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Literatura neorrealista

Seminário: Literatura neorrealista. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/4/2014  •  Seminário  •  452 Palavras (2 Páginas)  •  293 Visualizações

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Movimento literário que, assentando num compromisso político-social, uniu, na década de 40, uma geração de que fizeram parte, entre outros, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira, e que tendo como contexto histórico-social uma crise económica, a implantação dos sistemas totalitários (inclusivamente o português), a guerra civil espanhola e o início da Segunda Guerra Mundial, encontrou como elemento aglutinador determinante para a definição dos seus objectivos, em publicações como Seara Nova, Sol Nascente ou O Diabo, a polémica com os intelectuais da revista Presença, fechados, segundo os neo-realistas, num egotismo e esteticismos estéreis. Formado no pensamento marxista, defendendo as concepções do materialismo dialéctico e rejeitando a concepção inócua do socialismo utópico de que fora imbuído o romance realista oitocentista, o neo-realismo colhe no romance norte-americano de Steinbeck, Caldwell ou Hemingway, e no romance brasileiro nordestino, os modelos para uma literatura de denúncia social e de intenção pedagógica, marcada pelo forte anseio de atingir uma transformação histórica que resultaria da consciencialização de um destinatário que deveria incluir proletariado e campesinato.

A literatura neorrealista teve no Brasil e em Portugal motivações semelhantes, resgatando valores do realismo e naturalismo do fim do século XIX com forte influência domodernismo, marxismo e da psicanálise freudiana.

O determinismo social e psicológico do naturalismo é mantido, assim como a analogia entre o homem e o bicho (vide Angústia - Filme, de 1936), a busca pela objetividade e neutralidade como formas de dar credibilidade à narração.

Entretanto, se no naturalismo as mazelas da sociedade eram expostas pelos romancistas com algum pessimismo, sem perspectiva de solução a não ser o resgate ao passado A Ilustre Casa de Ramires, os escritores neorrealistas são sobretudo ativistas políticos, leitores de Marx, da prosa revolucionária de Górki e tomam posição na chamada luta de classes, denunciando as desigualdades sociais e os desmandos das elites. Vale lembrar que a industrialização somente no século XX deixou escancarada a distância entre os donos dos meios de produção e os trabalhadores. Enquanto internacionalmente a crise de 1929 foi estopim para o neorrealismo italiano e depois português, no Brasil a situação precária dos nordestinos foi retratada já a partir de A bagaceira, de 1928.

E se o neorrealismo optou pela ficção, tanto no Brasil quanto em Portugal, se deve principalmente aos governos ditatoriais, quais sejam o Estado Novo de Getúlio Vargas no Brasile o Salazarismo em Portugal.

Essa ficção neorrealista e pós modernista (no sentido de ser posterior ao movimento modernista) sofre as influências do Modernismo, especialmente a liberdade linguística e o intimismo freudiano à Virginia Woolf. Elementos que se tornarão mais fortes num segundo momento do neorrealismo, culminando na prosa existencialista do meio do século XX.

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