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Religiosidade como fator protetor para o uso de drogas

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Por:   •  10/10/2014  •  Artigo  •  339 Palavras (2 Páginas)  •  304 Visualizações

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Se por um lado muitos estudos defendem a religiosidade como fator protetor do consumo de drogas, por outro, essa é uma prática muito mais antiga do que se pensa. O conhecimento e manuseio de substâncias psicotrópicas existe desde a Antiguidade, quando alguns povos costumavam utilizá-las regularmente em circunstâncias de caráter religioso.

Talvez o mais conhecido dos casos esteja relacionado à civilização Maia, que tinha em sua religião de Estado o recrutamento de adolescentes entre 13 e 15 anos para realização de serviços dos templos. Os escolhidos eram submetidos a uma iniciação que consistia em engolir algumas “contas” dos colares que os sacerdotes usavam em suas cerimônias litúrgicas. Cada vez que faziam isso, os jovens entravam em transe, permanecendo inconscientes durante várias horas. Depois, narravam o que tinham visto ou sentido quando estavam sob os efeitos das contas. Resumo da ópera: esses adolescentes quase nunca chegavam a completar vinte anos e viviam tendo convulsões. O grande segredo dos sacerdotes estava na origem das contas de seus colares, fabricados à base de um cogumelo abundante no país. Mais tarde, descobriu-se que esse fungo continha um alcalóide conhecido hoje como mescalina, cuja fórmula é muito semelhante ao ácido lisérgico, ou LSD.

Tal como os Maias, inúmeras religiões da época atual seguem o exemplo daquele antigo povo, associando o uso de drogas ao alcance da espiritualidade plena. O fato ganhou repercussão mais recentemente, quando o cartunista Glauco, fundador de uma igreja inspirada no Santo Daime (religião que faz uso de um chá alucinógeno que leva o mesmo nome), foi assassinado por um de seus fieis. Desde os anos 60, pesquisadores e autoridades têm acompanhado o desenvolvimento desse culto.

A polêmica ao redor da pratica é tão grande que em 1982 foi formada uma comissão multidisciplinar com médicos, antropólogos, representantes do Ministério da Justiça, Polícia Federal e Exército, para averiguar o fenômeno Santo Daime. Desde então, essa comissão mudou várias vezes sua formação mas sempre concluiu que o Santo Daime não apresenta características do abuso de drogas pelo seu uso ritualístico, descontínuo e ausência de alterações comportamentais.

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