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O fenômeno do turismo

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Por:   •  2/6/2014  •  Tese  •  4.459 Palavras (18 Páginas)  •  283 Visualizações

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O fenômeno do turismo

Numa análise histórica a respeito do turismo, podemos constatar as diferentes

maneiras que essa “prática social e essa atividade econômica” modificaram não só o

conceito, mas também os usos do que se compreende hoje como turismo. A sociedade

como agente de transformação e, por conseguinte produtora daquilo que necessita para

se reproduzir, ao longo do tempo modifica também, o modo como produz e cria novas

necessidades e significados para sua existência. Nesse sentido como sistematizar e

pensar uma atividade que atualmente nos parece cada vez mais uma invenção pura e

simplesmente direcionada para a reprodução do capital, mediada quase exclusivamente

pelas necessidades do mercado? Não negamos aqui a subjetividade do indivíduo, ou

mesmo de um coletivo, ao conhecer novos lugares, do prazer pela viagem à

possibilidade de novos contatos e o que isso desperta às pessoas fazem da atividade

turística um fenômeno prazeroso e uma prática para além do cotidianamente vivido.

Mas o turismo como nos alerta Boyer:”... é um tipo de consumo diferente dos

outros...” “...o turismo é um produto da evolução sociocultural...”p.16. Um produto que

ganhou força e muito interesse principalmente com a revolução industrial, onde o

desenvolvimento das comunicações e dos transportes possibilitou esse desenvolvimento

também. Portanto o turismo tal como conhecemos nasceu a partir dessa evolução, tem

fases históricas e essa compreensão é determinante para que possamos seguir nossa

argumentação, que novamente apoiada nas palavras de Boyer nos complementam: ”O

turismo nem sempre existiu. O fenômeno designado, na época romântica, por uma nova

palavra, por um neologismo, decorre de The Tour, termo que, apesar da aparência, não

era entendido pela “Europa Francesa” do século 18. The Tour, fenômeno original,

nasceu e se desenvolveu na Inglaterra do século 18 que fez todas as revoluções:

Industrial, agrícola, financeira. Acrescentamos a Revolução Turística.”p39. O turismo

moderno ganha força e se sistematiza a partir deste período histórico, outro autor define

o momento da seguinte maneira: “... De facto foi nestes dois últimos séculos que,

lentamente, se acumularam as condições (culturais, materiais e organizativas) que

permitiram ao turismo conquistar a alargada base social que hoje o caracteriza e passar a

participar efetivamente nas rotinas da vida familiar. Foi a nova ordem social, econômica

e cultural instaurada pela Revolução Industrial que possibilitou, em ultima análise, o

desenvolvimento do turismo moderno.” (Henriques p.28)

A produção do turismo

Como um produto da moderna sociedade produtora de mercadorias, a atividade

do turismo está inserida na lógica da diferenciação, da espetacularização, de

especializações e homogeneização da prática, é uma mercadoria onde o consumo do

espaço é determinante para essa reprodução. A invenção dos lugares nesse contexto se

faz necessária, uma vez, que o turismo é fetichizado como qualquer outra mercadoria,

representa status, um privilegio. O turismo cada vez mais é motivado pelo lucro, o uso,

o viver a prática do turismo mediante as necessidades e descobertas humanas não

importa, quando falamos em homogeneização nos referimos a isso, o lugar inventado

para o consumo direcionado, as atividades importantes são aquelas que a propaganda

diz que são legais e a melhor a se fazer, sem falar nos lugares higienizados como

shoppings, clubes, resorts, colônias, bares e uma infinidade de espaços particulares, que

novamente cumprem seu papel de diferenciação e barreiras de classes. Não queremos

dizer com isso que o turismo é uma coisa ruim em si, até porque como dissemos no

começo do texto, o turismo é uma prática social e como tal é norteado pela sociedade

que o reproduz. Porem não podemos aqui deixar de criticar essa face que a professora

Ana Fani A. Carlos assim diz: “Constata-se, hoje, a tendência segundo a qual cada vez

mais os espaços são destinados à troca, o que significa que a apropriação e os modos de

uso tendem a se subordinar cada vez mais ao mercado. Em última instância isso

significa que existe uma tendência à diminuição dos espaços, onde o uso não se reduz à

esfera da mercadoria e o acesso não se associa à compra e venda de um “direito de uso

temporário”. Há cada vez mais o lazer e o consumo; o corpo, os passos são restritos a

lugares vigiados, normatizados, privatizados. Esse fato é consequência da “vitoria do

valor de troca sobre o valor de uso”, isto é, o espaço se reproduz, no mundo moderno,

alavancado pela tendência que o transforma em mercadoria – o que limitaria seu uso às

formas de apropriação privada” (Carlos p.178).

Sob essa

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