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Análise do livro: A crise no Antigo Sistema Colonial

Por:   •  7/5/2018  •  Resenha  •  1.863 Palavras (8 Páginas)  •  327 Visualizações

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Análise do livro: A crise no Antigo Sistema Colonial

Fernando Novais, em seu livro: Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial, faz uma análise detalhada e um tanto minuciosa das relações internacionais que se compõem na política colonialista dos séculos XV e XVI e que seguem até o século XVIII. No panorama apresenta-se uma intensa disputa pela hegemonia econômica e política mundial. O centro desta batalha é feito pela busca por domínio do controle das colônias ultramarinas que são pose de Portugal e Espanha. As potências que correm atrás desta nova posição são a Inglaterra e Espanha, principalmente, pois também tem de se deparar uma vez ou outra com a Holanda. O ambiente está formando e cada um deve tomar sua decisão de qual lado irão está.

Enquanto se organizam, Espanha e Inglaterra, internamente, como monarquias unitárias, estão a confrontar-se pela supremacia dos países ibéricos. E são estas grandes potências que formam o equilíbrio das relações políticas internacionais.

As tentativas de dominarem o mundo ultramar levam-nos a estabelecer alianças com as supremacias das colônias: Portugal e Espanha.

Se faz importante buscamos compreender o que ocorre com cada uma dessas potências dentro desta disputa implacável.

A sociedade portuguesa se volta para o Atlântico, saindo de sua visão voltada para o Oriente. Isso se faz por conta de sua aliança estabelecida com a Inglaterra, pois estava comprometido com as pendências internacionais.

Portugal procura apoio militar e diplomático. Oferecendo vantagens comerciais, com maiores isenções para a economia inglesa, livre acesso aos produtos das colônias portuguesas, também dentro campo religioso. Isso fez com que Portugal passasse pelas muitas crises e disputas quase que intacta a sua supremacia ultramar nas colônias que estavam em seu domínio. Ele adotou a política de neutralidade, que é assunto do primeiro capítulo, e este, assunto da presente análise.

O primeiro acordo estabelecido foi feito quando a relação entre Portugal e França não consegue manter o mesmo nível que anteriormente se via. Juntamente com as Províncias Unidas dos Países Baixos, busca uma aliança anti-espanhola, porém com muita dificuldade, e o que se obtém com o tratado é um decênio de tréguas do ultramar, além de promessas na ajuda na guerra europeia contra a Espanha. Porém a toma vantagem no prazo estipulado. A situação para Portugal se torna crítica, e a única esperança é se apoiar na Inglaterra. Assim Portugal se vê obrigado a sujeitar-se às vontades políticas da Inglaterra.

Ao primeiro tratado firmado com Carlos Stuar, segue-se o de 1654 com o Lorde Protetor da República Inglesa, para depois firmar-se com Carlos II, acorde este feito com o casamento de Stuart com Catarina de Bragança, assim a aliança se consolidou. D. João tentou o quanto pôde refrear o tratado, mas foi impedido por umas esquadra inglesa.

Em 1661, o casamento de Catarina, folha de D. João IV, com Carlos II, fez com que Portugal cedesse a praça de Tanger, a Ilha de Bombaim e mais dois milhões de cruzados.

A partir da segunda ,metade do século XVII, a economia de Portugal sofre uma decadência com as instalações de intensas economias competitivas o que faz com que sua economia procure contornar as alianças para tentar impedir com que sua colônia não fosse palco do comércio para estrangeiros. Por isso a política adotada por Portugal é a de neutralidade, para preservar seus domínios.

Porém, no século XVIII, Portugal se encontra em uma situação muito difícil, quando os conflitos em torno da hegemonia francesa acabou por generalizar na guerra de Sucessão da Espanha. Desta forma, tentando manter a política de neutralidade, busca estabelecer uma aliança com o intuito de libertar-se do domínio da Inglaterra, mas não teve bons resultados nesta ação e acabou por ceder aos imperativos da situação.

Em todas as oportunidades, Portugal irá buscar quebrar as relações com Inglaterra, mas sempre sem nenhum resultados positivo. Algumas vezes buscará estabelecer acordos com a França, no entanto, no fim da discussão, encontrará refúgio político e comercial nos braços da Inglaterra. Em uma determinada situação, Gusmão diz que se faz melhor abrir guerra contra tudo e todos, mas manter paz com a Inglaterra.

Luís da Cunha foi um grande defensor desta política, deixando, inclusive um testamento para o seu sucessor, D. João, às vésperas de tornar-se rei, ele lembra da necessidade de manter- se sempre vigilante, cuidando também dos preparativos militares internos, da auto- defesa, pois são estas forças que darão tempo para resistir ao inimigo e condições para esperar o socorro dos aliados.

Esta aliança trouxe benefício para ambas as partes envolvidas. Portugal retomava a colônia do Sacramento; no norte do Brasil, fixava-se o Oiapoc como limite com a Guiana Francesa, abandonado a França suas pretensões de navegação no Amazonas. A Inglaterra recebeu da França, nas Antilhas, a ilha de Hudson, base do comércio de peles, a Acádia e a Nova Terra, áreas de pesca; no tratado de comércio, redefiniu as tarifas alfandegárias dos dois países. E ainda, em seus acordos firmados com a Espanha, continuou com o domínio de Gilbratar, recebeu assiento, concessão exclusiva do tráfico negreiro para as ilhas de Castela por trinta anos e um navio de trezentas toneladas que podia comerciar em Porto Belo.

Espanha mantém sua hegemonia até meados do século XVII, mas começou a enfraquecer-se com as revoluções que ocorreram em 1640, enquanto as novas potências buscam assumir seu papel de soberanas.

Semelhante a Portugal, Espanha precisa estabelecer alguma aliança com as novas soberanas. De um lado se tem Portugal apoiado na Inglaterra, e do outro encontramos Espanha em aliança com a França. Porém veremos que esta aliança não ocorre com o mesmo sucesso que caracteriza a relação de sua parceira colonial.

A política espanhola se firma sobre dois pilares: a unidade política com os Habsburgos dos Áustria e Espanha; e o domínio ultramar, que é exclusivamente por meio das colônias de exploração. Sua força, diante desta disputa pela hegemonia mundial, se mantém pela posse de algumas áreas, como a posse do Milanês, do Franco Condado e dos Países Baixos.

Um novo equilíbrio mundial está a se formar: a independência e a separação das Províncias Unidas dos Países Baixos, que vai se consolidando, obriga Espanha a buscar concessões nas partes que consegue preservar; também o crescimento do poderio marítimo da Inglaterra. O esforço neste sentindo acaba por culminar na Guerra dos Trinta Anos, na qual

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