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Resenha Sobre Preconceito Lingüística

Por:   •  10/4/2017  •  Resenha  •  916 Palavras (4 Páginas)  •  277 Visualizações

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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO[pic 1]

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

ESCOLA DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO SANTA ANA

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

PROFESSOR: HUGO BULHÕES

ALUNO: ROBERTO MORAES

RESENHA CRÍTICA

PEREIRA, R. C. M. Ações de linguagem: da formação continuada à sala de aula. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2010.

Pedro Farias Francelino é doutor em Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco UFPE (2007), mestre em Língua Portuguesa pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e, dentre outras funções, exerce a função de Professor Adjunto IV do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da UFPB. Especificamente na área de leitura (gêneros textuais), foco de seu debate, atua, também, na formação de professores da educação básica. E, é a partir dessa vivência e análise, que debate, em seu texto, o ensino de leitura, o qual deve ser pautado com fins de formar um leitor competente em sua língua e capaz de agir nas situações comunicativas reais dentro e fora da escola.

Para isso, já nas suas considerações preliminares e no primeiro tópico, propõe uma reflexão teórico-metodológica que fuja de uma perspectiva limitada –inconsistentemente – à decodificação e à superficialidade do texto. Centrado na importância do conceito de competências no cerne no ensino de leitura, define um panorama das suas definições, teoricamente constituídas e aprimoradas. Desde uma visão mecanicista, como a citada anteriormente, a uma relevância a aspectos cognitivos, até uma perspectiva discursiva e sociointeracionista. A partir dessa última, mune-se da teoria de linguagem de Bakhtin, em sua complexidade dialógica da comunicação, e de seus encaminhamentos a partir de autores brasileiros, como Geraldi e Irandé.

Para Francelino, durante o ato da leitura, tudo deve ser considerado: o leitor, em sua pluralidade; o texto, enquanto intertexto e historicamente definido; o autor, em sua bagagem como sujeito imerso nas relações sociais; as instituições, definidora de modos de leitura; os gêneros textuais, como determinante da forma de leitura; e os suportes, que agregam possibilidades de circulação dos textos. No entanto, nesse ponto, caberia uma discussão mais aguçada. Talvez, trazer as teorias de Antônio Marcuschi encontradas – mas não exclusivamente – em seu livro intitulado Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão, sobre domínio discursivo, tipos de suportes textuais e serviços, elucidaria com mais consistência o referido assunto.

Ainda sobre interações comunicativas, o autor afirma que são diversos saberes que as circundam, produzidos, ativamente, por sujeitos imersos em contextos próprios, interlocutores, práticas de linguagem, histórias e realidades distintas. Além disso, partindo de uma definição de Irandé Antunes, do seu livro Aulas de Português, apresenta a leitura como interativa, motivada, crítica, diversificada, apoiada no texto, transfrástica, autêntica, prazerosa e, por si mesma, retextualizada pelos interlocutores. Pode-se perceber, a partir dessas concepções, uma preocupação de Francelino com uma prática que encare a leitura em suas multifacetas e complexidades – sempre frisando a necessidade de uma ênfase nas competências necessárias para sua efetivação.

No segundo capítulo, o autor reitera o debate sobre o conceito de competência, ancorado em Perrenoud, que revela uma eficácia comunicativa através de ações de e com a linguagem, permeada de conhecimentos. Elenca, inclusive, competências cujo cerne sempre visa a um leitor ativo e que atua socialmente em situações comunicativas/interativas reais em sua língua, que se constitui em atos de leitura; mas para isso terá que mobilizar habilidades para, assim, configurarem-se competências leitoras.Muito positivamente, é feito, nesse momento, um amplo debate no que tange a não artificialidade do trabalho em sala de aula com a leitura, como se a língua fosse algo fechado de possibilidades, sem propósitos, com falantes irreais circundados de uma acriticidade e de uma incapacidade de criar hipóteses, de fazer “leituras possíveis”.

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