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MÉTODOS, ECONOMIA E EFICIÊNCIA EM INVESTIGAÇÕES

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Por:   •  25/8/2014  •  Projeto de pesquisa  •  5.683 Palavras (23 Páginas)  •  193 Visualizações

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Texto 01

MÉTODOS, ECONOMIA E

EFICIÊNCIA NOS ESTUDOS

1. APRENDER A APRENDER NA FACULDADE

Quem acaba de ingressa numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de tirar o máximo proveito do curso que vai fazer.

Em primeiro lugar, o calouro vai perceber de que muita coisa mudou em comparação aquilo com que estava acostumado em seus cursos de primeiro e segundo graus. E quem não souber compreender devidamente o espírito da nova situação para adaptar-se ativa e produtivamente a ela perderá preciosa oportunidade de integrar se desde o início no ritmo desta nova etapa de ascensão no saber, que se chama vida universitária.

Dizíamos que muita coisa mudou, e que é preciso entender o espírito desta mudança propositada e necessária, com vistas à adaptação a uma organização ativa e produtiva na vida de estudos. No curso médio, o estudante deve estar na sala de aula no horário exato, e não pode ausentar-se antes da saída do professor. Nos cursos universitários geralmente não se exige semelhante rigor; quem não chegar a tempo pode assistir às aulas seguintes, e quem tiver necessidade ausentar-se, antes do término da aula, pode fazê-lo.

No curso médio o estudante leva para casa tarefas diárias; não acontece o mesmo na faculdade. No curso médio os alunos andam uniformizados, não podem fumar no recinto da escola e as classes são bastante homogêneas; no curso superior nada disso acontece; as salas de aula são mais amplas e bastante heterogêneas; não raro, ao lado de um jovem de dezoito anos senta-se um diretor de escola ou um gerente de empresa. Os programas do curso médio apresentam dificuldade igual para todos os estudantes, enquanto na faculdade a formação heterogênea dos alunos faz com que os programas não apresentem dificuldades iguais para todos. No colégio, os diretores e os professores dão ordens e fiscalizam seu comprimento; na faculdade, os acadêmicos recebem orientações. Afinal, na faculdade, todos são tratados como adultos responsáveis e capazes de dirigir a própria vida social, disciplinar e de estudos. Mas, sempre há o perigo de má interpretação deste novo clima, especialmente quando não se é, de fato, adulto e responsável.

Que pensar do acadêmico que não se preocupa com a pontualidade porque o professor respeita o seu direito de chegar com algum atraso, por motivo que um adulto julgaria razoáveis? O que acontecerá com um acadêmico que não organiza seu tempo de estudo particular para preparar aulas, para fazer revisões, só porque o professor não estabeleceu o controle das tarefas diárias? Que há de se esperar do aluno que transcura "orientações" porque elas não se formalizaram como "ordens"?

Quem acaba de entrar para a faculdade percebe que muita coisa mudou, e deve perceber que também ele precisa mudar, e especialmente na responsabilidade, na autodisciplina e na maneira de conduzir sua vida de estudos, para tirar o maior proveito possível da excelente oportunidade de crescimento cultural que a faculdade lhe oferece.

Muitos calouros confessam que aprenderam muita coisa, mas que nunca aprenderam a estudar, isto é, nunca aprenderam a aprender. Quem reconhece a própria carência já deu o passo mais importante para se dispor a tomar o remédio adequado. E sempre haverá o que aprender para melhorar o rendimento de nossos trabalhos, de nossos estudos e, desta forma, aumentar nossa satisfação pessoal nos êxitos alcançados. Esta parte introdutória e eminentemente prática de nosso trabalho deverá, pois, interessar vivamente a todos os nossos universitários.

Quem acaba de ingressar na faculdade sabe como deve orientar seus estudos particulares? E sabe como participar ativa e produtivamente das aulas? Sabe ler com eficiência, tomar apontamentos, levantar esquemas, fazer resumos, desenvolver temas, redigir trabalhos? Julga-se satisfeito porque entendeu tudo ou quase tudo que o professor disse? Percebe que aprender é principalmente analisar, assimilar, reter e ser capaz de reproduzir com inteligência? Observe que as sabatinas, ou provas, não examinam o que se entendeu vagamente sobre um problema apresentado; examinam, sim, quanto se reteve e como se é capaz de reproduzi-lo adequadamente.

Fazer um curso superior não é ouvir aulas para conseguir adivinhar testes, mas instrumentar-se para o trabalho científico. Mais vale essa instrumentação do que o conhecimento de uma série de problemas ou o aumento de informações acumuladas assistematicamente; ou, como já se disse, mais vale uma cabeça bem-feita de que uma cabeça bem cheia (de informações, de erudição). Nesse sentido terá feito bom curso superior não tanto aquele que for capaz de repetir o que aprendeu, mas aquele que, diante de problemas completamente novos, tiver nível e método para empreender uma pesquisa séria e profunda. Nesse sentido, diz Mira y Lopez (1968), que "aprender é aumentar o cabedal de recursos de que dispomos para enfrentar os problemas que nos apresenta a vida cultural”.

Não se esperem amplos desenvolvimentos de teses nem elencos de conselhos neste trabalho estritamente elementar, mas tão-somente algumas considerações sobre temas de real importância para a eficiência de um curso superior. Tudo será simples, como é simples uma vacina que salva da morte. Não se confunda simplicidade, praticidade, com inutilidade ou superficialidade. É evidente que, ao examinar-se um conceito muito simples, se procure, de preferência, verificar se ele está sendo posto em prática, e com resultados.

Há uma generalizada curiosidade entre jovens a respeito de discussões teóricas sobre o método mais perfeito para estudar e para aprender; para estudar pouco e aprender muito. Não se verifica o mesmo interesse em adotar e por em prática, com empenho e perseverança, nem o método mais perfeito nem outro método qualquer, porque na verdade, nenhum método é perfeito a ponto de dispensar o trabalho que não se quer ter. Mas a idéia de um método que torne mais eficiente o trabalho é muito válida. Podemos e devemos conhecer a maneira mais econômica e mais eficiente de estudar para aprender de fato, para crescer culturalmente. Não será difícil reconhecer um bom método; não será fácil arregimentar disposições para pô-lo em prática com perseverança. Só esta decisão garantirá bom rendimento e satisfação pessoal nos estudos, melhorará a capacidade de compreensão e facilitará a assimilação e a retenção, desenvolverá a capacidade de análise e o poder de síntese, aumentará progressivamente a clareza e a profundidade dos conceitos, conferirá eficácia à comunicação,

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