Problemas do teste amarelo do assunto ENEM 2014 Nature Science

RESUMO

A proposta desse trabalho é analisar algumas questões específicas da prova amarela da disciplina de Ciências da Natureza do ENEM 2014, a partir dos conceitos de leitura, letramento e interdisciplinaridade.

A fim de acabar com a excessiva fragmentação do processo de ensino-aprendizagem presente na visão multidisciplinar educacional, a proposta interdisciplinar vem sendo incorporada dia após dia às atividades escolares. Atualmente, torna-se cada vez mais difícil separar os conteúdos abordados em cada matéria de forma estanque, sem que haja um diálogo com as demais. Assim, a interdisciplinaridade transformou-se no bastião educacional, a solução sintetizadora que envolve as diferentes disciplinas.

De acordo com as questões analisadas, verificou-se que, embora diversos textos abrangessem assuntos tratados por mais de um conteúdo disciplinar, a maioria das questões pode ser solucionada apenas com conhecimentos específicos de cada uma das matérias.

Palavras-chave: ENEM 2014; leitura; letramento; interdisciplinaridade.

1. Introdução

Alfabetizar é instrumentalizar, é ensinar a alguém o domínio da leitura e da escrita. Nesse sentido, considera-se alfabetizado o indivíduo capaz de assinar seu próprio nome. Muito embora se fale em queda no índice de analfabetismo no Brasil, as escolas estão formando adolescentes incapazes de exercer plenamente sua cidadania.

Sabe-se que uma sociedade letrada é aquela em que a leitura e a escrita são fatores de interação social entre os sujeitos, formas eficazes de entendimento do mundo. A perspectiva do letramento é, pois, esse estado ou condição que o indivíduo passa a ter sob o impacto das mudanças promovidas pela alfabetização (aspectos sociais, psíquicos, cognitivos, linguísticos, etc.), e que pode dar sentido à função da escola em promover uma aprendizagem significativa.

A importância da leitura no dia a dia do aluno é um assunto que preocupa estudiosos da língua portuguesa. É comum ouvir-se na escola, no seio familiar ou nas rodas de amigos, que o pouco ou nenhum interesse pela leitura se deve ao apelo sedutor da mídia eletrônica. Na verdade, segundo Rocco,

Lê-se muito pouco no Brasil hoje, mas nunca se leu muito mais antes. Nosso país não tem uma sólida tradição cultural de leitura. E nem poderia ter, já que no final da década de 30, por exemplo, mais da metade da população ainda não era alfabetizada. (ROCCO, 1996, p. 117)

A leitura de um texto é uma “conversa” entre o autor e o leitor. A partir do momento em que toma um livro nas mãos, o leitor faz uma imagem mental do texto e do autor, construindo expectativas acerca do conteúdo do material que será lido a partir da capa, do sumário, do prefácio e também do próprio nome do autor. Essa relação autor-leitor é que dá sentido ao texto.

O autor, por sua vez, ao iniciar sua produção, o faz visando a um leitor específico: àquele do qual ele também já construiu uma imagem, e passa a interagir com esse leitor através de sua obra.

Para atingir a esse objetivo, o autor lança mão dos diversos tipos textuais a fim de organizar seu discurso, de modo a atingir as diferentes classes de leitores.

Atualmente, torna-se cada vez mais difícil separar os conteúdos dos assuntos abordados em cada matéria de forma estanque, sem que haja um diálogo com as demais. Assim, a prática interdisciplinar vem sendo utilizada pelas escolas numa tentativa de acabar com a excessiva fragmentação do processo de ensino-aprendizagem da visão multidisciplinar educacional. Para Gadotti (1999, p. 2), “a interdisciplinaridade visa a garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas”.

Como consequência, a interdisciplinaridade transformou-se no bastião

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