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LIMITES AO DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

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Por:   •  4/11/2013  •  4.123 Palavras (17 Páginas)  •  618 Visualizações

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Metodologia Científica

Recursos Hídricos

20/09/13

LIMITES AO DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, IMPOSTOS PELA ESCASSEZ DE ÁGUA.

RESUMO

A Região Metropolitana de Curitiba - RMC está localizada próxima às cabeceiras da Bacia do Iguaçu, na Serra do Mar, que é o seu principal manancial de abastecimento e, portanto a disponibilidade de água de boa qualidade representa um dos importantes fatores de limitação do desenvolvimento da região. Para avaliar os limites definidos pela disponibilidade de água, foram comparados diferentes projeções de demanda, com cenários de disponibilidade hídrica, decorrentes dos usos dados às bacias destes mananciais, para os próximos 50 anos. No cenário que considera que praticamente toda a disponibilidade hídrica das condições de 1.992 ficará preservada até o ano 2.050, seriam aproximadamente 100 % da disponibilidade total para a projeção de população máxima e 83% para a população mínima. No cenário de manutenção da disponibilidade hídrica atual, os mananciais disponíveis serão suficientes até o ano 2050 para o crescimento mínimo e até 2040 para o crescimento máximo. Em condições de ausência de programas efetivos de conservação, os mananciais indicados estariam esgotados entre os anos de 2.030 e 2.035 para o máximo crescimento, e entre 2.035 e 2.040 para as projeções de mínimo crescimento populacional. Deverá ser revisado o Plano Diretor de Mananciais para orientar não somente o plano de obras de captações, mas também para ser utilizado como base para negociação da revisão dos Planos Diretores Municipais dos municípios da RMC, de forma a definir critérios ambientais para o uso urbano, agrícola e industrial destas áreas.

PALAVRAS-CHAVE: Mananciais, disponibilidade hídrica, degradação hídrica, gestão de bacias, gestão de recursos hídricos.

INTRODUÇÃO

Há cinquenta anos o homem ainda atônito com a catastrófica apresentação da energia nuclear, ainda não conhecia o vídeo cassete, a TV a cores, o gravador, o toca fitas, o computador, a internet. Ainda não sabia que teríamos uma revolução na produção e que os temas ambientais ganhariam importância mundial. Estava ainda otimista com as perspectivas da automação, sem perceber as ameaças do desemprego.

A escassez da água que era considerada no passado recente como uma hipótese restrita a regiões áridas, assume uma importância estratégica em todas as regiões do mundo. A compreensão da água como recurso natural renovável mais limitado foi condensada recentemente. No contexto atual os recursos hídricos começam a ser entendidos como sinônimo de oportunidade de desenvolvimento, e que muito provavelmente será o grande limitador do crescimento humano. Um amplo programa de pesquisa está iniciando através da execução do Plano Integrado de Gerenciamento de Mananciais, projeto desenvolvido com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos através do PADCT III, cujo objetivo é o de criar instrumentos para a melhoria e/ou conservação dos mananciais de abastecimento.

Este trabalho estuda cenários futuros, que fazem parte do campo do desconhecido. Qualquer previsão está sujeita a erros, pois dificilmente podemos avaliar os resultados do potencial criativo do ser humano. Desta forma apresentamos os potenciais comparados com demandas de diferentes cenários, como forma de embasar tecnicamente decisões políticas da mais alta relevância. Este estudo não pretende definir nem julgar os usos que estão previstos sobre as áreas de mananciais, mas sim avaliar as consequências de diferentes cenários de usos dos mananciais, ao desenvolvimento da RMC.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os recursos hídricos estão sendo comprometidos pela degradação urbana, industrial e agrícola e por desequilíbrios ambientais resultantes do desmatamento e uso indevido do solo. A cada dia cresce a disputa entre os setores da agricultura, indústria e abastecimento humano, que tradicionalmente competem pelo uso da água, gerando sérios conflitos entre os usuários (FIGUEIREDO, 1997).

A DINÂMICA DA DEGRADAÇÃO DE MANACIAIS

RURAL

A ocupação do Paraná é recente, passando a primeira metade do século XX voltada ao extrativismo e cultivo do café no norte do estado. No período de 1950 a 1970 houve a expansão acelerada da fronteira agrícola nas regiões oeste e sudoeste, caracterizada pela implantação de sistemas agrícolas imediatistas, resultando na contínua e progressiva degradação ambiental (ANDREOLI & SOUZA, 1992). Embora represente 2,4% do território nacional, o Estado do Paraná contribui com cerca de 7% da produção pecuária e 22% da produção nacional de grãos.

Este processo de expansão da fronteira agrícola, realizado visando o lucro imediato não se preocupou com o correto manejo do solo, com isso as formas inadequadas de preparo do solo provocaram intensos processos erosivos com a remoção da camada mais fértil e degradação física do solo. Esta ação representa a perda do solo pela erosão e o transporte de 12.587.969 toneladas por ano de solos nas principais bacias do Paraná. Segundo dados do Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica (DNAEE) os rios que mais contribuem para esta cifra são os rios Ivaí e Paraná que transportam, respectivamente, 2.708.300 e 8.325.504 toneladas de solo por ano.

O aumento da turbidez causou um gasto estimado de U$ 217.000/ano em produtos químicos para o tratamento da água potável (ADUR & GUIDI, 1986). Segundo ANDREOLI (1993) muitos contaminantes químicos, incluindo agrotóxicos e insumos agrícolas como nitrogênio e fosfatos estão associados aos sedimentos. Em estudos realizados no período de 1976 e 1984 pela SEMA/SURHEMA, foram encontrados resíduos de agrotóxicos em 91,4% das amostras de água de 12 bacias do Estado sendo que a Bacia do Rio Pirapó apresentou resíduos em 97,2% das amostras.

A redução da fertilidade decorrente da erosão no período 1970-1986 induziu o consumo de fertilizantes de 575%, sem reflexos na produtividade, que se manteve estável na maior parte das culturas (BRAGAGNOLO & ALTAGA, 1990). Estes dados demonstram que grande parte do investimento com fertilizantes acaba sendo perdido e se transformando em contaminante hídrico. A EMBRAPA

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