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Literatura Do Século XIX

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Por:   •  20/5/2014  •  1.626 Palavras (7 Páginas)  •  313 Visualizações

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Introdução

Por que ler poemas do século XIX?

Nesse período as emoções começam a ocupar mais espaço na hora da escrita. Seja uma declaração de amor, sobre um amor não correspondido, sobre a morte, ou seja, eles colocavam no papel aquilo que os afligia no momento ou em determinada época da vida. O poema começou a ser usado também como forma de protesto contra injustiças. Por isso lemos poemas deste século, porque alem de ser um período importante na literatura brasileira é, também, uma forma de encontrarmos semelhanças no que estamos sentindo, seja no mau ou no bom sentido.

Álvares de Azevedo:

Biografia

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu no dia 12 de setembro de 1831, cidade de São Paulo, na casa de seu avô materno e dois anos depois, em 1833 mudou-se para o Rio de Janeiro com sua família. Em 1836 seu irmão mais novo morre, fato que o deixa muito abalado. De 1848 a 1851 cursa a Faculdade de Direito de São Paulo e passa a viver sozinho, e com a morte de um colega o pressentimento de que sua morte estava perto se agrava, pois já estava mal de saúde. No Rio de Janeiro, sofre uma queda de cavalo em março, o que acaba piorando seu estado de saúde. É operado de um tumor, mas, muito debilitado, falece no dia 25 de abril de 1852

A T...

A

moroso palor meu rosto inunda,

Mórbida languidez me banha os olhos,

Ardem sem sono as pálpebras doridas,

Convulsivo tremor meu corpo vibra...

Quanto sofro por ti! Nas longas noites

Adoeço de amor e de desejos...

E nos meus sonhos desmaiando passa

A imagem voluptuosa da ventura:

Eu sinto-a de paixão encher a brisa,

Embalsamar a noite e o céu sem nuvens;

E ela mesma suave descorando

Os alvacentos véus soltar do colo,

Cheirosas flores desparzir sorrindo

Da mágica cintura.

Sinto na fronte pétalas de flores,

Sinto-as nos lábios e de amor suspiro...

Mas flores e perfumes embriagam...

E no fogo da febre, e em meu delírio

Embebem na minh’ alma enamorada

Delicioso veneno.

Estrela de mistério! em tua fronte

Os céus revela e mostra-me na terra,

Como um anjo que dorme, a tua imagem

E teus encantos, onde amor estende

Nessa morena tez a cor de rosa.

Meu amor, minha vida, eu sofro tanto!

O fogo de teus olhos me fascina,

O langor de teus olhos me enlanguece,

Cada suspiro que te abala o seio

Vem no meu peito enlouquecer minh’ alma!

Ah! vem, pálida virgem, se tens pena

De quem morre por ti, e morre amando,

Dá vida em teu alento à minha vida,

Une nos lábios meus minh’ alma à tua!

Eu quero ao pé de ti sentir o mundo

Na tu’ alma infantil; na tua fronte

Beijar a luz de Deus; nos teus suspiros

Sentir as virações do paraíso...

E a teus pés, de joelhos, crer ainda

Que não mente o amor que um anjo inspira,

Que eu posso na tu’ alma ser ditoso,

Beijar-te no cabelo soluçando

E no teu seio ser feliz morrendo!

Analise poética

O eu lírico expressa a dor de amor, pois não tem sua amada por perto em sofrido leito de morte. O poema é escrito, em maior parte, no sentido literal, descrevendo os sintomas de sua enfermidade, apesar de conter alguns trechos em figura de linguagem.

“[...] Eu sinto-a de paixão encher a brisa,/Embalsamar a noite e o céu sem nuvens; [...]”

Neste verso, que está em figura de linguagem, o eu lírico imaginava a presença da mulher amada, podendo sentir seu perfume e o amor que transmitia.

“[...] Ardem sem sono as pálpebras doridas,/Convulsivo tremor meu corpo vibra... [...]”

Neste trecho o autor se refere aos sintomas da febre.

Adeus, meus sonhos!

A

deus, meus sonhos, eu pranteio e morro!

Não levo da existência uma saudade!

E tanta vida que meu peito enchia

Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! Votei meus pobres dias

À sina doida de um amor sem fruto,

E minh’alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?

Morra comigo

A estrela de meus cândidos amores,

Já não vejo no meu peito morto

Um punhado sequer de murchas flores!

Análise

...

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