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TRABALHO O QUE É O PECADO

Por:   •  9/6/2020  •  Resenha  •  12.160 Palavras (49 Páginas)  •  192 Visualizações

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  1. O que é pecado

O pedado é desumanização, é desconfiguração do ser e deformação do humano. É a negação da justiça. Jesus foi feito em tudo semelhante ao homem, exceto no pecado. O pecado envelhece, empobrece e descaracteriza o ideal de vida humana, petrificando seu coração e enrijecendo seu comportamento.

O lexema pecado vem do latim peccatum, que indica ação culpável, crime, atitude má. O verbo peccare significa cometer uma falta, um delito, proceder mal, fazer algo com dolo. Esse procedimento errado está sempre em relação a acordos, princípios ou convenções cívicas, éticas ou religiosas.

Teologicamente, o pecado implica as relações homem x Deus e homem x homem, sempre que uma atitude ou pensamento humano esteja implicando o prejuízo do seu próximo. O Decálogo contém três mandamentos dirigidos a Deus e sete voltados para o próximo. Nos evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, o Decálogo se resume a dois mandamentos: amor a Deus e amor ao próximo, e, no evangelho de João, ele se reduz a um único: amar ao próximo do jeito e da forma que Jesus nos amou.

Sociologicamente, o pecado não depende da religião, língua, cultura ou raça, mas da relação direta entre eu e o outro. Na teoria da física quântica, o pecado pode ser caracterizado como ruptura da rede neural; uma necrose em qualquer das células da rede que gera uma tensão e um perigo para toda rede.

O pecado está mais na relação com o próximo do que com Deus. É impossível amar verdadeiramente ao próximo sem o amor de Deus, mas ninguém pode dizer que ama a Deus se não ama seu irmão. Aquele que diz que ama a Deus e não guarda os seus mandamentos é mentiroso. Nessa perspectiva, o pecado, no seu conceito genérico, é um ato perverso que gera uma contradição entre o que é e o que deveria ser do ponto de vista ético, sociológico, antropológico e religioso. Dessa forma, o ato mau não é apenas uma compreensão ou implicação filosófico-religiosa, mas abraça o ser humano e suas relações, independentemente da consciência religiosa. Sob o prisma ético, o pecado é uma violação da lei, da ordem e dos costumes estabelecidos.

O pecado não é desconhecimento, não é ignorância, não é ingenuidade. A falta, o equivoco, a ofensa intempestiva são erros por ingenuidade, por ignorância ou por descontrole momentâneo e passíveis de arrependimento, pedido de desculpas e reconciliação imediata.

O pecado caracterizado como comportamento ímpio ou iníquo é aquele articulado, calculado friamente e desejado com muito ardor.

Na forma da iniquidade, da anomia ou da adikia (iniquidade e a injustiça), o pecado é uma negação a Deus por meio do desprezo à sua criatura. O pecado desenvolve consciência de hostilidade, rejeição e ódio ao bem e grande amor ao mal.

O pecado envolve sempre um desejo, uma intenção, um conhecimento e uma vontade de algo que ainda não se possui ou de destruição de algo já existente, como obter dinheiro pela corrupção ou destruir o patrimônio de alguém por inveja ou raiva. O pecado se caracteriza sempre por uma dose menor ou maior de iniquidade, perfídia e insensatez social. No âmbito geral, ele é sempre um desvio do caminho correto, da retidão de caráter e da sinceridade da alma.

O pecado é uma falta de integridade da pessoa na sua relação com o próximo e com Deus, mesmo que ela arguente não ter religião ou crença em qualquer divindade. Pela lei natural, há sempre uma consciência do certo e do errado e também um conhecimento empírico do que significa uma transgressão ou rebeldia.

O pecado pode também ser chamado de apostasia, que significa separação, colocar-se contra e obstinar a quem antes tinha uma aliança ou compromisso.

  1. Conceito de pecado

O pecado é, antes e acima de tudo, uma violação da ética e assume um sentido de ruptura na vida social em seus diferentes estágios e graus, antes mesmo de qualquer conceito religioso.

O pecado não é igual em peso ou gravidade, mas envolve o todo da vida humana: a violência, a idolatria, a mentira, a apostasia, a rapina, o adultério, o homicídio, o perjúrio e toda a classe de desordens sociais. Poderíamos estabelecer uma hierarquia evolutiva, desde os mais simples aos mais complexos. Há atitudes e formas de comportamento que são simples e de fácil correção, e há outras que, normalmente, são frutos de escolhas e decisões perversas muito bem pensadas e planejadas. Essas podem ser caracterizadas como opções de vida e de difícil conversão. Quando o mal se enraíza de maneira profunda e passa a ser uma opção de conduta, não mais como um ato isolado, ele se torna um vício, que é o hábito ou disposição para o erro.

O pecado pode ser uma atitude acidental, infeliz, um equívoco que ocasiona sofrimento e dores, o pode ser um ato intencional, premeditado e programado para prejudicar e causar malefícios ao próximo.

O pecado é sempre ruim em si mesmo, independentemente de sua finalidade. Ele pode ser mais grave ou menos dependendo da matéria, consentimento, conhecimento e finalidade. Jesus afirma que o pecado já está no pensamento, quando a tentação é aceita e concebida: quer aquele que olha para seu irmão com desdém, quer aquele que olha para uma mulher com desejo, ambos já pecaram em seus corações.

Tomás de Aquino coloca que o pecado é sempre um ato contra lei de Deus, e no pecado ocorrem duas coisas: a) o ato voluntário; b) a desordem que ele provoca. Ambos significam afastamento de Deus.

A parte que mais sofre é a justiça, pois eles, diante do suborno, absolvem o ímpio e privam o inocente de seu direito, negando-lhe a justiça. Esse é o pior pecado, porque é a negação da justiça e do direito, e é chamado de anomia (a = negação; nómos =lei). O mau desconhece a lei, ignora-a e se coloca acima dela.

O pecado é sempre uma atitude que incorre em culpa ou punição porque infringe normas ou leis estabelecidas.

Quando alguém age de maneira ruim ou sádica contra seus irmãos, pode ter um grau maior de consciência ou conhecimento sobre as consequências dessa atitude, e isso implica maior gravidade no julgamento. No entanto, quando alguém erra por ingenuidade, esse pecado é tratado com maior benignidade, pois o conhecimento é menor.

O pecado no aspecto religioso é um procedimento contra o sagrado, a crença religiosa ou cívica. O termo grego correspondente é amatía, que significa falta, erro ou pecado. O erro ou a falta dependem muito da natureza do fato em si, e não tanto da crença professada pelo autor do crime. Se observarmos isso na pedagogia de Jesus, vemos que ele nunca perguntou se os doentes, os pobres ou mesmo o centurião romano tinham fé no Deus de Israel ou se iam acreditar na religião que ele estava ensinando.

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