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Aristóteles e o conceito de virtude

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Por:   •  16/4/2014  •  Resenha  •  1.345 Palavras (6 Páginas)  •  473 Visualizações

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Aristóteles e o conceito de virtude

Se você está imaginando que Aristóteles simplesmente seguiu as ideias de Platão, seu mestre, você se enganou completamente. Aristóteles foi seguidor de Platão, mas isso não quer dizer que ele não tenha desenvolvido sua própria maneira de pensar. Das muitas contribuições de Aristóteles o que nos interessa agora é sua ideia de virtude.

Você já pensou em ganhar um milhão de reais, neste exato momento? Então imagine que (apenas imagine!) que eu acabei de dar um milhão de reais para você. Exatamente: um milhão de reais para cada pessoa que estiver lendo este texto. Imagine que o dinheiro está na sua conta bancária neste instante (se você não tiver conta bancária, então o dinheiro vai estar debaixo do seu colchão – apesar de eu achar que neste caso vai dar uma dor nas costas terrível caso você ainda queira dormir lá). O que você faria com um milhão de reais? Iria ao trabalho amanhã cedo? O que você faria de diferente do que tem feito hoje? Bem... daqui a pouco vou voltar a este um milhão de reais.

Quando Aristóteles fala de virtude, chega à conclusão de que toda virtude é boa quando é controlada no seu excesso e na sua falta. Em outras palavras, seremos realmente felizes quando exercemos aquilo que temos de mais humano: a inteligência. E o que é a falta de equilíbrio? O vício! É a inteligência que nos torna verdadeiramente felizes, pois é ela que nos diferencia de todos os outros animais e nos livra dos vícios. O bem mais importante a ser adquirido, então, não são as riquezas, a honra, a fama, as glórias, os prazeres... isso tudo não levará à felicidade. Mas a vida humana não é apenas intelecto, pois seremos corremos o risco de ir de um extremo ao outro. Temos que ter equilíbrio! Procurando uma medida justa.

Virtude é querer o bem, buscando tudo com equilíbrio. Vamos voltar agora ao milhão de reais de dois parágrafos atrás. Algumas pessoas saem do seu equilíbrio tão rápido por causa deste valor que em poucos meses (ou semanas!) já estão de volta à pobreza de onde partiram. Isto porque sua vida passa a ser governada não pela virtude, mas por vícios. A virtude consiste em dominar as paixões e permitir que a razão governe onde antes parecia haver um descontrole das paixões. A felicidade, na concepção de Aristóteles passa por aí!

As ideias de Platão e Aristóteles foram uma grande influência no mundo todo. E serviram de base para grandes pensadores ao longo dos tempos. Você duvida? Vamos a um exemplo, o Cristianismo.

A influência da moral cristã

Observe atentamente o texto a seguir. Para ajudar na sua leitura, vou colocar em negrito a palavra “vício” que aparece no final do texto que, espero, vai lhe ajudar a lembrar de Aristóteles.

Saiba mais:

CONFISSÕES DE AGOSTINHO – LIVRO II

1. POR QUAL MOTIVO AGOSTINHO RELEMBRA SUAS CULPAS

Quero recordar as minhas torpezas passadas, as corrupções de minha alma, não porque as ame, ao contrário, para te amar, ó meu Deus. É por amor do teu amor que retorno ao passado, percorrendo os antigos caminhos dos meus graves erros. A recordação é amarga, mas espero sentir tua doçura, doçura que não engana, feliz e segura, e quero recompor minha unidade depois dos dilaceramentos interiores que sofri quando me perdi em tantas bagatelas, ao afastar-me de tua Unidade (1).

Desde a adolescência, ardi em desejos de me satisfazer em coisas baixas, ousando entregar-me como animal a vários e tenebrosos amores! Desgastou-me a beleza da minha alma e apodreci aos teus olhos, enquanto eu agradava a mim mesmo e procurava ser agradável aos olhos dos homens.

2. NECESSIDADE DE AMOR E DE SEUS ILUSÓRIOS SUCEDÂNEOS

E o que é que me encantava, senão amar e ser amado? (1) Mas, eu não ficava na medida justa das relações de alma para alma, dentro dos limites luminosos da amizade. Do lado dos desejos carnais e da própria natureza da puberdade emanavam vapores que me enevoavam e ofuscavam o coração, a ponto de não mais distinguir entre um amor sereno e as trevas de uma paixão. Um e outro ardiam confusamente em mim, arrastando a minha fraca juventude pelos despenhadeiros das paixões, e a submergiam num abismo de vícios.

De onde vem este texto? Quem disse isso? Por que estava lutando contra seus vícios? Este é um texto de Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho para os menos íntimos. Ele viveu entre 354 e 430 d.C., no norte da África. Agostinho, depois de levar uma vida de pecados, se converte ao cristianismo e passa a ser um importante teólogo e escritor. Neste pequeno trecho é possível ver algumas influências dos pensadores gregos que analisamos há pouco. Você percebe como Agostinho menciona que não ficava na “medida justa das relações” e que sua vida era entregue aos vícios? Coincidência com o pensamento de Aristóteles?

O pensamento de Agostinho se aproxima daqueles filósofos do passado. Não só de Aristóteles, mas, especialmente, de Platão. Isso mesmo! Mas como? Bem, para tratarmos disso precisamos falar um pouco sobre revelação.

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