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A Casa E A Rua

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Por:   •  12/10/2014  •  5.149 Palavras (21 Páginas)  •  373 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP

CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA – CEAD

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PÓLO DE IPATINGA

FRANCIELLE RAYANE ROSA JULIÃO – 13.1.7675

LEONARDO LUÍZ RODRÍGUEZ SAAVEDRA – 13.1.7643

EAD 360 - SEMINÁRIO TEMÁTICO: ESTADO E SOCIEDADE NO BRASIL

IPATINGA

Agosto – 2014

FRANCIELLE RAYANE ROSA JULIÃO – 13.1.7675

LEONARDO LUÍZ RODRÍGUEZ SAAVEDRA – 13.1.7643

A CASA E A RUA

IPATINGA

Agosto – 2014

INTRODUÇÃO

O livro A casa & a rua é essencial para compreender a sociedade brasileira e sua intrincada rede de relações. A idéia central do estudo é que, no Brasil, a casa e a rua não representam apenas espaços geográficos, mas são, acima de tudo, o que DaMatta chama de entidades morais, esferas de ação social. A partir desta distinção, o autor explica, por exemplo, a diferença radical de comportamento que um cidadão pode apresentar de acordo com o ambiente social em que se encontra, ou seja, a sociedade tem uma cidadania em casa, outra no centro religioso e outra na rua.

Em um estudo definitivo sobre Dona Flor e seus dois maridos e outras obras de Jorge Amado, DaMatta observa como a ambiguidade dos personagens é apresentada de forma positiva e desejável. Através das analises das características que definem as inesquecíveis figuras criadas pelo escritor baiano, o antropólogo tentou explicar alguns aspectos importantes da cultura e sociedade. DaMatta ainda complementa suas análises sobre o Brasil investigando a percepção do significado da morte no imaginário da população.

DESENVOLVIMENTO

O mundo é composto de indivíduos. Os mesmos comunicam-se e permanecem em harmina através das relações sociais. A palavra relação está presente em todos os momentos da vida cotidiana e faz parte da linguagem comum. A palavra tem relação com o suprimento das necessidades.

Necessidade é tudo aquilo que, de um modo ou de outro, verdadeira ou falsamente, objetiva ou subjetivamente, consciente ou inconsciente, faz falta, não existe, precisa ser preenchido, completado e suprido1.

A busca em direção aos suprimentos para adaptar – se ao meio é chamado de relação.

Relação é toda e qualquer troca que o individuo realiza com o meio que o cerca, no sentido de suprir suas necessidades 1.

Portanto os indivíduos relacionam – se com quem ou com o quê, em seu entendimento e sua percepção, pode suprir suas necessidades.

Chama – se “relação social” os modelos de interação adotasse comumente pelo conjunto de indivíduos que convivem entre si1.

O autor inicia sua obra comparando o livro com uma casa que tem fachada, jardim, sala de visitas, quartos, dependência de empregada e até mesmo cozinha e porão. Pede que o visitante não repare nos móveis, que o dono da morada é modesto e bem-intencionado e que não houve muito tempo para limpar direito a sala ou arrumar os quartos. Em sua modéstia Da Matta se desculpa por alguma coisa disforme e deixa o visitante leitor bem à vontade.

Segundo o autor são precisamente as normas de recepção que amortecem a passagem entre a casa e a rua, transformando o estranho, o parente e até mesmo o inimigo ou o estrangeiro numa "visita".

Para Damatta quem escreve sobre a sociedade sem querer perder de vista as relações sociais e seus paradoxos não pode construir casa, mas cabanas, barracos e choças.

Na obra A casa e a Rua a idéia de sociedade não é aquela da sociedade como um conjunto de indivíduos, como tudo o mais sendo um mero epifenômeno ou decorrência secundária de seus interesses, ações e motivações. Ao contrário, a sociedade é uma entidade entendida de modo globalizado. Uma realidade que forma um sistema que tem suas próprias leis e normas. Normas que, se obviamente precisam dos indivíduos para poder se concretizar, ditam a esses indivíduos como é que devem ser atualizadas e materializadas. Aí a sociedade é uma entidade que se faz e refaz por meio de um sistema complexo de relações sociais, elos que se impõem aos seus membros, indicando - tal como acontece numa peça de teatro ou num cerimonial - tudo aquilo que é estritamente necessário e tudo o que é dispensável ou superficial para que se possa criar e sustentar o evento que se deseja construir.

No entusiasmado afã de construção o autor ficou surpreendido ao descobrir como é que não se tinha ainda utilizado a casa e a rua como duas "categorias sociológicas" fundamentais para a compreensão da sociedade brasileira de uma maneira globalizada.

Quando diz que "casa" e "rua" são categorias sociológicas para os brasileiros, o autor está afirmando que estas palavras não designam simplesmente espaços geográficos ou coisas físicas comensuráveis, mas acima de tudo entidades morais, esferas de ação social, províncias éticas dotadas de positividade, domínios culturais institucionalizados e, por causa disso, capazes de despertar emoções, reações, leis, orações, músicas e imagens esteticamente emolduradas e inspiradas.

Enquanto a casa é o abrigo, o santuário, a rua é o inverso, o inferno, lugar do não – lugar, o espaço perverso que ensina as más lições, os aspectos pornográficos vividos na casa e na rua .

A rua é comumente vista como o lugar da perdição, do abandono, do disperso. Coisa da rua! Gente de rua! No olho da rua! Arruaceiro! Rua! 2 .

A casa é considerada o lugar bom, sagrado, dos bons costumes e bons valores.

São muitas as conotações negativas atribuídas

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