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História Da Cal

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Por:   •  19/9/2013  •  3.228 Palavras (13 Páginas)  •  1.136 Visualizações

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História

A História das civilizações mostra que há intima ligação entre os estágios alcançados pelo homem e suas “rações minerais”. No fim da Era Geológica Terciária, há um milhão de anos, aproximadamente, admite-se que ferramentas e armas toscas feitas de rochas compactas e duras tenham sido incorporadas, acidentalmente, aos hábitos dos Australopithecus, da fase pré-humana. Acredita-se também que as cavernas naturais abertas em calcário foram utilizadas como moradias dos agrupamentos da espécie.

Na fase humana primitiva, quando o Autrolopithecus evoluiu para o Homo Habilis, com cérebro de maior capacidade, os instrumentos de pedra se integraram culturalmente à espécie, conforme demonstra o achado da Garganta de Olduvai, na Tanzânia, África.

Mais numerosos e com cérebro mais volumoso que os antepassados, os phithecanthropus (Homo Erectus), da fase humana tardia, há um milhão de anos, conseguiram dominar o fogo em lareiras montadas à entrada de suas cavernas.

Adquiriram também o domínio dos instrumentos de pedra, corte e percussão com formas rudimentares. Numerosos objetos desse tipo encontrados no vale do rio Solo (Java), em Pequim (China) e no nordeste da África, pertencem a uma cultura bem mais adiantada do que aquela representada pelos instrumentos de Olduvai.

O melhor aproveitamento dos minerais e Rochas começou com o Homo Sapiens, na fase humana moderna, possivelmente há 250 mil anos. Com cérebro 30% maior que o de seu predecessor e melhor utilização do fogo, moldava peças de argila, ágata, sílex, calcedônia, quartzo e rochas duras, como as básicas (gabros) e as ácidas (granitos). Os achados Arqueológicos na França, Inglaterra, Israel, Zâmbia e em outras regiões revelam que o Homo Sapiens produzia machadinhas com gumes, cutelos, raspadores e outros instrumentos para a execução de incisões, raspagens e moagens. Muitos desses instrumentos foram utilizados por índios sul-americanos até o inicio da era atual.

Com o Homo Sapiens, há aproximadamente, 120 mil anos, tem início um longo percurso, ainda não encerrado, de contínua inter-reação do homem com os recursos minerais do meio ambiente. O Homo Sapiens povoava vários sítios na África, China e Java e em princípio não incorporou à fabricação de seus utensílios maior variedade de rochas e minerais que havia herdado das raças Cro-Magnon e Neanderthal. Entretanto, deu lhe melhor qualificação, com formas mais trabalhadas.

Não é simples reconstruir a escalada do homem primitivo na relação de aproveitamento dos recursos minerais. Muitas informações se perderam no tempo e existem documentos ainda soterrados e desconhecidos. O Certo é que a escalada evolutiva está ligada à inteligência e instinto de sobrevivência do homem, ao lado da existência do bem mineral já em condições de ser utilizado de acordo com sua habilidade.

É tão significativa a relação entre o desenvolvimento da cultura do homem primitivo e o aproveitamento dos minérios, que os períodos culturais da humanidade são designados por nomes ligados a litologia – Idade da pedra (períodos Eolítico, Paleolítico e Neolítico), Idade do cobre, Idade do bronze e Idade do ferro.

O Homem conheceu a cal provavelmente nos primórdios da Idade da pedra (período Paleolítico). A ultima revelação sobre o assunto aparece na obra “The Journey From Éden”, onde o autor, Brian Fagen, narra à propagação dos grupos de Homo Sapiens pela superfície da Terra. Referindo-se aos primitivos asiáticos de uma região de cavernas chamada Kao Pah Nam, ao norte da Tailândia, o autor cita os artefatos encontrados pelos arqueologista Geoffrey Pope. Havia entre eles ferramentas de pedra e ossos de animais, próximos a borda de uma soleira constituída por blocos de basalto. Fagen afirma que “o basalto era trazido para o sítio pelos indivíduos que sentavam ao redor do fogo, porque eles sabiam que a queima do calcário local gerava cal virgem – uma substancia cáustica”. O autor estima que os artefatos tenham 700 mil anos de idade.

Pode se duvidar desta dedução, pois a cal (óxido de cálcio) se transforma em carbonato (calcita-aragonita) com o anidrido carbônico do ar e, neste estado, não se pode distinguir se a origem do carbonato é ou não relacionada com a cal. Entretanto, há evidencias de que os olhos e as narinas do bisão desenhado na Gruta de Lascaux, Vale do Vegére, sudoeste da França, foram pintados com cal. Os pigmentos brancos, ao lado do vermelho ocre (argila ferruginosa) e do preto (óxido hidratado de manganês) eram misturados com líquidos (gordura derretida, sangue eurina) e utilizados como tintas pelos homens Cro Magnon, do período Paleolítico Superior (34 mil a 12 mil A.C).

Malinowski, R.G, em artigo publicado no Concrete International (março e 91), refere-se à mistura de cal e pozalanas encontradas por Pages em sítios arquológicos neolíticos (8 mil a 10 mil anos a.C) O autor informa que o calcário calcinado era extinto pelo contato com a umidade ou com a água da chuva, através do qual se formava um pó branco com propriedades aglomerantes.

É difícil seguir a trilha deixada pela cal ao longo da evolução das civilizações. Participando sempre como coadjuvante, o produto raramente figura nas crônicas históricas que relevam as obras e serviços relevam as obras e serviços reveladores do desenvolvimento do homem. Porém, mesmo através de referencias apenas esporádicas dos historiadores, é certo que a cal deixou marcas indeléveis em vários aspectos da história do homem. Seu valor foi reconhecido pelo gênio de Michelangelo, através de um verso:

Queima o calcário e da cinza nasce aquilo

Que para sempre liga pedras numa só

Enrijecida pelo tempo, resiste à neve e ao sol.

Tornando-se de mais valia para dias sem conta

Marcas Históricas da Cal

Embora haja evidencias da presença da cal ao longo da maior parte da existência humana, foi somente a partir da civilização egípcia que o produto começa a aparecer com freqüência nas construções. Do Egito a arte de manipular a cal passou para a Grécia, a seguir para Roma e depois para outras regiões mediterrâneas e circunvizinhas.

Informações colhidas em obras diversas servem para definir uma rápida linha histórica da cal nos tempos antigos:

● 5.600 a.C. – Segundo M. Venaut, a mais antiga aplicação da cal como aglomerante foi feita numa laje de 25 cm de espessura, no pátio da vila de Lepenke-Vir, hoje Iugoslávávia.

● 2.700 a.C. – Análise no material de vedação

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