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Letramento E Alfabetização

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Por:   •  27/10/2013  •  4.721 Palavras (19 Páginas)  •  296 Visualizações

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3. Alfabetização e Letramento

As utilizações do termo letramento vêm sendo discutidas de forma muito eficaz por diversos autores especialistas em educação. Para eles, trata-se de um termo relativamente novo no vocabulário utilizado por aqueles que não têm envolvimento na prática educacional. Entretanto, tal termo ressalta um sinônimo amplamente conhecido por educadores há muito tempo: muitos indivíduos conhecem a simbologia das letras, mas não conseguem decifrá-las corretamente.

Fica evidente quando comparamos o estudo dos autores que existe uma diferença fundamental entre alfabetização e letramento. Para eles, a alfabetização é um processo praticamente mecânico apreendido, na maioria das vezes, dentro das salas de aula e o letramento é um conjunto de conhecimentos que o indivíduo acumula ao longo da vida. Seguindo esta linha de pensamento a alfabetização um dia tem fim, isto é, termina quando o indivíduo adquire a capacidade de compreensão dos sinais que compreendem determinada língua escrita.

Logo, é importante ressaltar que alfabetização e letramento caminham juntos embora nem todo sujeito letrado precisa, necessariamente, ser alfabetizado. É difícil imaginar, no entanto, que alguém possa exercer tal condição em grau satisfatório (o mais alto deles) sem que antes tenha sido alfabetizado. Este fato pode ser explicado se considerarmos que a maioria absoluta dos conhecimentos que se pode adquirir está disponível na forma de símbolos grafocêntricos.

Por outro lado, mesmo antes da humanidade ter conhecimento das letras (símbolos), já possuíam algum grau de letramento, no sentido atual de sua aplicabilidade, e este fato é evidente se raciocinarmos a complexidade exigida para elaboração do nosso atual sistema de escrita, embora saibamos que a escrita surgiu ao acaso, motivada pela necessidade de comunicação.

Faraco (2006), utiliza alguns termos didáticos, e para melhor compreensão destes termos apresentaremos a seguir seus significados:

- Decodificar: é o mesmo que decifrar o código. Exemplo: Quando uma criança está construindo a base alfabética, antes de saber ler, ela consegue decodificar algumas palavras mais corriqueiras, mas isto não significa que a mesma já lê, ela está na verdade, decodificando;

- Ler: não é apenas decodificar, mas sim encontrar sentido no que se está lendo. É a capacidade de se apropriar do que é do outro e fazê-lo de tal forma que te pertença a partir de então;

- Escrever: O ato de escrever pode ser entendido como uma ação transformadora e construtora de uma nova realidade. É a ação pela qual cada pessoa que escreve enfrenta a realidade do seu mundo, buscando compreendê-lo e explicá-lo.

- Autonomamente: Independente, fazer por conta própria sem depender de outra pessoa.

- Aprendizagem: É o processo de mudança de comportamento obtido através da interação dos sistemas mentais com o objeto a aprendizagem.

- Conhecimento: É a capacidade adquirida por alguém, de interpretar e realizar operações sobre um conjunto de informações.

Para os educadores, cabe o papel de incentivador na formação de cidadãos capazes de obter seu próprio grau de letramento. Isso porque o letramento é, segundo os autores, uma capacidade individualizada adquirida de diferentes formas e meios pelos atores envolvidos. Não existe uma fórmula para que se possa ensinar um indivíduo racionar, existe sim, a maneira de ensinar que é necessário raciocinar.

4. Gêneros Textuais

A construção do competente usuário da língua materna é exigência para o exercício da cidadania da sociedade grafocêntrica da qual fazemos parte. As competências necessárias para a utilização e apropriação da escrita é um processo complexo e multifacetado, que se caracteriza tanto pela conquista do sistema alfabético-ortográfico quando pela compreensão da importância do uso da escrita nas mais diversas situações cotidianas.

Textos reais são produzidos no cotidiano, não se constituindo de palavras soltas, desvinculadas de contexto e sentido. A comunicação se processa mediante a estruturação de textos orais ou escritos e é por meio dela que nos tornamos, no mundo, sujeitos que refletem e se posicionam, interferindo nas diversas situações vivenciais, organizando o discurso a partir de conhecimentos específicos e se apresenta linguisticamente por meio de textos, produto da atividade discursiva oral ou escrita.

A criança, desde seu nascimento, está em contato com textos orais ou escritos de diversas formas, pois vive em uma sociedade na qual as letras estão por toda a parte. Essa convivência com o mundo letrado se dá, primeiramente, por intermédio da família que utiliza, em seu dia-a-dia, diferentes suportes de textos escritos, inclusive os introduzidos por meio de diversos produtos de consumo levados para dentro de casa. A continuidade dessa convivência se dá nos diversos âmbitos sociais pelos quais a criança circula.

É importante ressaltar que esses contatos são de fundamental relevância para o desenvolvimento linguístico da criança, isto é, estes textos que, aparentemente, não nos causam nenhuma impressão, já que com eles estamos tão acostumados, tornam-se, para o universo da criança, a primeira referência do mundo textual, portanto, os primeiros responsáveis por sua iniciação no letramento.

Os gêneros são formas materializadas de atividades sociais criadas pelos seres humanos e são facilmente multiplicados, de acordo com as necessidades da época. Não é à toa que, com o grande avanço tecnológico, principalmente na área de comunicação, proporcionou-se um grande número de gêneros textuais, atendendo as propostas de comunicação em um mundo globalizado, como: telemensagens, mensagens eletrônicas, via celulares, cartas eletrônicas (e-mails), bate-papos virtuais, sítios interativos (web sites), dentre outros.

Marcuschi (2002) acrescenta comentários a respeito de gênero textual, ao considerar texto como uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual. Logo, o gênero é o texto, nos diversos contextos de atividades sociais, que facilita as atividades sócio-comunicativas.

Para exemplificar isso, quando invocamos um gênero, como uma reportagem, estamos invocando não apenas um modelo estético de um gênero, ou modos e tempos verbais que, geralmente, façam parte do desse contexto. Estamos invocando o papel do jornalismo e de qual a função social que possui a essa reportagem em determinado jornal e qual o público

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