A CONTRA OU FAVOR DA UTILIZAÇÃO DA HISTORIA DA MATEMÁTICA

Relato de Experiência

CONTRA OU FAVOR DA UTILIZAÇÃO DA HISTORIA DA MATEMÁTICA. UMA ANÁLISE SOBRE O DEBATE EM SALA DE AULA

Cassiano Bitencourt Oliveira

Pablo Henrique Barros de Oliveira

Orientado por Nilson de Matos Silva

No dia 27 de abril de 2017 recebemos uma proposta de uma aula diferenciada. O objetivo da aula era através de um debate, analisar a utilização da história da matemática como metodologia de ensino.

Dadas as dificuldades que o aluno apresenta em entender a matemática como uma construção humana, observa-se que de acordo com BRASIL (p. 43):

Em muitas situações, o recurso à História da Matemática pode esclarecer ideias matemáticas que estão sendo construídas pelo aluno, especialmente para dar respostas a alguns “porquês” e, desse modo, contribuir para a constituição de um olhar mais crítico sobre os objetos de conhecimento.

Contudo, alguns autores criticam a utilização deste recurso como aplicação. Uma vez que, conforme os contra argumentos levantados por MIGUEL (1997) existem ausências de literaturas adequadas, a natureza da literatura disponível é imprópria a didática, o elemento história é um fator complicador e a ausência do sentido de progresso histórico na criança podem ser fatores que inviabilizam a utilização da história da matemática na didática.

Para orientar a aula, utilizamos como base o artigo “As potencialidades pedagógicas da história da matemática em questão: argumentos reforçadores e questionadores” de Antônio Miguel. Artigo este, feito com base na exposição do painel intitulado: As relações entre a História e o ensino da matemática apresentado no I Seminário Nacional de história da Matemática em Recife-PE, no período de 9 a 12 de abril de 1995.

O artigo analisa alguns argumentos que reforçam as potencialidades da história da matemática no ensino e contrapõem alguns pontos que mostram a dificuldade e/ou obstáculos da utilização desta metodologia como prática de ensino.

Após a leitura do artigo de Antônio Miguel, disponibilizado pelo professor, a turma de 30 alunos se organizou e foram criados dois grandes grupos, o grupo A e grupo B. O grupo “A” trabalharia com a defesa, e o mesmo seria a favor da utilização da história da matemática como metodologia de ensino. Já o grupo "B", traria os argumentos contra a utilização deste recurso como forma didática. Ambos os grupos poderiam utilizar-se de outras fontes, afim de reforçar os argumentos no momento do debate.

Logo que a aula se iniciou, o professor deu a palavra apenas ao grupo A e começou a anotar no quadro os argumentos que reforçavam a utilização da história da matemática. Neste momento o grupo oposto já se movimentavam para criar contra-argumentos com base na defesa apresentada. O mesmo processo ocorreu com o grupo B e a reação do grupo adversário foi idêntica, onde no processo do levantamento da acusação os contra-argumentos começarem a ser formulados.

Com todas as alegações anotadas deu se início ao debate, que no início se manteve organizado apenas a contra argumentar o que estava disposto no quadro. Porém ao se iniciar a fala de um contra-argumento o que havia sido dito passava a ser a base para a resposta do grupo oposto.

No decorrer da aula os ânimos começaram a se exaltar, e a desorganização tomou conta do debate, ao invés de termos uma ordem de fala em cada grupo, integrantes de ambos os lados, mesmo antes do integrante do grupo terminar o raciocínio de sua fala, já respondiam em um tom de voz alto impondo sua opinião alguma vezes de forma ilógica, apenas querendo contrapor um insight que lhe ocorria.

A aula transcorria e a diversão e o caos neste momento tomava conta dos grupos, o professor se divertia ao ver a empolgação dos grupos em defender o seu tema utilizando-se argumentos, algumas vezes, não muito válidos. E assim, ao fim da aula finalizamos o debate cumprindo assim a proposta inicial.

Voltando então a proposta inicial: Debater a utilização da história da matemática como metodologia de ensino”. Ao procurar o significado de debater no dicionário encontramos: trocar ideias em debate, discutir, questionar.

Para que o debate ocorra de forma proveitosa para os alunos, uma metodologia deve ser criada. Metodologia essa que se baseará em normas que conduzam a discussão de forma a não fugir do tema proposto, mantenha a organização e que auxilie aos alunos a elaborarem melhores argumentos. Dessa forma teremos

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