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Política e Poder na Antiguidade Tardia

Por:   •  27/4/2017  •  Resenha  •  900 Palavras (4 Páginas)  •  378 Visualizações

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Instituto de Ciências Humanas

Departamento de História

História Medieval 1 – 2017/1

Professora: Ma. Michele de Araújo

FRIGHETTO, Renan. Política e poder na antiguidade tardia: uma abordagem possível. História Revista, Goiânia, v.11, p. 161-177, jan/jun 2006.

[...]Continuidades, novas elaborações teóricas e Cristianismo, eis aqui elementos comuns e fundamentais para apresentarmos o período entre os séculos III e VIII como característicos da Antiguidade Tardia, num espaço diretamente associado à tradição política e cultural greco-latina, o mundo mediterrâneo. (p.162 e p.163)

CONSIDERAÇÕES

[...]Por um longo período, a historiografia latino-americana evitou utilizar o conceito de Antiguidade Tardia, mantendo-se fiel à tradicional divisão temporal que apresentava aquela com integrante da Alta Idade Média (p.163). Sendo assim, a ruptura entre o mundo clássico e o medieval aparecia como evidente e natural, ou seja, de acordo com esse raciocínio, [...]o Império Romano Ocidental acabara de forma abrupta e irreversível, o Imperator deixava de ser realidade nos territórios ocidentais, e os bárbaros, principais responsáveis pela derrocada romana, impuseram sua vontade em termos políticos e culturais (p.163). Contudo, tal perspectiva negativa deve ser cuidadosamente matizada, [...]pois nem o Império Romano do Ocidente desapareceu in toto, tampouco a ideia ou as virtudes relacionadas ao Imperator, assim como as tribos que se fixaram no interior dos territórios imperiais, não foram as grandes responsáveis pela fragmentação interna do Império, em sua Pars Occidentalis. (p.163)

O conceito de Antiguidade Tardia engloba, não só a visão da estética e do vestuário, mas também um preceito político-ideológico que conectava elementos da tradição política clássica imperial romana, [...]a necessidade e a legitimação daquela forma de poder monárquico com as construções teóricas que indicavam a relação entre a centralização do poder e as práticas religiosas de cunho monoteísta, seja de procedência pagã, seja de procedência cristã. (p.163)

[...]nos autores do século IV, sejam cristãos ou pagãos, existem elementos comuns relacionados ao pensamento político e que ainda idealizam o modelo de soberano mais próximo da realidade do período alto-imperial. (p.165) isso nos indica a sobrevivência de ideias políticas do período clássico nesse período de transição e da tendente sacralização da figura do imperador, que visava reforçar seu papel de catalizador e centralizador do poder político no mundo imperial romano.

[...]o certo é que os imperadores da quarta centúria, no ocidente ou no oriente do mundo imperial romano, preservaram e potencializaram o culto da adoratio/proskinesis. [...]revelam a manutenção dessa práxis, que, sem qualquer dúvida, está relacionada à necessidade da concentração e centralização dos poderes políticos à volta de um Imperator que fundamenta seu poder ideológico em sua condição de Sacratissimus. (p.165)

[...]a construção ideológica da “monarquia ideal” nos primórdios da Antiguidade Tardia passava, necessariamente, pela união dos elementos teóricos relacionados à tradição clássica greco-latina e suas novas interpretações cristãs, que visavam reforçar o poder político e centralizador à volta do Imperator. (p.166) Contudo, a força dos poderes de cunho regional, surgia como contraponto da proposta de unidade imperial que seria enormemente potencializada com a chegada e fixação nos territórios imperiais dos grupos migratórios de origem germânica. A essa novidade cabem duas interpretações:

  1. A mais tradicional, que lança sobre esses grupos migratórios a responsabilidade pelo enfraquecimento político-institucional do Império Romano do Ocidente e sua consequente desaparição no final do século V.
  2. A paulatina integração desses grupos migratórios com certos segmentos das aristocracias regionais de origem romana e a tentativa dos primeiros de assumir uma posição de destaque e substituição da já frágil autoridade imperial.

A primeira perspectiva é um exemplo típico da ideia de ruptura, enquanto a segunda [...]passa a ideia de que os germanos terminaram por adotar grande parte da tradição político-institucional do mundo imperial romano. 

Observando as fontes tardo-antigas, essa perspectiva do estabelecimento e institucionalização da monarquia clássica, baseada na tradição imperial romana, seria compartilhada pelos líderes clânicos de origem germânica, [...]interessados na aproximação ao ideal político e civilizacional greco-latino que os incluiria como integrantes e participantes daquela tradição. (p.167)

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