de sua natureza, diz respeito a quem ele é em sua essência. E a sua bondade é naturalmente refletida na vida das suas criaturas, podendo ser definida como a perfeição de Deus que faz com que ele trate amável e generosamente todas as suas criaturas. Dessa forma, quando o salmista afirma que Deus é bom, ele está asseverando que Deus é a fonte de toda bondade. Essa bondade que não pode ser dissociada de seu amor é refletida no plano da redenção, no qual Deus enviou seu amado Filho para nos salvar. Diante disso, podemos afirmar com convicção que a nossa salvação é resultado do bondoso amor de Deus para com os eleitos. Não obstante, devemos fugir da ideia incoerente de que Deus é bom apenas quando atende nossas orações, nos concede livramentos e/ou supre nossas necessidades, pois ele é bom em todo o tempo.

Se por um lado Deus é bom em todo o tempo, por outro, a sua misericórdia não tem fim, ela “dura para sempre”. É importante entendermos isto, pois o conceito de que a misericórdia de Deus é eterna, não é algo sem fundamento, pois assim como a bondade, ela compõe a essência Divina, ou seja, faz parte de seus gloriosos atributos, diz respeito não ao que Deus possui, mas a quem ele é em essência; por essa razão o profeta Jeremias pôde afirmar com toda convicção que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã” (Lamentações 3.22-23a).

O fato é que a bondade e a misericórdia de Deus estão entrelaçadas e andam de mãos dadas, unidas, inseparáveis. Destarte, Deus é bom porque a sua misericórdia dura para sempre e a sua misericórdia dura para sempre porque Ele é bom.

  1. O salmista convoca o povo escolhido a render graças a Deus porque Ele é o Deus dos deuses (02)

Embora pareça sem sentido a afirmação óbvia do salmista de que Deus é o Deus dos deuses, devemos observar que os povos circunvizinhos de Israel eram politeístas, ou seja, adoravam a diversos deuses e nesse contexto, havia também, um conceito conhecido como enoteísmo, que afirma que existe um Deus que é superior a todos os outros deuses e que domina sobre todos eles. Deste modo, a intenção do salmista ao afirmar que Deus é o Deus dos deuses, é a de demonstrar a superioridade do Deus de Israel, o Senhor Todo-Poderoso.

É interessante como a soberania de Deus é evidenciada no relato de             I Samuel 5, quando o deus dos filisteus, Dagon, se dobra diante da Arca da Aliança, a qual representava a presença do Deus vivo e verdadeiro. Mas, não apenas isto, o deus dos fenícios, Baal, foi igualmente humilhado diante de seus sacerdotes, quando Elias os desafiou no monte Carmelo (I Reis 18). O fato é que Deus domina sobre tudo e sobre todos, inclusive sobre a vã imaginação dos homens e seus falsos deuses.

Ao afirmar que Deus é o Deus dos deuses, o salmista expressa de maneira inequívoca e incontestável o fato de que Deus é superior aos falsos deuses e somente Ele merece ser adorado, honrado e glorificado. Assim sendo, o povo é conclamado a render graças ao único e verdadeiro Deus, o Deus dos deuses. Neste sentido, o salmista Davi declara com propriedade que       esse Deus é único e incomparável (ver Salmo 86.8-10).

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