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O TRABALHO, A OCUPAÇÃO E O EMPREGO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

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Por:   •  18/9/2014  •  5.543 Palavras (23 Páginas)  •  520 Visualizações

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O TRABALHO, A OCUPAÇÃO E O EMPREGO:

UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

RESUMO

Neste artigo, discutem-se esses temas sob o enfoque da História, procurando esclarecer o conceito que se deu a cada um deles nos diferentes momentos da existência humana. Além de tratar da contextualização histórica dos mesmos, se evidenciam os desafios com que as

sociedades atuais se defrontam, como a mundialização da economia e o uso cada vez maior

da tecnologia. Infere-se deste estudo que, ao longo das várias fases da civilização humana, o trabalho era atividade dos servos e dos escravos, e que, na era moderna, esse entendimento está associado a emprego. Assim, as organizações que pretendem desenvolver a empregabilidade de seus membros precisam levar em conta a necessidade de trabalho das pessoas numa perspectiva de ocupação humana.

PALAVRAS-CHAVE:

Trabalho - Ocupação - Emprego.

INTRODUÇÃO

Durante aproximadamente 30 anos, após a Segunda Guerra Mundial, as sociedades industrializadas conviveram com crescimento econômico, progresso material, avanço da

ciência e da tecnologia e melhoria geral das condições de vida, talvez nunca imaginada. O

avanço tecnológico atingiu um patamar sem precedentes na história da civilização ocidental. Nos últimos 25 anos, no entanto, vive-se um processo de crise, em decorrência, principalmente, do processo de mundialização do capital. Os governos estão endividados, e as economias estão cada vez mais longe de proporcionarem condições de emprego àqueles que já estão ou entram no mercado de trabalho. Paradoxalmente, esses fatos estão acontecendo em um período de crescimento e de elevada produtividade. Por outro lado, são poucos os países que fogem dessa condição crítica, pois quase todos enfrentam a crise do desemprego e a ICPG degradação social por ela causada. O declínio do emprego retrata, portanto, a possibilidade objetiva de um cenário social caótico nos país es em que ele se torna agudo, a não ser que surjam alternativas que permitam às pessoas o exercício do trabalho autônomo e outras formas de ocupação que lhes propiciem meios de vida. Essas foram as alternativas consagradas ao longo da história, uma vez que o emprego é um fenômeno da modernidade.

Este estudo resgata o entendimento do trabalho, da ocupação e do emprego a partir de um mergulho na História. Nele se evidencia que estes conceitos pertencem, simultaneamente, à esfera da reflexão teórica e da realidade empírica. Constata-se, também, a importância que eles adquirem na vida das pessoas e da sociedade moderna.

Para dar seqüência ao propósito deste artigo, faz-se uma visita aos diferentes momentos da História para que se possa entender os conceitos de trabalho, ocupação e emprego. Em seguida, analisam-se os principais fenômenos associados a cada um deles. Ao final, faz-se um comentário sobre os principais assuntos abordados, correlacionando-os com a empregabilidade.

TRABALHO, OCUPAÇÃO E EMPREGO AO LONGO DA HISTÓRIA

Nesta parte se discute o entendimento que foi dado, ao longo da História, às questões pertinentes ao trabalho, à ocupação e ao emprego. Para proporcionar maior clareza, focaliza-se, primeiro, o trabalho; em seguida, a ocupação; depois, o emprego; por último, o trabalho e o emprego no limiar do novo milênio.

Trabalho

Na Antigüidade, o trabalho era entendido como a atividade dos que haviam perdido a liberdade. O seu significado confundia-se com o de sofrimento ou infortúnio. O homem, no exercício do trabalho, sofre ao vacilar sob um fardo. O fardo pode ser invisível, pois, na verdade, é o fardo social da falta de independência e de liberdade. (KURZ: 1997, p.3).

Na tradição judaico-cristã, o trabalho associa-se à noção de punição, de maldição, como está registrado no Antigo Testamento (punição do pecado original). Na Bíblia, o

trabalho é apresentado como uma necessidade que leva à fadiga e que resulta de uma maldição: "Comerás o pão com o suor de teu rosto" (Gn. 3,19). Decorre desse princípio

bíblico o sentido de obrigação, dever e responsabilidade. A equiparação entre trabalho e

sofrimento não é o de simples cansaço; representa, também, uma condição social.

O significado de sofrimento e de punição perpassou pela história da civilização, diretamente se relacionando ao sentido do termo que deu origem à palavra trabalho. Essa vem do latim vulgar tripalium, embora seja, às vezes, associada a trabaculum. Tripalum

era um instrumento feito de três paus aguçados, com ponta de ferro, no qual os antigos agricultores batiam os cereais para processá-los. Associa-se a palavra trabalho ao verbo

tripaliare, igualmente do latim vulgar, que significava "torturar sobre o trepalium", mencionado como uma armação de três troncos, ou seja, suplício que substituiu o da cruz, instrumento de tortura no mundo cristão. Por muito tempo, a palavra trabalho significou experiência dolorosa, padecimento, cativeiro, castigo. (BUENO: 1988, p.25).

Os gregos utilizavam duas palavras para designar "trabalho: ponos, que faz referência a esforço e à penalidade, e ergon, que designa criação, obra de arte. Isso estabelece a diferença entre trabalhar no sentido de penar, ponein, e trabalhar no sentido de criar, ergazomai. Parece que a contradição "trabalho-ponos" e "trabalho-ergon" continua central na concepção moderna de trabalho. Pode-se observar em diferentes línguas (grego, latim, francês, alemão, russo, português) que o termo trabalho tem, em sua raiz, dois significados: esforço, fardo, sofrimento e criação, obra de arte, recriação.

Na Antigüidade, distinguia-se trabalho de labor. Essas palavras têm etimologia

diferente para designar o que hoje se considera a mesma atividade. Ambas conservam seu

sentido, a despeito de serem repetidamente usadas como sinônimos. O trabalho, além do labor e da ação, é um dos elementos da vida ativa. "O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano. O trabalho é a atividade correspondente ao

artificialismo da existência humana. A ação corresponde à condição humana"

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