A Cal Carbonato

Os autores afirmam que a cal é o ligante mais antigo utilizado pela humanidade. Até a invenção dos cimentos Portland em 1824, era o único ligante utilizado, em combinação com o pozolanas ou não, nas construções expostas às intempéries. (CINCOTTO, QUARCIONI, JOHN, 2010, V.1, P.695).

 Segundo Guimarães (1997, p.21) a cal estava presente na maior parte da existência humana, mas somente a partir da civilização egípcia que o produto começou a aparecer com frequência na construção. A arte de manipular a cal passou do Egito para a Grécia, em seguida para a Roma e após para outras regiões mediterrâneas e circunvizinhas.

       O óxido de cálcio é composto das seguintes propriedades:

“A cal aérea é uma substancia branca, amorfa, leve, porosa. É muito instável, pois se recompõe até com o gás carbônico do ar, voltando ao CaCO3. Por isso deve ser logo armazenada em lugar seco e abrigado dos ventos.” (VERCOZA, 1987, v.1, p.105)

Petrucci (1982; pg.:323) afirma que, a cal hidratada é a mais usada em construções, pois é mais fácil de manusear e por ela já vir hidratada, facilita o seu uso. Para sua obtenção é preciso reagir a cal viva (oxido de cálcio) com água assim gerando a cal extinta/apagada (hidróxido de cálcio), reação a qual é extremamente exotérmica. Esta reação de extinção, as pedras ficam reduzidas a pó finíssimo e ocorre um aumento no volume, de até 100% para o oxido de cálcio, entre tanto se adicionar água em excesso esse pó se transforma em pasta. “É também reversível, porque o hidróxido pode ser novamente decomposto em cal e água, se for aquecido a altas temperaturas.” (VERCOZA, 1987, V.1, p.105).

Reação de extinção do óxido de cálcio:

CaO + H2O 🡪 Ca(OH)2 + 15,5 cal

                                                        (Cal viva)               (Cal apagada)

                                                          (https://engenharia-civil-virtual.blogspot.com/2013/08/cal.html)

O processo de hidratação é feito em hidratadores. No Brasil, esse processo de hidratação é continuo, a pressão ambiente com controle da temperatura do sistema, praticamente garantida pelo calor da reação, com agitação para manter a mistura homogênea. (CINCOTTO, QUARCIONI, JOHN, 2010, v. 1, p.701)

Os mesmos autores afirmam, que o principal mercado da cal hidratada atualmente é a confecção de argamassas, produto cuja elevada área especifica auxilia no comportamento no estado fresco (reologia e retenção de água) e contribui para o endurecimento no momento em que a argamassa já não apresenta mais retrações significativas. Entretanto ela apresenta outras importantes utilidades, algumas citadas a seguir:

Cincotto, Quarcioni, Jonh (2010, v.1, p.720-721) afirmam que o oxido de cálcio também é muito utilizado na pintura, pois é um método de baixo custo e muito indicada para superfícies rugosas onde a camada de pintura adere por ancoragem. O leite de cal é uma suspensão preparada a partir da cal viva ou extinta, semelhante a uma pasta, denominada de caiação. Porem em áreas industriais com predominância de chuvas acidas a durabilidade da caiação é sensivelmente reduzida, pelo fato dessa chuva dissolver a camada de tinta constituída de uma camada de carbonatos de cálcio e de magnésio.

Já na agricultura, com o decorrer do tempo e devidos as plantações o solo acidifica, então, para corrigi-lo é feito um processo chamado de calagem, que nada mais é que a utilização do calcário (CaCO3). As vantagens desse processo são elevar o ph do solo a nível adequado para o crescimento da cultura, neutralizar a toxidez de alumínio ou manganês e enriquecer o solo com cálcio e magnésio, nutriente utilizado pelas plantas futuramente.  (PÉREZ, pg.19)

Contudo na medida que precisa de efeitos a curto prazo é utilizado a cal virgem (CaO), pois por ter grade afinidade pela água, e por ser uma base forte, são bastante reativos no solo. Entretanto segundo o rural atual “ela pode causar prejuízos às sementes, às plântulas e aos microorganismos pela geração de calor. Para evitar esses prejuízos a cal virgem deve ser aplicada com antecedência ao plantio”.