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As Intermitências da morte nas perspectivas de ateus e teístas

Por:   •  28/2/2017  •  Dissertação  •  993 Palavras (4 Páginas)  •  195 Visualizações

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As intermitências da morte nas perspectivas de ateus e teístas

Morte, conhecemo-la desde que os primeiros homens desenvolveram sua consciência e desde então, não paramos de a odiar, tememos pela nossa morte, a morte de nossos amigos, de nossa família e às vezes até pela morte daqueles de quem não gostamos, morte não se deseja a ninguém, tamanha nossa antipatia por ela. Porém, existem desde a antiguidade, alguns contrapontos a tal antipatia, o exemplo clássico é o de Epicuro, filósofo grego do período helenístico, que dizia que não se havia motivo para temer a morte, uma vez que ela jamais poderá coexistir com o ser, pois quando ela chega nós já nos fomos.

Em um de seus últimos livros José Saramago, nosso caro ganhador do Nobel, resolveu usar a morte como tema, porém prefere fugir do senso comum e, assim como Epicuro, mostra-nos que não deveríamos temer a morte e vai muito além ao nos mostrar que deveríamos talvez até agradecer pela existência da morte, mostrando-nos que ironicamente a vida tal como conhecemos só tem sentido graças à morte.

No romance, “As intermitências da morte”, Saramago critica diversos aspectos da sociedade, ad exemplum as igrejas, mais especificamente a cristã, ora, se ninguém mais morre ninguém mais precisa ganhar o céu, isso nos mostra o quanto a morte é necessária para a concretização do teísmo, em palavras do próprio Saramago: “A morte é absolutamente fundamental para a realização do reino de Deus”

As diferentes religiões têm diferentes perspectivas sobre a morte, por mais que interfiram diretamente em muitos aspectos da vida humana, as duas principais preocupações de uma religião são geralmente explicar de onde viemos e para aonde vamos, o início e o fim dos tempos, sendo que nós estamos sempre no meio, onde não se pode afirmar com total convicção o que veio antes ou virá depois. Assim, é necessária a fé para se especular nossa origem e nosso fim. Nosso fim é ligeiramente mais relevante que a nossa origem, pois indiferente de onde ou do que possamos ter vindo sabemos que viemos, pelo simples fato de estarmos aqui, a pergunta que nos resta é para aonde vamos, pois disso não há certeza alguma.

Com a vital necessidade de nos responder para aonde vamos, todas as religiões usufruem de um mesmo recurso, a morte. Por mais que não se saiba para aonde vamos, uma coisa é certa (no mundo real), todos nós vamos morrer, sendo assim, a grande maioria das religiões enxergam nosso futuro como uma vida após a morte, logo se não houvesse morte, as religiões como um todo deixariam automaticamente de fazer sentido. Saramago (que era ateu) resolveu usufruir desse fato para fazer uma crítica geral às religiões teístas, mostrando que elas não passam de uma ilusão para fazer com que os homens tentem burlar a morte, Saramago ainda vai além e tenta nos mostrar o quão desagradável poderia ser viver para sempre, o que é outra grande crítica às igrejas e religiões teístas, já que em sua grande maioria prometem aos fiéis a vida eterna alegando que está nos livraria da fome, das guerras e das doenças, inversamente ao que acontece no romance de Saramago, onde a ausência da morte causa o caos social ao invés de evitá-lo, onde pessoas famintas, velhas e doentes são obrigadas a permanecer sofrendo nesse mundo pela eternidade, incapazes de partirem para o outro lado e por fim poderem descansar em paz.

Sendo um romance de altíssimo nível escrito pelo ganhador de um Nobel, “As Intermitência da morte” é uma obra lida por diversos tipos de leitores com inúmeras

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