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Sol e Mar

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Por:   •  10/12/2014  •  Artigo  •  1.527 Palavras (7 Páginas)  •  614 Visualizações

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Sol e Mar

Portugal é banhado pelo oceânico atlântico e tem uma extensão de costa de 1860 Km em que 667 Km pertencem aos Açores e 250 Km à Madeira! A norte as águas são frescas e impetuosas, a sul o mar é mais calmo e quente. Ao longo de toda a costa é possível encontrar vastos areais, falésias cor de fogo, pequenas enseadas e formações rochosas o que permite e convida a fazerem-se grandes caminhadas num cenário ímpar !

Na Madeira, os idílicos 9 km de praia contínua na Ilha de Porto Santo, convidam a ficar ao sol depois de um mergulho no mar transparente.

Nos Açores, as praias de areia escura proporcionam uma experiência diferente e confirmam a origem vulcânica das ilhas.

Uma percentagem significativa de praias estão “galardoadas” com bandeira azul, o que garante a qualidade da água e da areia e também dos serviços e apoios existentes no local.

Temos uma grande oferta de praias, algumas delas entre as melhores da europa, com características diferentes e adequadas a todos os gostos, seja para relaxar ou ter umas férias mais activas.

Mas todas estas características intrínsecas do “sol e mar” de Portugal, por si só, hoje, não são suficientes, pois além da concorrência ser mais forte e poderosa, o que faz com o cliente tenha uma capacidade de escolha mais alargada quer a nível de destinos, quer a nível de preços (o que se traduz numa maior dificuldade em “fidelizar” o cliente) as próprias motivações dos turistas são diferentes.

No tradicional segmento Sun & Beach standard as taxas de crescimento tem apresentado valores quase nulos!

O consenso é geral para todos os especialistas, este produto por si só já não chega!

Mas como será o futuro do nosso sol e mar como destino clássico- como deveríamos investir? Mudar a estratégia para um turismo de alto nível ou desenvolver uma lógica de microturismo?

De acordo com a linha orientadora do PENT temos que investir e desenvolver o novo segmento denominado de Sun & Beach Upscale. Produto este que já é colocado em prática em ilhas e países como Tahiti, México, Grécia…

Para uma melhor compreensão e análise deste segmento irá ser dado a conhecer o perfil do “novo” turista, para depois melhor se entender o perfil do turista que está caracterizado no PENT. Será feita tembém uma análise da procura, distribuição geográfica da oferta, grau de sazonalidade e atores envolvidos.

O “Novo” Turista

No passado, Cultura e Turismo eram termos que não estavam associados, uma vez que as férias e a actividade turística eram vistas somente como um período de lazer. Durante o século XX essa situação foi mudando progressivamente, pois os turistas tornaram-se mais experientes e começaram a procurar novas experiências em contexto de lazer (Richards, 2010).

Hoje as viagens ultrapassam muito a dimensão do lazer, são vividas como forma de mudar de rotina, de aprendizagem de novos conhecimentos e, sobretudo, como um meio de realização pessoal. “Consumers are also increasingly using their leisure time for personal development” (Buhalis, 2001, p. 76).

Poon (1993) indicou as principais diferenças entre o “velho” e o “novo” turista, presentes na seguinte Tabela:

Principais diferenças entre o “velho” e o novo “turista”

Old tourists New tourists

Old tourists New tourists

Search for the sun Experience something diferent Search for the sun Experience something diferent

Follow the masses Want to be in charge Follow the masses Want to be in charge

Here today, gone tomorrow See and enjoy but do not destroy Here today, gone tomorrow See and enjoy but do not destroy

Just to show that you had been Just for the fun of it Just to show that you had been Just for the fun of it

Inexperienced Mature Inexperienced Mature

Escape Extension of life Escape Extension of life

Like attractions Like sports Like attractions Like sports

Precautious Adventurous Precautious Adventurous

No special interests Special Interests No special interests Special Interests

Homogeneous, predictable Spontaneous, unpredictable, hybrid Homogeneous, predictable Spontaneous, unpredictable, hybrid

Fonte: Poon (1993, p. 10).

O turista de hoje está cada vez mais distante do turista de ontem. Segundo Ferreira (1998), o consumidor era inexperiente e pouco sabia sobre as características dos destinos receptores. Ou seja, era um mero espectador passivo com necessidades uniformizadas.

Contrariamente ao perfil antigo, o “novo” turista é mais sofisticado, procura experiências autênticas e participa activamente no planeamento da viagem. “New consumers want to be different from the crowd. They want to affirm their individuality and they want to be in control” (Poon, 1993, p. 10).

