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Texto Reflexivo Sobre O Texto "Malungu, Ngoma Vem!": África Coberta E Descoberta Do Brasil, De Robert W. Slenes

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Por:   •  9/10/2014  •  583 Palavras (3 Páginas)  •  4.199 Visualizações

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Curso de Pós Graduação Lato Sensu – História da Cultura Afro-Brasileira

Arte Afro-brasileira: leitura e re-leitura, Profª. Alessandra Ribeiro Martins

. Texto reflexivo sobre o texto “Malungu, ngoma vem!”: África coberta e descoberta do Brasil, de Robert W. Slenes

A tese central do texto é que a África foi descoberta no Brasil pelo tronco linguístico bantu ou identidade bantu, oriunda da África.

A partir de anotações feitas por Rugendas no inicio do séc. XIX foi formulada pela primeira vez a hipótese de unidade linguística entre os povos bantos da África central e Austral, e mais tarde a ideia de unidade etnolinguística. Para Slenes esse processo também foi vivido pelos escravos que chegavam ao Brasil: o contato com povos de outras regiões africanas fez com que se dessem conta da similaridade linguística e cultural - elementos identitários.

Ele identifica duas dinâmicas de assimilação entre os escravos brasileiros: ocorre a aculturação com os europeus, absorvendo sua cultura e religião, sobretudo entre os escravos que serviam a casa, e estavam, portanto, apartados dos outros escravos, e ocorre uma intensa aculturação entre os diversos povos africanos reunidos nas fazendas, inclusive com uma intensa crioulização do português falado nestas regiões, a chamada “língua das senzalas”, preservada, sobretudo, nas cantigas de jongos e quizombas. Destaca inclusive o uso de vocábulos africanos para que os escravos se comunicassem sem serem entendidos pelos brancos; “ngoma vem” seria um alarme de que o capataz está se aproximando. Autoridades e senhores de escravos buscavam conhecer certos aspectos da cultura escrava no intuito de melhor controlá-los, mas esse interesse de conhecimento era limitado, pois os interessados não davam margem a uma aproximação ou melhor observação dessa cultura, e muito menos da língua dos escravos, contrastando com o universo dos cativos, onde muitos conseguiam penetrar com facilidade no universo dos dominantes, o que, na imaginação dos senhores e autoridades tornava os escravos seres imprevisíveis e perigosos, razão de pavor de revoltas e rebeliões.

A grande concentração de escravos africanos nas áreas rurais da região Centro-Sul do Brasil em meados do século XIX, decorrente do direcionamento do tráfico para esta área, foi motivo de preocupações não apenas para os fazendeiros, como também para políticos ligados ao governo central, a saber: segurança e formação de uma “protonação” bantu no Brasil que poderia comprometer a construção da nação brasileira.

O autor ressalta a discriminação em relação aos escravos africanos, pois havia preferência dos senhores em atribuir tarefas domésticas ou de maior importância a escravos crioulos, logo, as chances dos escravos africanos melhorarem sua situação de trabalho ou adquirirem liberdade eram mais reduzidas.

Outro ponto interessante apontado no texto refere-se à renovação da africanidade dos escravos em decorrência do tráfico que resultava na chegada de novos escravos.

A popularidade da devoção a Santo Antonio entre os escravos teria origem em similaridades do culto do santo com valores da cultura “ventura-desventura” africana; o autor propõe a hipótese

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