Relatório Creche Do Papai

E lá vamos nós. Início de férias, dia de ingressos mais baratos no cinema do shopping, uma fila enorme de pais com crianças de variadas idades (entre os quais aquele que lhes escreve essas linhas, acompanhado da esposa e dos dois belíssimos filhos), algumas salas já sendo reservadas para os filmes dedicados ao público familiar e, nos vemos tendo que escolher entre “Canguru Jack” e “A Creche do Papai”.

Optamos, como vocês já puderam perceber, pelo filme estrelado por Eddie Murphy. Parece-me que o astro retomou a carreira de sucesso utilizando-se desse tipo de filme, dedicado tanto aos mais novos da família quanto aos adultos. Aquelas comédias, tipo “Sessão da Tarde”, que apresentam piadas leves, que não ofendem, que não tem qualquer conotação sexual e que agradam, despertando algumas gargalhadas e muitos sorrisos (abertos e francos em alguns casos e, evidentemente, amarelos em outros).

Filmes com crianças e animais são a tônica já há algum tempo. Não é mera coincidência que títulos estrelados por cães como “Beethoven” ou “Buddy” e filmes em que astros do porte de Schwarzenegger e Bruce Willis se aventuram a dividir a tela com atores mirins venham sendo produzidos pelos grandes estúdios de Hollywood. Praticamente todos eles têm alguma produção do tipo ao menos uma vez por ano (é claro que, a campeoníssima continua sendo a Disney, através de suas subsidiárias ou da própria matriz).

Pois, voltemos ao que interessa, a tal “Creche do Papai”.

Não deixa, evidentemente, de ser uma idéia bastante original. Provavelmente os produtores se inspiraram em alguma jornada pessoal vivida por eles. Acredito que tenham vivenciado alguns dias de suas férias ou de finais de semana ao lado de seus filhos pequenos e, tenham desfrutado de situações parelhas àquelas vividas pelos dois marmanjos que resolveram, em virtude do desemprego, organizar uma creche.

Diga-se de passagem, que o principal comediante do filme não é o astro Murphy (no filme ele vive o personagem Charlie Hinton). Ele preferiu ficar com o papel do sujeito mais sensato do grupo. Abriu mão das gags e das piadas físicas (tombos, chutes no traseiro, mexer num ninho de vespas,…) para seus parceiros no empreendimento infantil, Jeff Garlin (Phil) e Steve Zahn (Marvin).

Caridades à parte, essas seqüências do filme é que realmente encantam as crianças. Posso afirmar isso com total certeza pelo fato de que meus filhos riram muito das seqüências em que Phil e Marvin tinham que sofrer alguma fatalidade provocada pela astúcia das crianças do filme.

Outra obviedade de filmes como “Creche do Papai” refere-se ao fato de que sempre tem que existir um vilão na história. No caso, trata-se de uma vilã, vivida pela experiente Anjelica Huston (filha do cineasta John Huston e ex-esposa do astro Jack Nicholson). Anjelica é a Sra. Harridan, diretora de uma creche-escola extremamente organizada, onde se ensinam 4 diferentes línguas para as crianças em nível pré-escolar (Pasmem! Fiquei imaginando a escola de meus filhos tentando alfabetizá-los e ensinar-lhes ao mesmo tempo línguas como o alemão e o francês! Só na imaginação dos roteiristas!).

Todos na escola da Sra. Harridan são bem comportados e extremamente obedientes, parecem fazer parte de uma academia