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ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS EM ÁREAS COSTEIRAS

Por:   •  31/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.069 Palavras (17 Páginas)  •  222 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS EM ÁREAS COSTEIRAS

O Turismo como instrumento de salvaguarda do patrimônio da comunidade tradicional salineira do Caminho do Sal - RJ

FLÁVIA CARVALHO FIGUEIRA PURIFICATE

Arraial do Cabo

2017

Resumo

A Região da Costa do Sol no Estado do Rio de Janeiro, representada pelos municípios de Armação dos Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Maricá, Rio das Ostras, Macaé, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Casimiro de Abreu, São Pedro da Aldeia, Quissamã e Carapebus é um destino turístico consolidado. Entende-se como “Caminho do Sal” o conjunto das Salinas nas localidades hoje conhecidas como Cabo Frio, Arraial do Cabo e Araruama junto da rota (Cabo Frio-Maricá) de seu escoamento ao porto do Rio de Janeiro, até a década de 1950/60. A exploração do sal nestas localidades é algo historicamente rico e com mais de 200 anos de legado. O projeto de pesquisa, aqui apresentado, propõe uma análise e problematização, na área de serviços turísticos, do patrimônio cultural, histórico, material, imaterial, assim como de memórias, saberes e fazeres das comunidades tradicionais e populações costeiras, mais especificamente da comunidade salineira do Caminho do Sal, no intuito de que esses saberes e patrimônios sejam incorporados a práticas de turismo de base comunitária. Ao utilizar o fenômeno turístico como vertente de estudo, busco uma compreensão da cultura local, gerando, assim, o envolvimento das comunidades, com vistas à valorização dessa memória e sensibilização dos sujeitos sobre a importância do reconhecimento de princípios de base comunitária, favorecendo, ainda, um senso de pertencimento.

Palavras-chave: Turismo; Costa do Sol; Salinas; Comunidades Tradicionais.

Introdução

A Costa do Sol (Região dos Lagos) é formada pelos municípios de Armação dos Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Maricá, Rio das Ostras, Macaé, Saquarema, Maricá, Araruama, Iguaba Grande, Casimiro de Abreu, São Pedro da Aldeia, Quissamã e Carapebus. Essa região é um dos principais destinos turísticos do Estado do Rio de Janeiro, tendo, como principal atração, o segmento do turismo de Sol e Praia. Para o Ministério do Turismo (BRASIL, MTUR, 2006, p. 43), esse segmento pode ser definido como aquele que “constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor”.

Mais do que sol e calor, a região da Costa do Sol é também marcada basicamente por atividades de pesca e em salinas. No decorrer do presente trabalho, um breve histórico da atividade salineira e do desenvolvimento do turismo na região apresentam os impactos positivos e negativos de ambas as atividades e como elas influenciaram na construção das localidades tanto física como culturalmente. [ ]

Justificativa

Presume-se que o sal é um elemento essencial à vida humana. Sua necessidade pode, inclusive, comprometer que o nosso corpo execute algumas funções primordiais para a vida. Vale lembrar também que o sal, inclusive, já foi forma de pagamento pelo trabalho realizado. Assim, esse composto mineral nos é vital não somente para o funcionamento físico do corpo humano, mas também por sua importância social, econômica, histórica e cultural.

A Região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro já foi uma das maiores produtoras de sal do Brasil. Todo um ciclo econômico girou em torno da produção de sal nessa região, que passou por momentos de glória e de derrota durante o ciclo do sal. Desse modo, toda uma história foi cunhada sobre a produção do sal. Paisagens e edificações foram construídas em torno da produção de sal – as salinas. Também foram construídas relações/experiências entre as pessoas que trabalharam nas salinas. O declínio na produção de sal, o aumento do fluxo turístico desordenado para a região e a especulação imobiliária colocaram em risco de extinção todo o patrimônio, tanto material quanto imaterial, relacionado às salinas.

O presente trabalho propõe, então, uma análise e problematização, na área de serviços turísticos, do patrimônio cultural, histórico, material, imaterial, memórias, saberes e fazeres das comunidades tradicionais e populações costeiras, mais especificamente da comunidade salineira do Caminho do Sal. Ao utilizar o fenômeno turístico como vertente de estudo, busco uma maior compreensão da cultura salineira, para gerar, assim, um maior envolvimento da comunidade costeira em projetos de turismo consciente, que se transformem em instrumento de valorização do patrimônio (material e imaterial) e sensibilização da própria comunidade e dos turistas sobre a importância deste patrimônio. Por fim, essa conscientização poderia favorecer o reconhecimento de princípios de um Turismo de Base Comunitária, fortalecendo, ainda, um senso de pertencimento.

Problema de pesquisa

Como o Turismo de Base Comunitária pode desempenhar uma estratégia de salvaguarda no patrimônio natural/cultural da comunidade salineira do Caminho do Sal?

Objetivos

Geral

• Avaliar como projetos de turismo de base comunitária podem colaborar na salvaguarda no patrimônio natural/cultural da comunidade salineira do Caminho do Sal.

Específicos

• Identificar o que a comunidade reconhece como patrimônio natural/cultural, tendo como referência o Caminho do Sal;

• Investigar a relação da comunidade com esse patrimônio natural/cultural;

• Refletir sobre como o (re)conhecimento patrimonial do Caminho do Sal pode colaborar na conscientização e valorização da história dessa comunidade.

Para o presente trabalho, foi utilizada a História Oral, que segundo ALBERTI (2005, p.155 apud SILVEIRA, 2007, p.3) é uma metodologia de pesquisa de constituição de fontes

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