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O significado da alfabetização na vida das crianças

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Por:   •  18/3/2014  •  Artigo  •  2.562 Palavras (11 Páginas)  •  251 Visualizações

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O significado da alfabetização na vida da criança

“Estar alfabetizado é conseguir atribuir significados e acima de tudo dar sentido às funções da escrita.” (Tiago Cristiano de Siqueira da Cruz).

Lembro-me que quando minha mãe me matriculou numa pequena escola do bairro, onde estudei da pré-escola à 4ª série, tinha muita dificuldade em qualquer matéria relacionada à matemática, porém a professora de português muito me cativou e conquistamos juntos todos os obstáculos que se podia ser tão complicado em minha vida em relação à alfabetização. Isso acredito que não ocorreu por falta de compreensão minha, mas por falta de habilidade da professora.

Lembro-me da sala do pré em que a professora não conseguia olhar-nos aos olhos e que a sala por sua vez era uma sala apertada, com mesas muito baixas e redondas, por onde eu mal conseguia me locomover com bom espaço e me mexer.

Usávamos muito o caderno quadriculado para tarefas e afazeres na sala de aula e aquele quadriculado era pequeno, não podia pular linhas e então, tudo ficava pequeno e apertado naquele espaço que tínhamos que cuidar para que a letra não saísse dele.

Todos os dias fazíamos riscos naqueles quadradinhos, risquinhos deitados, risquinhos em pé, risquinhos inclinados, e cada um dos risquinhos não podia sair daquele quadradinho.

Na 1ª série, hoje 2 º ano, a professora era muito boazinha, inteligente e legal e isso nos incentivava e eu procurava fazer tudo certo e já não me lembro mais se ainda precisava escrever no caderno quadriculado. Havia agora outro caderno que cuidava de gerar os limites, este era o caderno de caligrafia, onde eu tinha que escrever as letras minúsculas e maiúsculas, do tamanho já determinadas por aquelas linhas paralelas, aparentemente infinitas.

Minha professora do 1º ano era muito criativa e estimulava nossa imaginação por meio de jogos e brincadeiras e certa vez pediu para que todos levassem um jogo de "pega-varetas" e naquele tempo elas eram de madeira com um cheiro muito agradável e de tinta colorida. Não sei se tinha todo esse cheiro ou se eram asas da minha imaginação, mas as minhas varetas tinham um cheiro que eu gostava e com elas a professora ia nos ensinando a contar, imaginar e a fazer letras com as varinhas.

Hoje, vejo a importância que ela dava para o nosso primeiro contato com as letras e o quanto isso muda significativamente na vida de uma criança e alem disso a compreensão de que a criança, primeira aprende com o corpo.

Não me recordo de todos os detalhes, mas lembro de que fui alfabetizado logo que entrei no ensino fundamental e que tinha sete anos completos.

Lembro-me também que era um aluno pouco lento para escrever e desatento e de um fato marcante que por minha sala passavam os alunos de duas classes cujas salas de aula ficavam no andar de cima e que havia um tipo de "castigo" para quando não terminávamos tudo o que tínhamos que fazer a tempo. Batia o sinal e não podíamos sair da sala até terminar de copiar ou resolver tudo o que deveria ser feito na aula e que uma única vez fiquei depois da aula, copiando o "ponto" da lousa e todos meus colegas saíram da classe, e logo em seguida passaram por ali todos os alunos do andar de cima, das outras salas. E que todos os que passavam sabiam que eu estava ali porque não havia acabado a lição, neste dia fiquei com muita vergonha, e hoje sei que existem tantos outros métodos para se incentivar um aluno sem usar de extrema correção ou castigo.

Em minha sala havia um tipo de bloco com grandes gravuras coloridas e bonitas e uma das gravuras era de uma fazenda, outra era um rio, e em outra havia crianças brincando. Aquelas gravuras eram lindas e ficaram marcadas em minha memória. A professora escolhia uma delas e tínhamos que fazer uma descrição do que estávamos vendo ali e particularmente eu adorava fazer descrições, parece que viajava no tempo e na fantasia.

De ler eu não gostava muito, de cópia também não e agora, ao escrever, relembro que conforme a gente ia aprendendo uma letra de cada vez, usando da cartilha com o D de dado, por exemplo, e tinha a figura de um dado ao lado da letra.

Tinha uma pequena torre pontuda e era muito diferente da igreja do meu bairro e tinha o G de gato e a letra era formada pelo corpo e pelo rabo do gato.

A pata nada e outras frases que eram para ser copiadas no caderno várias vezes. Eu gostava mais de fazer descrições do que cópias. Era muito sem graça copiar tanto!

A escola não me deixou com a sensação de que eu era inteligente e capaz, parece que sempre estava devendo algo, parece que sempre estava abaixo da expectativa do professor e sempre havia alguma meta determinada pelos adultos.

Sempre fui um aluno mediano em questão de notas, não tinha as melhores notas mas fazia o que podia naquela época.

Estar alfabetizado significa atribuir significado e sentido às funções sociais vinculadas à escrita. É ser capaz de compreender diferentes tipos de textos, possuir um repertório de procedimentos e habilidades para relacioná-los em um campo social determinado.

A aquisição do sistema da escrita não promove o desenvolvimento do intelecto, mas, sim, a reflexão e o uso da multiplicidade de diversas funções da escrita.

Alfabetizar não significava então aquilo que tão somente significava antigamente, ou seja, ensinar o alfabeto. Alfabetizar é ensinar a ler e a escrever, ensinar a reconhecer os símbolos gráficos da linguagem verbal e acima de tudo compreender que cada aluno tem seu tempo para estar diante dessa transformação.

Ser alfabetizado significa reconhecer e compreender esses símbolos e ser capaz de com eles produzir mensagens compreensíveis para outros alfabetizados, melhorando desse modo a comunicação entre os sujeitos e incrementando, consequentemente, o seu nível e qualidade de vida.

O conceito de alfabetização é, muitas vezes, confundido com o de literária. Esta confusão advém do fato de ambos os conceitos repousarem na linguagem escrita. A alfabetização é designada como um conceito relativo a aprender e a descodificar a linguagem escrita. Assim, distingue-se um alfabetizado como alguém que aprendeu e sabe ler e escrever e um analfabeto como o que não sabe ler nem escrever.

Para Faraco alfabetização refere-se a um conhecimento obtido, passando o aluno a ter autonomia para entender a leitura e a escrita e que esta o leva a um processo maio que é o domínio da língua. Enquanto letramento se encaixa num conhecimento maior e mais aprofundado deste universo letrado do qual ele cita.

Quadro de textos com diferentes gêneros

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