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A Emoção Na Sala De Aula

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Por:   •  21/2/2015  •  1.612 Palavras (7 Páginas)  •  351 Visualizações

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A EMOÇÃO NA SALA DE AULA

(Ana Rita Silva Almeida)

INTRODUÇÃO

A falta de preocupação com a área da afetividade revela-se como uma cortina no estudo da criança. A escola desconhece as relações entre os aspectos afetivos, motor, pessoal e cognitivo, limitando-se a prover o cognitivo. A emoção não pode ser regada a segundo plano e nem o cognitivo como fator decisivo na conquista do saber pelo homem.

A ação da escola não se limita ao cumprimento da instrução, mas principalmente à função de desenvolver a personalidade da criança, tendo papel importante na formação do indivíduo promovendo a socialização. É necessário que o professor conheça os alunos no aspecto não somente cognitivo, mas também no emocional.

A escola, como espaço legítimo para a educação da criança, deve procurar articular a união da vida afetiva com a intelectiva, para ao mesmo tempo, nos limites de suas atividades educacionais, promover o desenvolvimento de ambas. A ausência de uma educação que aborde a emoção na sala de aula traz prejuízos para a ação pedagógica, pois suas consequências atingem professor e aluno.

O conhecimento tem a capacidade de instigar o pensamento às dúvidas.

1. QUEM É HENRI WALLON?

Henri Wallon revelou-se como um dos grandes psicólogos da infância, criando um modelo de desenvolvimento que coloca no mesmo plano de importância os aspectos afetivos, pessoais, cognitivos e motores do desenvolvimento.

Seus estudos têm como principal objetivo decifrar o homem, desvelando como um recém-nascido transforma-se em adulto, atribuindo à emoção uma teoria psicogenética.

Segundo Wallon, o materialismo dialético possibilita a compreensão das coisas em seu movimento de formação e transformação, onde entre o ser e o meio existe uma relação recíproca cuja influência sobre o indivíduo não é do domínio biológico inteiramente, mas também do social.

Para realizar suas investigações, Wallon utiliza a observação como um parâmetro não como um decalque exato da realidade, trazendo à psicologia novas perspectivas de relação com o real. A dialética é o único método que consegue apreender as verdadeiras relações entre o ser e o conhecimento, sendo antes de tudo um modo de pensar e agir sobre a realidade à sua volta. É uma atitude permanente de investigação, tendo por “motor” a ação recíproca das forças da natureza, mais pela totalidade do que pela fragmentação.

O desenvolvimento da personalidade oscila entre movimentos, ora afetivos, ora cognitivos, que são interdependentes. A relação é de caráter dialético. A inteligência não se desenvolve sem a afetividade e vice-versa, pois ambas compõem uma unidade de contrários.

Sobre as origens do pensamento, observou-se nascendo das sensações, passando pelo sensório motor, pelo categorial e por fim, atingindo o nível das hipóteses. O pensamento é um amplificador dos horizontes cognitivos e este, quando começa a atingir a capacidade de analisar o presente, o passado e o futuro, é que suas ideias revelam, não uma cópia da realidade, mas conceitos, categorias e hipóteses que gradativamente se expressarão, compondo o discurso.

Wallon não se limita a focalizar o pensamento infantil, mas também elabora reflexões metodológicas sobre a psicologia como ciência, tendo por objetivo esclarecer a identidade do homem sob os diversos aspectos para somente assim reconhecer as necessidades e possibilidades de cada indivíduo em particular, podendo-a considera-la tanto ciência do homem quanto ciência da natureza. Entre psicologia e pedagogia, há um relação de reciprocidade, fornecendo temas de estudos e um terreno prático onde seus resultados podem se verificar. O espírito crítico impede posturas que defendem verdades absolutas, apoiadas em hipóteses ou premissas não colocadas à prova dos fatos.

A teoria não pé um retrato fiel e absoluto da realidade. Esta oferece subsídios para lidar com os problemas emergentes, auxiliando na melhor utilização das aptidões humanas. A realidade altera a estrutura teórica impondo ao conhecimento seu limite. A formação do conhecimento decorre das solicitações a que o conhecimento já não é capaz de atender. Wallon opõe-se ao positivismo comtiana, que segundo ele, reduz o homem a nada. O cérebro é necessário embora não suficiente para a constituição da consciência.

Desacreditando na existência inicial e contínua do psiquismo, Wallon procurou estudar a criança na sua formação e transformação. Foi a observação longitudinal que permitiu delinear as etapas da personalidade infantil e compreender a passagem do orgânico ao psíquico a partir das cronológicas transformações comportamentais das crianças, se apoiando, a psicologia walloniana no tripé: Materialismo dialético, psicologia genética e observação.

2. A CONCEPÇÃO WALLONIANA DA AFETIVIDADE

A afetividade é um tema central, porém não se encontra sistematizada (organizada em estágios) formulando-a como teoria da emoção e do caráter. É um domínio funcional, a primeira etapa que a criança percorre.

O recém-nascido permanece por um dado período voltado para si mesmo, para mais tarde interagir com o mundo físico. Enquanto não aparece a palavra, é o movimento que traduz a vida psíquica, garantindo essa relação da criança com o meio, manifestando primeiramente no comportamento e nos gestos expressivos da criança, desde o período pré-natal e evoluindo com a idade. Na teoria Walloniana, a afetividade é o ponto de partida no desenvolvimento humano, evoluindo de uma sociedade sincrética para uma individualização psicológica.

O meio é uma circunstância necessária para a modelagem do indivíduo, pois o orgânico não é capaz de constituir a obra completa que é a natureza humana, que pensa, sente, se movimenta no mundo material estabelecendo bases na construção do eu. A afetividade constitui em cada estágio um tipo de manifestação afetiva diversa em virtude das necessidades e possibilidades maturacionais.

A maturação funcional e as condições específicas das relações da criança com o meio são o que caracteriza um estágio. O que torna possível o estágio emocional é o amadurecimento dos centros nervosos.

O eu se defronta com o meio a sua volta e o adolescente passa a questionar valores, as relações sociais, tendendo tornar-se mais moral, libertando-se da vida orgânica por meio dos conflitos e das interferências que a racionalidade é capaz de suscitar. Com o objetivo de compreender a formação

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