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Um Treino

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Por:   •  25/11/2014  •  2.354 Palavras (10 Páginas)  •  242 Visualizações

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Eu só queria esvaziar minha cabeça. Nada estava concreto, nada era provável, tudo era como a água, um continuo fluir de mudanças e improbabilidades. Como minha maldita vida como um meio sangue, filho de Poseidon.

[...]

Era cedo quando acordei no chalé três, tão cedo, que a escuridão ainda tomava as paredes de pedra, mesmo assim não conseguia voltar a dormir, mesmo desejando ao máximo.    Mas meu DNA sempre deixa claro, a hiperatividade era parte de mim, não conseguia ficar parado, então resolvi dar uma volta, mesmo com a possibilidade de ser devorado por uma das Harpias da limpeza. Antes de me retirar do chalé, vesti um casaco de couro que estava pendurado atrás da porta. – Era de Alex, não contem a ele que peguei. – Chequei meus meios de proteção e sobrevivência; Meu anel que se transformaria em um tridente quando pedisse, e meu relógio que se estenderia em um escudo redondo de diâmetro médio. Depois procurei pelo paradeiro de minha espada, quando meus olhos a encontraram, caminhei até a mesma lentamente, para que não acordasse meus irmãos.  Depois de pronto me retirei do chalé.

Antes de descer as escadas da varanda, tive de analisar a situação, sem sinal das Harpias, sem sinal de outros campistas e sem sinal de alvorecer algum. Não sabia ao certo para onde ir, então caminhei até o bosque, e quando passei pela primeira árvore, meu rumo já não era mais definido, então deixei que literalmente o vento me levasse.

Por alguns longos minutos caminhei, desviando de galhos baixos e raízes expostas, e claro torcendo para que nenhuma fosse uma dríade dedo-duro. Logo que as árvores acabaram assim como a trilha úmida, me deparei com a praia, o local que idolatrava por ser vazio e silencioso exceto pelo som das ondas, não sabia o certo como tinha chegado ali, foi mais como se a praia me chamasse.

Caminhei por um curto período pela fina areia amarelada da praia, sentindo a brisa do mar e contemplando a bela imagem do céu azul marinho e da lua cheia serem refletidas no mar calmo. Depois sentei-me no chão ainda contemplando o mar e escutando as ondas, não me detive em fechar os olhos e respirar fundo, um ato que acalmava a qualquer um, principalmente a mim. Uma paz encheu meu corpo e alma, tudo estava encoberto pelo silêncio, exceto o som das ondas se quebrando.

Mantive-me ali sentado e de olhos fechados, relaxando por poucos segundos, até que um som de raio interrompeu minha paz interior e acelerou meu coração, devido a um maldito susto que havia levado. Olhei para a direita, donde o alto barulho veio, procurando por algo duvidoso ou incomum, mas nada encontrei, além da cor do céu ter mudado tão rápido, foi de um maravilhoso azul marinho para um tom de cinza sinistro.   Mas o céu cinza não era comparado ao que a poeira revelou ao baixar-se.

À apenas dez metros de distância a minha frente, um forma esquisita se mostrou, uma espécie de mutação de mulher-tubarão de dois metros de altura, aquilo era amedrontador e excitante ao mesmo tempo, mas meus instintos me obrigaram a levantar e sacar minha espada. – Quem és tu? – Perguntei mesmo tendo a probabilidade do monstro não entender.

Segundos preciosos se passaram, e nada, ela não falava a minha língua ou estava tirando com a minha cara.   O ser me encarava, com aqueles olhos brancos que eram mais vazios do que o tártaro, seu corpo era esquisito, azulado e escamoso, seus braços eram grossos com pequenas barbatanas laterais, suas pernas eram cobertas por um tom azulado escuro, e em suas panturrilhas um par de barbatanas menores se formavam, como se ela estivesse em desenvolvimento, era horrenda aquela imagem.   Sua boca era anormal assim como seus dentes de tubarão, ou melhor, serras mortais, os cabelos tão azulados quanto a pele, escondiam uma barbatana nas costas.  E em suas mãos, carregava um tridente semelhante ao que meu anel se transformava, talvez até mais poderoso.

- Kael... você não lembra? – A voz estridente ressoou pela praia, sendo carregada pela brisa. E como poderia “lembrar” se nem a conhecia?

- Não lhe conheço, como deveria lembrar? – Gritei em respostas, tentando ser tão claro e soar tão calmo quanto ela, sensação que não sentia no momento.

- Claro que não irá lembrar, eu era apenas um peixe de aquário de um garotinho de três anos. – Ela estava brincando comigo? Não podia ser... – Sra. Popins, sua peixe beta.

- Mas como... Mas... – A ideia não fazia sentido.

- Poseidon me transformou em um peixe beta, só para satisfazer-te em seu aniversário, por anos fiquei presa em um cubículo, por sua causa, até que escapei pela pia. E claro, não faria sentido ele dar de presente ao filho um de seus súditos, então deu uma prisioneira – Ela sorriu, revelando por completo suas serras em demasiada quantidade e sua identidade.

- Quando eu estava limpando meu aquário... Desculpe-me eu não sabia. – Tentei argumentar-me, porém ela soltou um riso alto e curto, indagando em seguida.

- Desculpas não resolveram o problema. Filho de Poseidon. -  Ela apontou o tridente para mim em um gesto de destreza. Entendi o que agora acontecia.

- Deixe-me adivinhar; Agora você veio por vingança, e quer me matar? – Ela assentiu com a cabeça e começou a correr em uma velocidade incrível. Não me detive e fiz o mesmo.

Acionei meu relógio durante a corrida e em meu antebraço esquerdo um escudo redondo de bronze celestial se mostrou. Quando já próximos, protegi-me das pontas do tridente com o escudo, abrindo meu braço e desviando o tridente, e devo dizer que a força da monstra era tão grande quanto sua agilidade, pois meu braço ardeu por alguns segundos devido ao impacto do tridente no escudo, e agora sabia que não poderia subestimá-la.  Assim que o tridente se afastou, tanto ela quanto eu agora estávamos de guarda aberta, porém em minha outra mão eu segurava minha espada – vantagem para mim – E em um golpe desferido de cima para baixo da direita para a esquerda, consegui cortar as costelas da monstra, e no mesmo instante um licor dourado escorreu do corte.  A monstra se afastou saltando para trás e se recompôs, ajeitando sua base de batalha e nivelando o tridente.

Ela me insultou em cochichos, em uma língua diferente, talvez grego? Não importava.  Em seguida avançou mais uma vez para cima de mim, desta vez eu ataquei primeiro. Esquivei-me para a direita em uma tentativa de ganhar espaço, mas a monstra foi rápida, ela impulsionou o tridente horizontalmente até atingir o escudo novamente, mas não como tentativa

...

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