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A Mensagem, De Fernando Pessoa

Artigo: A Mensagem, De Fernando Pessoa. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/5/2014  •  711 Palavras (3 Páginas)  •  865 Visualizações

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MODO LÍRICO

Análise temática e formal do poema Mar Português


Transcrição do poema:


Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena,

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu

Mas nele é que espelhou o céu.

Análise temático-formal:


2.1. Introdução:

O poema, acima transcrito, insere-se na obra A Mensagem, da autoria de Fernando Pessoa.

Fernando Pessoa (Lisboa,1988-1935) é um poeta, filósofo e escritor português do período modernista.

Do seu vasto baú de textos, A Mensagem foi a única obra em língua portuguesa publicada em vida, no ano de 1934. Trata-se de um coletânea de poemas breves sobre as grandes personagens e os grandes feitos históricos de Portugal. Assim sendo, esta obra é catalogada como sendo um poema lírico-épico: por um lado, épico, por retratar um assunto histórico de interesse universal constituindo uma narrativa sobre feitos heróicos na época dos Descobrimentos, à semelhança d’ Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões; por outro lado, lírico, devido à forma fragmentária da obra, ao tom menor e à interiorização do assunto épico. De facto, há n’ A Mensagem uma exaltação da história de uma nação, mas transfigurada, onde as ações dos heróis apenas adquirem significado dentro de uma referência mitológica. Não teremos uma sucessão linear das personagens ou feitos históricos, mas um elenco de poucos eleitos que, pelos seus atos imortais, constituem, segundo Pessoa, uma referência histórica, social e cultural significativa.

Genialmente arquitetada, a obra apresenta uma estrutura tripartida: o Brasão, o Mar Português e o Encoberto.

Na primeira parte, encontra-se o plano narrativo da história de Portugal, com referências a grandes figuras portuguesas.

Na segunda parte, é apresentada a ação épica inspirada na ânsia do desconhecido e no esforço heróico da luta contra o Mar dos Descobrimentos, onde consta o poema acima transcrito.

Na terceira parte, são apresentadas as profecias sobre o regresso de D. Sebastião e a elevação do Quinto Império, constituindo este o renascimento da nação.

Para além de tripartida, esta estrutura parece ainda cíclica ao apelar no final a um re-elevação da pátria (É a hora!), isto é,

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