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O Profeta Isaias

Por:   •  30/8/2016  •  Dissertação  •  2.997 Palavras (12 Páginas)  •  531 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho se propõe a realizar um estudo, ainda que de forma superficial, sobre os profetas do Antigo Testamento, tendo como foco o profeta principal o profeta Isaías.

 De início são apontados alguns conceitos sobre a etimologia da palavra profeta. Em seguida são tecidos alguns comentários sobre o termo vidente usado anteriormente para designar os homens chamados por Deus.

Mais adiante é apresentada uma visão dos profetas do Senhor, do Reino de Judá e do Reino de Israel, e a atuação do ministério profético de cada um, dentro dos períodos vividos pelo povo de Israel, quais sejam, pré-exílio, exílio e pós-exílio.

 Por último, é apresentada a atuação do maior de todos os profetas de Israel: Isaías.

Durante a abordagem feita são apresentados e comentados os livros do 1º Isaías ou Proto-Isaías, 2º Isaías ou Dêutero-Isaías e 3º Isaías ou Trito-Isaías.          

Ao final este autor expõe as suas conclusões sobre o tema estudado.

                 

CAPÍTULO 1

NOÇÕES SOBRE PROFECIA

A palavra profeta tem a sua origem na palavra “prophétes”, que significa vindo de advogar ou discursar em público.

Em latim a palavra “propheta” é composta do radical pro (à frente, mais adiante, ou para, em nome de), mais a raiz phanai (falar), ou seja, propheta vem a ser uma pessoa que falava o que ia acontecer mais adiante ou em nome de alguém.

Já no hebraico, a palavra profeta corresponde a nabi, homem de Deus, aquele convocado por Ele para falar em seu nome. No contexto bíblico, o termo nabi passou a ser aplicado às figuras explícitas que são chamadas e anunciam a vontade de Deus a respeito do homem e do mundo: ”E o Senhor estendendo em seguida a sua mão, tocou-me na boca. E assim me falou: Eis que coloco as minhas palavras nos teus lábios. Vê, dou-te hoje o poder sobre as nações e sobre os reinos para arrancares e demolires, para arruinares e destruíres, para edificares e plantares”. (Jr 1, 9-10).

O significado de nabi pode ser mais bem compreendido no Livro do Deuteronômio, onde Deus diz “eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre seus irmãos: pôr-lhe-ei minhas palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as minhas ordens.

No Livro de Samuel, Primeiro Livro, verifica-se que antes de serem chamados profetas, os homens escolhidos por Deus eram chamados videntes, aqueles a quem Ele revelava os acontecimentos futuros, por meio de sonhos, visões ou aparições de anjos: “antigamente, em Israel, todo o que ia consultar a Deus, dizia vinde vamos ao vidente. Chamava-se então vidente ao que hoje se chama profeta”. (1 Sm ,9).

Os videntes tinham enorme autoridade religiosa e influência. Normalmente, eles eram tidos como conselheiros e instrutores da Lei de Deus.

Além de transmitir as mensagens de Deus, os profetas usavam de parábolas proféticas, como por exemplo, a comparação da desobediência do povo com a obediência dos recabitas (Jr 35, 13-18), a destruição do cinto de linho com a destruição da soberba de Judá. (Jr 13,1-8).

Era comum o profeta no Antigo Testamento, assim se expressar: “Assim diz o Senhor!”, quando transmitia a palavra de Deus, uma vez que Deus se comunicava verdadeiramente pela boca dos profetas.

Dessa forma, a voz do profeta estava acima do próprio rei e não podia ser desobedecida porque era a palavra de Deus.

Embora Deus tenha falado muitas vezes, e de muitas maneiras pelos profetas, foi sempre o mesmo Deus que falou. Em razão disso percebe-se uma unidade no ministério e na mensagem dos profetas.

Como mensageiros de Deus, o profeta recebia mandamentos, profecias e revelações do Senhor.

Cabia a ele a responsabilidade de dar a conhecer aos homens a vontade e a verdadeira natureza de Deus, além de demonstrar o significado de Seus procedimentos para com eles.

Entretanto, existiam os falsos profetas que enganavam o povo com mensagens enganosas. Podemos citar como exemplo, o falso profeta Ananias que proclamava profecias incentivadoras a respeito da quebra do jugo do rei da Babilônia e a volta do mobiliário do templo e dos deportados de Babilônia. (Jr 28, 1-17).

Para que possamos perceber que uma profecia tem origem em Deus, devemos atentar para os seguintes sinais:

Vocação (ser escolhido por Deus)

Obediência à palavra

Crítica

Vivência da Santidade de Deus.

CAPÍTULO 2

OS PROFETAS DO SENHOR

Os sacerdotes eram os mestres religiosos do povo regularmente designados. Constituíam uma classe hereditária e muitas vezes foram os homens mais ímpios da nação.

Os profetas ao contrário dos sacerdotes não era uma classe hereditária. Cada um deles recebia diretamente de Deus o seu chamado e procediam de diferentes profissões.

Conforme podemos constatar na Sagrada Escritura, o ofício profético originou-se com Moisés nos acontecimentos do Monte Sinai: “O Senhor teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que tu devereis ouvir”, (Dt 18,15).

Dessa forma, podemos depreender que o ofício do profeta está diretamente ligado a aliança estabelecida no Monte Sinai.

Depois do êxodo do Egito, Moisés conduziu o povo de Israel para a montanha. Após a sua chegada e estabelecimento, ele subiu em direção a Deus quando Ele lhe revelou que iria descer em uma nuvem espessa, para que as pessoas pudessem ouvir e crer que Ele falaria com Moisés: “Então o Senhor lhe disse: eis que me vou aproximar de ti na obscuridade de uma nuvem, a fim de que o povo ouça quando eu te falar, e para que também confie em ti para sempre. E Moisés referiu as palavras do povo ao Senhor”. (Ex 19,9).

Na manhã do terceiro dia, Deus desceu sobre a montanha em fumaça e fogo e lá leu os Dez Mandamentos. O povo com medo tremia e conservava-se à distância. Então pediram a Moisés que ele mesmo falasse a eles e que eles o ouviriam, com medo de morrerem caso Deus falasse com eles. (Ex 20,19).

Podemos interpretar esse gesto como um pedido para que Moisés fosse um mediador da palavra de Deus.

O período profético do Antigo Testamento foi instituído quando Israel foi dividido entre o Reino de Israel (ao norte com capital em Samaria) e o Reino de Judá (ao sul com capital em Jerusalém).

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