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A Formação Superior dos Profissionais de Saúde

Por:   •  5/7/2018  •  Resenha  •  1.151 Palavras (5 Páginas)  •  139 Visualizações

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O elemento humano é a chave do trabalho em saúde e os problemas

enfrentados no nível universitário causam impactos diretos e indiretos nos sistemas

de saúde. A relação entre saúde e ciência se estabeleceu na onda do positivismo,

corrente de pensamento proposta por Augusto Comte no século XIX, que admitia

como conhecimento a verdade, experiência e os fatos positivos observáveis. Este

paradigma científico, uma vez instaurado, influenciou no fechamento progressivo de

várias escolas medicas nos Estados Unidos entre o fim do século XIX e as primeiras

décadas do século XX.

O Relatório Flexner tinha como principais propostas: a definição de padrões de

entrada e ampliação, para quatro anos, da duração dos cursos; introdução do ensino

laboratorial; estímulo à docência em tempo integral; expansão do ensino clínico,

principalmente em hospitais; vinculação das escolas médicas às universidades;

ênfase na pesquisa biológica; vinculação da pesquisa ao ensino; estímulo à

especialização médica; controle do exercício profissional pela profissão organizada.

As conquistas do paradigma flexneriano foram incontestáveis, muitas doenças

antes fatais tornaram-se curáveis e passíveis de prevenção. O panorama do

adoecimento e morte foi alterado radicalmente e o fenômeno da transição

epidemiológica das doenças de infectocontagiosas para o de crônico-degenerativas,

evidenciou o surgimento dos novos problemas de saúde, e acima de tudo, a

necessidade de superação deste paradigma.

Este trouxe dois fenômenos que são ocupam posição central nos problemas

atuais. O complexo médico-hospitalar, setor da atividade econômica produtor de

serviços, medicamentos, equipamentos e outros insumos, transformando aas práticas

de saúde e da produção de insumos em uma atividade econômica e industrial. Há

também a inflação médica, aumento progressivo dos custos em saúde, sem que haja

melhoria dos resultados.

Um novo paradigma vem tomando forma desde 1970, com a I Conferência

Internacional de Cuidados Primários à Saúde (Alma-Ata), difusora da atenção

primária da saúde e representada no Brasil pela Atenção Básica e adoção da

estratégia de Saúde da Família. A ideia é a construção de uma saúde que leva em

conta o conceito ampliado de saúde e a promoção da saúde, indo além da simples

cura e prevenção de doenças.

Três grandes problemas que surgem como empecilhos na formação em

saúde. O primeiro e talvez maior de todos é a defasagem entre ensino e realidade.

Isso se deve ao fato de que o hospital universitário não é o representativo dos

problemas prevalentes na população. Há a realidade de saúde, que não chega em

sua completude aos serviços de saúde, muito menos alcança as escolas de saúde,

que captam apenas pedaços de imagens dos problemas que outras instituições

enfrentam. Além desta heterogeneidade entre escolas e serviços de saúde, há

também a existente entre comunidades e serviços de saúde.

O corpo docente que não possui conhecimento suficiente sobre os sistemas

públicos de saúde, o que é resultado de uma formação pautada na especialização e

inadequada para docência. Propõe-se a inserção de docentes e estudantes nos

serviços públicos e na comunidade para que haja uma melhor compreensão das suas

necessidades de saúde.

A OMS recomenda às escolas e aos serviços de saúde analisar a sua situação

em relação aos princípios de qualidade, equidade, relevância e custo-efetividade.

Deve evitar-se que uma se sobreponha a outra, para que todas sejam exercidas com

o devido equilíbrio e seriedade com que devem ser tratados.

Surgem as primeiras iniciativas de expansão, interiorização e reorientação da

formação em saúde, que visavam a aproximação com do profissional com a realidade.

Assim, a Integração Docente-Assistencial (IDA) e a União com a Comunidade (UNI),

que almejavam a articulação entre o ensino e os serviços de saúde em um contexto

regionalizado, não encontraram terreno fértil para sua prosperidade, já que teve que

coexistir com o INPS e Inamps, o sistema de saúde era pautado pelo setor privado e

já se encontrava em crise.

Foi somente como surgimento e regulamentação do Sistema Único de Saúde

(SUS) que as iniciativas conseguiram persistir e alcançar objetivos. Inicialmente, duas

delas buscam compreender a situação do ensino médico. A primeira denominava-se

Comissão Interinstitucional de Avaliação do Ensino Médico (Cinaem), ela agregava

atores de diferentes representações para análise do ensino médico no Brasil.

A segunda, denominada Programa de Incentivo às Mudanças Curriculares nas

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