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Concepções E Objetivos Da Linguagem

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Por:   •  16/11/2013  •  3.643 Palavras (15 Páginas)  •  286 Visualizações

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Ensino da língua portuguesa: Objetivos e concepções de linguagem guiando a prática docente

Os objetivos que o professor de Língua portuguesa almeja e a concepção de linguagem em que ele embasa suas atividades de ensino são fatores cruciais para a sua prática docente. A pesquisa demonstra que a conduta do docente varia de acordo com seus objetivos por ele desejados e apresenta e comenta três concepções de linguagem para que assim haja uma discussão desses fatores abordados em relação à teoria e a prática no processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa.

A autora cita primeiro em seu artigo os quatro principais objetivos para o ensino da língua materna que são:

1º Desenvolver a competência comunicativa que é saber adequar a língua a diferentes situações de comunicação que implica em outras duas a competência gramatical e a textual. O professor que tem como objetivo desenvolver essa competência vai proporcionar para seus alunos uma grande variedade de textos para que eles tenham contato com variadas situações e aprendam a adequar a língua a estas situações no dia a dia.

2º A necessidade de levar o aluno a dominar a norma padrão da língua e de ensinar a variedade escrita da língua que é distinta da variedade oral. O domínio da norma padrão da língua permite ao aluno a participação em situações comunicativas mais elaboradas, formais e escritas. Este objetivo se incorpora ao primeiro, pois o aluno tendo contato com uma grande variedade de textos já estaria em contato com a norma escrita e com a forma padrão da língua. Sendo a língua parte integrante da cultura o ensino não deve ser embasado somente neste segundo objetivo, pois o professor estaria pautando seu trabalho somente na gramática tradicional, segundo a autora.

3° Proporcionar ao aluno o conhecimento da instituição linguística, demonstrando como ela está constituída e como se apresenta socialmente, parte do ensino da língua no aspecto das informações culturais para o conhecimento do mundo.

4° Engloba os três objetivos anteriores ao acrescentar que a competência linguística atingida pela língua materna vai além da linguagem, pois é importante para todos os campos do conhecimento humano, pois os é por meio dele que se dá uma afinidade de processos de aprendizagem.

Partindo da reflexão sobre os principais objetivos citados na pesquisa, percebemos que o professor de língua portuguesa enquanto língua materna tem condutas diferentes de acordo com seus objetivos e que esses objetivos podem se complementar o que irá enriquecer o processo de ensino aprendizagem.

Alem dos objetivos que o professor almeja em sua prática docente, a concepção de linguagem que ele possui também é importante, pois embasará suas atividades de ensino, sendo que as posturas de professores em sala de aula são diferentes devidos estas concepções e as mesmas não se complementam.

São três concepções de linguagem mais conhecidas e distintas no ensino da língua portuguesa em nosso país:

Linguagem enquanto expressão de pensamento, linguagem como instrumento de comunicação e linguagem enquanto processo de interação humana.

Quando a língua materna se torna obrigatória em 1759 com a Reforma Pombalina em Portugal e no Brasil os estudos se restringiam nas disciplinas Gramática, Retórica e Poética. Método onde acreditava-se que o ensino da língua portuguesa era apenas os alunos decorarem as regras gramaticais. Não se considerava a realidade cotidiana do uso da língua, nem o contexto em que se insere. Isso é a linguagem como expressão do pensamento, onde todas as formas de uso da língua são ignoradas. O professor que possui essa concepção de linguagem pauta seu trabalho somente no ensino da Gramática Tradicional, ou seja, sua rotina em sala de aula é pautada em regras.

Durante o regime militar o ensino da língua portuguesa deixou de ser concebido como expressão do pensamento e passa a ser regido pela teoria da comunicação, é quando a linguagem passa a ser percebida como instrumento de comunicação. Nesta concepção de linguagem como instrumento de comunicação o sujeito não tem nenhuma autoria e contribuição é apenas ouvinte. O professor adepto a essa concepção privilegia em sua prática a habilidade de leitura como textos informativos, jornalísticos e publicitários e também enfatiza a expressão oral, ou seja, treina o processo de emissão e de recepção de mensagens.

Nos anos 80 essa concepção de linguagem como instrumento de comunicação passa a ser criticada tanto pela percepção dos problemas de leitura e escrita dos alunos, quanto pelos avanços científicos na área da linguística que tinham novas teorias que trouxe o surgimento de outra concepção, a concepção enquanto processo de interação humana. Na concepção da linguagem enquanto processo de interação humana o sujeito passa a ser ativo, ou seja, a linguagem já não é mais vista como um ato individual é percebida a presença do outro que é condição necessária para a existência do texto. O professor adepto a esta concepção interacionista possibilita aos alunos o contato com diversos textos e contextos em que a linguagem se faz necessária, para que o aluno aprenda a adequá-la a diversas situações em seu dia a dia. Nesta concepção interacionista o aluno é um sujeito ativo, suas opiniões são valorizadas.

Apesar da evolução das concepções de linguagem, ainda há professores que não se adaptaram a concepção da linguagem como interação humana o que ocorre a diversos fatores: má formação dos professores, escassez de docentes com conhecimentos científicos em sua área, além de valores ultrapassados que por serem tradicionais ainda não foram superados na prática docente. Cabe ao professor desenvolver uma forma de ensino que seja realmente produtiva para atender os objetivos no processo de aprendizagem da Língua Portuguesa. Muitos são os professores que por insegurança não conseguem uma mudança em suas atitudes, estudos científicos revelam que no processo de ensino da língua portuguesa ainda ocorrem práticas pedagógicas ligadas a concepção de linguagem percebidas hoje como ultrapassadas. Novas propostas de ensino estão sendo incorporadas nas escolas e muitos professores tem se esforçado para assimilá-las. É consensual entre os estudiosos da linguagem a necessidade urgente de uma ampla mudança de postura, pois a morosidade da transformação por um ensino que lhes assegure a proficiência da linguagem em situações de interação comunicativa causa-lhes prejuízo perante uma sociedade exigente e competitiva como a nossa.

A pesquisa feita pela autora traz para os professores e para

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