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Por:   •  20/11/2012  •  2.062 Palavras (9 Páginas)  •  942 Visualizações

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RINCIPAIS CARACTERISTICAS DE PRODUÇÃO DOS TRÊS MODELOS APRESENTADOS: SUECA, ITALIANA E JAPONESA

Os diferentes documentos divulgados nos últimos meses referentes a uma nova política industrial e tecnológica, ao darem peso decisivo ao Programa de Competitividade Industrial, se referem implícita ou explicitamente a “modelos” internacionais de organização industrial.

Tais “modelos”, por apontarem soluções originais para o problema de qualidade, ou por recorrerem a formas organizacionais reduzindo em forte competitividade, aparecem indicando pistas por onde poder-se-ia desenvolver uma produção flexível, com mao de obra qualificada e polivalente, capaz de responder à variabilidade e à complexidade crescentes de uma demanda criada pela abertura ao mercado internacional.

1- “FORDISMO”: DOIS SIGNIFICADOS DIFERENTES

O debate acerca da crise econômica contemporânea, seus desdobramentos e as possíveis saídas para a mesma ( emergência de novos paradigmas ou modelos), tem frequentemente colocado como ponto de referencia importante a problemática contruída pela chamada “escola francesa da regulação”(ER) e, em particular, o conceito de “fordismo” e a interpretação/diagnóstico desta crise como uma crise de esgotamento do fordismo.

É para esse tipo de problema no uso do conceito que Wood chama a atenção: “fica claro que os autores não estão necessariamente usando os termos da mesma forma. Em particular, o termo central dentro do debate, o fordismo, pode ser, e é efetivamente utilizado de maneiras bastante diferentes. Para alguns, ele é aproximadamente sinônimo de taylorismo, produção em massa e linha de montagem ( movingassemblyline). Para outros, fordismo se refere a um modo de vida global. Enquanto uns limitam sua aplicação ao processo de trabalho e aos métodos de gestão, outros querem assentá-lo num conjunto de conceitos gerais que servem para entender as sociedades em sua totalidade.

Com efeito, na formulação do conceito de fordismo nos trabalhos da ER podemos identificar dois significados, ou melhor, dois níveis de colocação e abrangência desta noção. A um nível mais global, “fordismo” designa o modo de desenvolvimento – articulação entre um regime de acumulação intensiva e um modo de regulação “monopolista” ou “administrado” – que marca uma determinada fase de desenvolvimento do capitalismo em países do centro: os anos de prosperidade sem precedentes ( a “era do ouro”) do sistema no pós-guerra.

Deixando de lado as diferenças nacionais, podemos destacar duas características das relações de trabalho tipicamente “fordistas”:

a. O amplo reconhecimento, por parte da sociedade, das organizações sindicais com interlocutores sociais de pleno direito;

b. A generalização dos procedimentos de negociação coletiva, traduzindo uma crescente “contratualizaçao” das relações de emprego.

Mas o termo “fordismo” possui um outro significado, que se coloca a um nível menos global designando um principio geral de organização da produção. Neste plano, podem ser destacados os seguintes traços característicos ou princípios constitutivos do paradigma fordista:

a. Racionalização taylorista do trabalho: profunda divisão – tanto horizontal quanto vertical – e especialização do trabalho;

b. Desenvolvimento da mecanização através de equipamentos altamente especializados;

c. Produção em massa de bens padronizados;

d. A norma fordista de salários: salários relativamente elevados e crescentes – incorporando ganhos de produtividade – para compensar o tipo de processo de trabalho predominante.

Nota-se, por outro lado que a constatação – que se extrai dos estudos da ER – de que o fordismo foi o modo de desenvolvimento dominante nos países centrais do sistema capitalista no pós-guerra não deve conduzir, de modo algum, à idéia de uma perfeita homogeneidade neste contexto. O paradigma fordista, apesar de dominante, não era exclusivo. Em vários ramos ou segmentos do aparelho produtivo prevaleciam princípios distintos. Dentro de cada país, nem todas as indústrias puderam implementar os métodos fordistas.

2. A EXPERIÊNCIA SUÉCA: O CASO DA INDÚSRIA EM MÉDIA SÉRIE

2.1Desenvolvimento e Caracterização do “Modelo”

A difusão desta modalidade de organização do trabalho como se sabe, não ocorreu com a velocidade e profundidade prevista e desejada pelos seus idealizadores conceituais. Embora experiências possam ser assinaladas em alguns casos no Brasil ou no exterior, é a Suécia o país onde a proposta sócio técnica em geral, e a de grupos semiautônomos em particular, difundiu-se de maneira mais generalizada.

A década de 70 assistiu o início de operação da planta de calmar – pertence ao grupo Volvo – que introduziu diversos conceitos inovadores na organização do trabalho para a fabricação de automóveis comerciais. A maior parte destes conceitos está relacionada à tentativa de se encontrar uma combinação mais satisfatória entre produtividade e condições de trabalho, uma alternativa portanto à linha de montagem clássica de inspiração fordista-taylorista.

Deve-se também apontar para o fato de que, além do setor automotivo, diversos outros tipos de processos produtivos, durante a década dos 70 e 80, incorporaram medidas que, sem alterar mais profundamente a organização da produção, procuraram introduzir modificações semelhantes às iniciadas em Kalmar:

Divisão do trabalho em grupos que possuem relativa autonomia em questões do tipo revezamentos, pausas e definição do líder do grupo.

Redução da fadiga do trabalhador via introdução de sistemas automatizados de transporte e manipulação de pecas e ferramentas de trabalho.

Alargamento das possibilidades de variação de ritmo de produção, através do uso de estoques intermediários entre estacoes de trabalho.

Melhoria crescente de aspectos extrínsecos ao trabalho tais como limpeza, luz, nível de ruído e locais de descanso comuns a todas as equipes.

A década dos 80 por sua vez, nos traz algumas experiências que podem ser de fato consideradas inovadoras, ou pelo menos tentativas mais consistentes de projetos de plantas fora dos padrões fordistas-tayloristas tradicionais.

As

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