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Lingua Falada X Lingua Escrita

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Por:   •  20/3/2015  •  778 Palavras (4 Páginas)  •  498 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades estanques, apesar de apresentarem diferenças devido à condição de produção, é um fato incontestável. Contudo, há particularidades de outras ordens que as tornam modalidades específicas da língua.

Tais particularidades são, de fato, elementos exclusivos de cada uma delas, como a gesticulação, por exemplo, na linguagem oral, e a reedição de texto, com apagamento do texto anterior, na linguagem escrita.

Certamente, as pessoas não escrevem exatamente do mesmo modo que falam, uma vez que se tratam de processos diferentes. Essas diferentes condições de produção para usos de diferentes intenções propiciam a criação de diferentes tipos de linguagem, que se agrupam nas duas modalidades da língua.

Fatores como: o contexto, a intenção do usuário e a temática, são responsáveis pelas diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita, que, nem por isso, são estanques.

A LINGUAGEM ORAL E A LINGUAGEM ESCRITA,

SEGUNDO CHAFE

Sem desprezar as diversas teorias acerca das modalidades de uma dada língua, este trabalho se deterá nos estudos de Chafe (1987), que melhor estabeleceu as diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita, apresentando uma proposta de análise, a partir da qual foi possível se estabelecer uma comparação.

Chafe afirma que as pessoas não escrevem do mesmo modo que falam, corroborando a teoria de Goody e Watt (1968) acerca da diferença entre a oralidade e a escrita, contradizendo Bloomfield, em cuja concepção a linguagem escrita não passa de uma reprodução da linguagem oral.

“Writing is not language, but merely a way of recording language by means of visible marks.” (Bloomfield, 1933: 21)

Em trabalhos anteriores (Chafe, 1982, 1985 e 1986), o autor já demonstrava o seu interesse pelo assunto. Neles, procurou identificar mais precisamente as diferenças a serem encontradas nos dois tipos de linguagem usados por falantes e escritores, para em seguida tentar explicar as causas fundamentais de tais diferenças.

Nesses trabalhos, as observações feitas pelo autor se restringem a uma comparação entre os dois extremos da fala e da escrita: de um lado, a conversação, e do outro oposto, a escrita acadêmica.

Mais tarde, em parceria com Tannen (1987), o autor levanta a hipótese de que “diferentes condições de produção, assim como usos de diferentes intenções, propiciam à criação de diferentes tipos de linguagem” (cf. Chafe & Tannen, 1987: 390). No mesmo parágrafo, os autores demonstram acreditar que a conversação comum é a forma prototípica de linguagem, a partir da qual se deveriam comparar todos os outros gêneros quer sejam falados, quer sejam escritos.

Alguns fatores são responsáveis pelas diferenças entre linguagem oral e linguagem escrita: o contexto, a intenção do falante ou do escritor e o tópico do que se diz ou escreve.

Na caracterização dessas diferenças, Chafe (1987) analisou quatro tipos de produções discursivas coletados para um projeto de estudos: conversação e conferência (produções discursivas da oralidade),

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