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Libras: Que Lingua é Essa.

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Por:   •  10/10/2013  •  4.468 Palavras (18 Páginas)  •  1.188 Visualizações

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LIBRAS que língua é essa?

Com linguagem de fácil compreensão e interessante abordagem da temática, a autora insere o leitor nos mais corriqueiros dúvidas e mitos acerca da Língua de Sinais e também do cotidiano do surdo. Submersos na ignorância, no sentido denotativo da palavra, no costume de julgar aquele indivíduo “diferente” a partir de conceitos e preconceitos pré-estabelecidos que circundem o nosso cotidiano, somos apresentados às respostas. E que respostas seriam essas? Gesser expõe os mitos, crenças e as dúvidas, mas de uma forma diferente e bastante didática: como forma de pergunta, a autora responde-nos, tirando-nos do lugar comum em que muitos de nós, leitores, encontrávamo-nos.

Uma das crenças mais recorrentes quando se fala em língua de sinais é que ela é universal. Uma vez que essa universalidade está ancorada na idéia de que toda língua de sinais é um “código” simplificado aprendido e transmitido aos surdos de forma geral, é muito comum pensar que todos os surdos falam a mesma língua em qualquer parte do mundo. Podemos dizer que o que é universal é impulso dos indivíduos para a comunicação e, no caso dos surdos esse impulso é sinalizado. A língua dos surdos não pode ser considerada universal, dado que não funciona como um “decalque” ou “rótulo” que possa ser colocado e utilizado por todos os surdos de todas as sociedades de maneira uniforme e sem influências de uso.

A língua de sinais dos surdos é natural, pois evoluiu como parte de um grupo cultural do povo surdo. Consideram-se “artificiais” as línguas construídas e estabelecidas por um grupo de indivíduos com algum propósito específico. O esperanto e o gestuno são exemplos de línguas “artificiais”, cujo objetivo maior é estabelecer a comunicação internacional. Esse tipo de língua funciona como uma língua auxiliar ou frança. A comunidade surda, de forma geral, não considera o gestuno uma língua “real”, uma vez que foi inventada e adaptada. Atualmente, entretanto, cursos são oferecidos, e os adeptos do movimento gestunista divulgam os sinais internacionais em conferências mundial dos surdos.

A partir da década de 1970, os linguístas Robbin Basttison, Edward S. Klima e Ursulla Bellugi conduziram estudos mais aprofundados sobre a gramática da ASL, especificamente sobre os aspectos fonológicos, descrevendo um quarto parâmetro: a orientação da palma da mão. Os sinais podem ser realizados com uma ou as duas mãos. A configuração de mão diz respeito à forma da mão. A orientação é a direção e a direção que a palma da mão aponta na realização do sinal. A locação refere-se ao lugar, podendo ser realizado em algumas partes do copo, e no exemplo podemos verificar que ocorre em frente ao queixo. Finalmente, o movimento, que pode ou não estar presente nos sinais. No caso de “conhecimento”, a lateral do dedo indicador bate próximo ao lado direito do queixo.

As investigações linguísticas apontam e descrevem a existência de características linguístico-estruturais que marcam as línguas humanas naturais. A crença, ainda muito forte na sociedade ouvinte, de que a língua de sina is dos surdos não tem gramática estar ancorada na crença de que elas não passariam de mímicas e pantomimas. Para demonstrar a diferença entre mímica e sinais, foi realizado um estudo a partir da observação de narrativas que necessitam de pantomimas durante a contação da história.

A língua de sinais de sinais tem todas as características linguísticas de qualquer língua humana natural. É necessário que nós, indivíduos de uma cultura de língua oral, entendamos que o canal comunicativo diferente que o surdo usa para de comunicar não anula a existência de uma língua tão natural, complexa e genuína como é a língua de sinais. Os surdos são fisicamente e psicologicamente normais: aqueles que têm sue aparato vocal intacto podem ser oralizados e falar a língua oral, se assim desejarem. Entretanto, o que deve ficar registrado é a forma pela qual constantemente se atribui a língua de sinais um status menor, inferior e teatral, quando definido e comparado à mímica. Conserve

Os surdos foram privados de se comunicarem em sua língua natural durante séculos. Vários estudos têm apontado a difícil relação dos surdos com a língua oral majoritária e com a sociedade ouvinte. Escolas, profissionais da saúde, e familiares de surdos têm seguido uma tradição de negação do uso de sinais, por exemplo, oferece-nos um panorama das atitudes dos ouvintes em relação á surdez, apontando que, por séculos, os surdos não tinham respeitados os seus direitos e reconhecidas suas responsabilidades, mesmo depois de receberem educação. Padden e Humphries (1988) mostram que as escolas, em sua grande maioria, proibiam o uso da língua de sinais para a comunicação entre os surdos, forçando-os a falar ou fazer leitura labial. Quando desobedeciam, eram castigados fisicamente, e tinham as mãos amarradas dentro das salas de aula.

Outro apelo pejorativo e muito distorcido são algumas referencias e comparações da língua dos surdos com a comunicação dos chimpanzés. Uma das questões filosóficas centrais no iluminismo era especular sobre “o que nos tornaria humanos”. As crianças surdas e selvagens eram, todavia, um complicador para essa definição de homem, já que os surdos eram pensados como sem língua e as crianças feras eram invariavelmente mudas.

Linguisticamente pode-se afirmar que a língua de sinais é língua porque apresenta característica presentes em outras línguas naturais e, essencialmente, por que é humana. A língua de sinais tem uma gramática própria e se apresenta estruturada em todos os níveis, como as línguas orais: fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos.

Os sons das línguas orais podem ser combinados de várias formas para a produção de novos conceitos. Podemos falar diversas coisas de diversas formas a partir das regras de cada língua, regras que determinam a posição que cada elemento pode ocupar.

A flexibilidade se refere à mobilidade visível nos diversos usos de uma língua. A língua è versátil e, por isso mesmo, podemos falar do passado, presente, futuro e discutir, ameaça, prometer e etc. Em relação a descontinuidade, tomem-se como exemplo as diferenças mínimas na forma entre duas palavras, diferenças mínimas, mas que acarretariam mudanças no significado.

O alfabeto manual, utilizado para soletrar manualmente as palavras, é apenas um recurso utilizado por falantes da língua de sinais. Acredita que a língua de sinais é o alfabeto manual é fixa-se na idéia de que a língua de sinais é limitada, já que a única forma de expressão comunicativa seria uma adaptação das letras realizadas manualmente,

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