Há hoje uma relação muito mais pessoal entre os turistas e a viagem, no sentido em que são eles que decidem em que hotéis vão ficar, que roteiros vão fazer e em que eventos vão participar, o que provocou uma revolução no sector turístico. Trata-se de um consumidor que se informa acerca das características do destino. “They know what they want and they know how to get the information they need to make informed decisions about travel products and services”

Análise da procura

Depois de uma análise geral das principais mudanças ao nível do comportamento do consumidor e com o intuito de ir ao encontro do tema central irá ser feita uma análise da procura, que inclui o perfil do consumidor e quias são os mercados emissores

O perfil do turista “sol e mar” tem evoluindo com o passar dos anos e as suas motivações para visitar um destino costeiro também se alteraram. “Today the needs, motives and interests of modern man are to increasingly less degree founded on the single concept of the tourist offer of “vacation, sun, sea and beach”. (Vujic et al., 2010).

Com a mudança de paradigmas, “os consumidores passaram a dar grande preferência às férias activas e personalizadas e a recusar a massificação do produto “sol e mar” (Cunha, 2003,p. 106). Hoje os turistas exigem muito mais do que estar todo o dia deitados à beira-mar, procurando desenvolver novas habilidades, interesses e passatempos, essencialmente aos níveis, cultural, físico, educacional e espiritual (OMT citado por Buhalis, 2001). “Sun is still a necessary factor in the vacation pursuit; however, sun is not sufficient to satisfy their expectations”. (Poon, 1993,

p. 90).

Neste sentido, os eventos, a cultura e a animação são estratégias alternativas para complementar a oferta dos destinos costeiros, indo ao encontro das novas necessidades dos turistas. Ou seja, às vantagens comparativas destes destinos (recursos naturais), devem ser adicionadas vantagens competitivas (eventos, entretenimento, infra-estruturas desportivas) para que se diferenciem dos seus concorrentes. Ao turismo “sol e mar” devem ser integrados outros segmentos, como o turismo cultural, de pesca, desportivo, golf, náutico, de natureza, saúde e bem-estar…

O Ministério do Turismo do Brasil (2008) definiu que o “turismo sol e mar constitui-se das actividades turísticas ligadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor” (p. 16). É também caracterizado pela concentração da procura, mesmo apesar de ter perdido quota de mercado. Em consequência dessa concentração resulta a elevada sazonalidade que levanta diversos problemas quer para a oferta, quer para a procura turística. “Extending the tourist season is a major issue for coastal destinations”(Comissão Europeia, 2000, p. 22).

De acordo com Cunha (2009), do lado da oferta a sazonalidade levanta problemas de subutilização nas épocas baixas, em que as taxas de ocupação são reduzidas, obrigando a investimentos adicionais para atrair turistas. Do lado da procura os consumidores sofrem o desconforto das grandes concentrações, como o aumento do tráfego, a fadiga e a redução da qualidade dos serviços.

Através do estudo do Turismo de Portugal (2006) é possível realizar-se uma análisepormenorizada do perfil do turista de “sol e mar”, presente na Tabela 3.2.

Tabela 3. 2: Descrição dos turistas que realizam viagens de Sun & Beach Upscale

Fonte: Turismo de Portugal (2006, p. 11).

Para além das características apresentadas, a mesma fonte ainda acrescentou que é um turista

que procura uma elevada qualidade dos serviços e equipamentos, valoriza a hospitalidade da comunidade local, a boa gastronomia e os cenários naturais, gosta de se sentir confortável e seguro e valoriza a atenção personalizada e a singularidade das experiências do destino.

Neste contexto, para Prebensen, Skallerud e Chen (2010) a motivação destes turistas “should be viewed in terms of both body as well as mind-related dimensions” (p. 860). Os autores argumentaram que as duas dimensões ligadas ao corpo são “sun and warmth” e “fitness and 50

health” e que as relacionadas com a mente são “culture” e “nature and escapism”. Ainda

concluíram que as motivações mentais tendem a ser mais salientes quando os turistas partilham

as suas experiências com terceiros e que só elas influenciam a satisfação global dos mesmos.

De acordo com os dados do Turismo de Portugal (2007), quanto à nacionalidade, 41% dos

consumidores europeus de “sol e mar” têm origem na Alemanha (27%) ou no Reino Unido

(14%), tendo uma despesa diária que pode variar entre os 80 e os 600 euros.

Importa também referir que os turistas têm imagens mentais específicas tendo em conta o

tipo de férias que estão interessados em desenvolver. Correia e Crouch (2004) argumentaram

que geralmente as viagens são temáticas. “Entertainment and nightlife are important in socialrelated

travel. The impression a tourist develops about a region’s sun and beaches is linked to

climatic and seaside preferences” (p. 168).

Apesar da perda de popularidade, o “sol e mar” continua a ser um produto de sucesso, desde

que combinado com outras actividades. Os destinos costeiros que conseguirem acompanhar

estas mudanças, disponibilizando uma oferta inovadora, diversificada e de qualidade, conhecerão certamente, tempos de sucesso.

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