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Letramento E Alfabetização

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Por:   •  15/10/2014  •  2.022 Palavras (9 Páginas)  •  327 Visualizações

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A importância da utilização do texto e a articulação entre as áreas de conhecimento

Hiliana Alves dos Santos

Soraya Pedrosa B. B. da Silveira

Resumo: A leitura e a escrita são pontes incontestáveis para que haja uma inclusão do indivíduo dentro da sociedade. Tendo a escola à responsabilidade de sistematizar esses saberes, salienta-se que não é papel apenas do professor de língua portuguesa utilizar-se do texto para que haja uma aquisição significativa da linguagem. Outras disciplinas do Ensino Fundamental deveriam utilizar textos concretizados através dos gêneros disponíveis na sociedade e tipos formando conjunto com fim comum: a inserção do aluno no mundo letrado. Reconhecendo sua importância na sala de aula sugerimos que a utilização do texto aconteça com mais freqüência e que este uso possa articular-se coerentemente dentro de uma proposta interdisciplinar articulada entre as áreas de conhecimento.

Diante dos resultados obtidos nos exames que avaliam o nível de leitura dos como o ENEM, SAEPE entre outros, observar o espaço que essa prática ocupa no cotidiano escolar faz-se necessário uma vez que, mesmo com tantas pesquisas dedicadas ao tema, o fantasma do analfabetismo funcional acompanha os brasileiros em pleno séc. XXI.

No entanto, não podemos atribuir toda a culpa apenas ao professor, pois há diversos fatores que comprometem o processo de ensino-aprendizagem, como, por exemplo, os aspectos físicos da escola, condições de trabalho, entre outros.

Todavia, no presente trabalho, deter-nos-emos a observar qual o espaço dedicado à diversidade textual na sala de aula e, por conseguinte, qual o tratamento dado à leitura no cotidiano escolar mais especificamente nas aulas de outras disciplinas, uma vez que o trabalho com a diversidade textual já se incorporou nas aulas de língua portuguesa e língua estrangeira devido aos apelos dos Parâmetros Curriculares Nacionais e ao grande número de publicações na área, publicações estas geralmente divulgadas nos cursos de Letras.

Segundo as orientações apresentadas pelos PCN, todo professor, independente da sua área de formação, deve ter o texto como instrumento de trabalho. Este, por sua vez, deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar, pois, através do trabalho orientado para leitura, o aluno deveria conseguir apreender conceitos, apresentar informações novas, comparar pontos de vista, argumentar, etc. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante na conquista de sua autonomia no processo de aprendizado. No entanto, o que se observa é que construir habilidades e competências que envolvam a leitura e a produção textual é papel atribuído apenas e tão somente aos professores de língua, limitando o espaço do texto na escola.

No presente trabalho, utilizamos o método etnográfico quantitativo através do qual pudemos verificar o espaço dedicado ao texto em seu cotidiano escolar, assim como investigar a formação dos professores. Nosso corpus é composto por oito professores do Ensino Fundamental II de escolas da região metropolitana de Recife.

Para orientar nosso trabalho, tomaremos como base as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais apoiar-nos-emos nas contribuições de BAKTHIN (2003), SCHNEUWLY e DOLZ (1999), CRISTÓVÂO e NASCIMENTO (2006) e MATÊNCIO (2000).

O texto e seu espaço na sala de aula

Durante muito tempo o espaço do texto ficou relegado ao trabalho com análise lingüística, o ensino tradicional tomava como unidade de estudo a estrutura da oração e do período.

A partir da década de oitenta, opondo-se a essa maneira de ensino da língua portuguesa, começam a despontar propostas de trabalho que tomam o texto como unidade de estudo essencial e com o reflexo das contribuições da Lingüística Textual, da Teoria dos gêneros, da Sociolingüística, da Análise do Discurso, passou-se a ver o texto como unidade básica da interação verbal.

Tomamos como base, o conceito de gênero textual apresentado por Bakthin (1997). Segundo ele, os gêneros textuais são formas relativamente estáveis de enunciados que se definem por aspectos relacionados ao conteúdo, à composição estrutural e aos traços lingüísticos, extremamente ligados aos contextos (condições e finalidades) nos quais estão inseridos. É por esta dependência com relação ao contexto que eles são historicamente variáveis. Assim, a imensa diversidade de gêneros é que forma a língua.

As práticas pedagógicas de língua materna tem sido alvo de uma constante preocupação. Afinal, muitas são as dificuldades dos alunos no que diz respeito ao desenvolvimento da proficiência em leitura e compreensão de texto. No entanto, não podemos esquecer que é papel da escola como um todo tornar nossos alunos capazes de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer uso de informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.

Logo, não só o professor de Língua Portuguesa, mas o corpo docente como um TODO deve ser responsável pela a trajetória de sucessos e de insucessos que acompanha a formação do alunado. Se nosso objetivo enquanto educadores é promover o processo de ensino-aprendizagem, devemos perceber que a linguagem é o meio pelo qual nossa ação se concretiza, por isso devemos consubstancialmente desenvolvê-la.

Dessa forma, se compreendemos o texto como sendo a unidade básica da linguagem verbal, devemos utilizá-lo como instrumento em nossas aulas e torná-lo mais presente no cotidiano escolar dos nossos alunos trazendo para o contexto educacional os diversos gêneros textuais disponíveis na sociedade.

Quanto a isso, n os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.30) afirma-se que:

“Cabe a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui os textos das diferentes disciplinas, com os quais o aluno se defronta sistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim, não consegue manejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade”. (PCN, 1997, p.30)

O gênero com meio de articulação entre as áreas de conhecimento

Considerando o que foi acima apresentado, percebemos a necessidade de um ensino de língua que esteja de acordo com o contexto no qual estão inseridos os indivíduos presentes no processo

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